Pronunciamento de Waldemir Moka em 22/04/2013
Discurso durante a 54ª Sessão Especial, no Senado Federal
Comemoração dos quarenta anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
- Autor
- Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Comemoração dos quarenta anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/04/2013 - Página 20502
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), COMENTARIO, IMPORTANCIA, PESQUISA CIENTIFICA, AGROPECUARIA, DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, EXPORTAÇÃO, INDEPENDENCIA, PAIS, IMPORTAÇÃO, ALIMENTOS, REGISTRO, HISTORIA, ATUAÇÃO, EMPRESA, ANALISE, INOVAÇÃO, DEMANDA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senadora Presidente e também requerente desta nossa sessão solene.
A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco/PP - RS) - Com o seu apoio e o dos demais Senadores presentes.
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS) - É, mas foi V. Exª que teve a iniciativa, Senadora Ana Amélia. Mas o Brasil inteiro sabe que a Senadora Ana Amélia manda em mim. Então, já chego aqui na condição de...
Eu queria, Senadora, primeiro dizer que vou ocupar a tribuna deste lado direito, porque o pessoal da esquerda já falou muito ali daquele outro lado, inclusive o meu amigo Rodrigo Rollemberg. Não que eu seja de direita; ao contrário.
Meu caro amigo, Presidente da Embrapa, Dr. Maurício, em seu nome me permita cumprimentar toda a Mesa, a quem farei referência. Em nome da minha professora, Drª Emiko, que representa o Mato Grosso do Sul - é a nossa chefe lá da Embrapa Pantanal -, eu gostaria de me permitir cumprimentar todos os diretores, técnicos e, na humildade da nossa Profª Emiko, cumprimentar o mais humilde dos servidores da Embrapa ao mais renomado pós-graduado da Embrapa.
Meu caro ex-Ministro, que aqui no Congresso Nacional será sempre uma pessoa de um respeito muito grande, ex-Ministro Alysson Paulinelli...
A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco/PP - RS) - Deputado também.
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS) - Eu me lembro. Tenho um irmão engenheiro agrônomo, Waldir. Ele era da Embrater. Na época, falava-se de agricultura, ele falava de Alysson Paulinelli. Vejam como são essas coisas. Eu era menino pequeno - tenho a idade da Embrapa e de política, Senadora Ana Amélia - e me lembro disto: de o Waldir dizer da importância.
Rapidamente, para vocês entenderem: eu chego aqui, começo a defender o Código Florestal, com 16 anos lá na Agricultura da Câmara. Sou médico e professor, não sou produtor rural, como o nosso grande representante do Mato Grosso do Sul Ruben Figueiró, mas esse é o compromisso de alguém que quer defender a economia do seu Estado e do seu País. Acho que, como sul-mato-grossense, meu caro Pedro Simon - V. Exª que é grande amigo do eterno e saudoso Senador Ramez Tebet -, eu tinha de defender a agricultura e a pecuária.
Não entendo - e não é este Governo, mas os governos que se sucederam - por que este País não valoriza aquilo que tem de melhor. Parece que ser exportador de grãos, de proteína tanto animal quanto vegetal, parece que há um certo preconceito, porque o País, para ser grande, tem de ser industrializado, mas não um país com a vocação de produção que tem este País. Esse é um dos equívocos.
Num debate recente, a indústria, a nossa indústria, que precisa de ajuda, reclamava, e eu dizia: por mais paradoxal que possa parecer, Senador Rodrigo Rollemberg, meus amigos, em especial a Senadora Ana Amélia, sabe por que a nossa indústria tem essa dificuldade, e a nossa agricultura é considerada de vanguarda e o Brasil, uma potência na agricultura e na pecuária? Porque neste País se valorizou a pesquisa. E a pesquisa é a cara de cada um dos senhores e senhoras pesquisadores da Embrapa. Foi por isso que não nos atrasamos e nos tornamos cada vez mais competitivos numa economia globalizada. Mais do que nunca, nós vamos precisar da Embrapa. E a Empresa, mais do que nunca, meu caro Presidente, Sr. Embaixador, terá de ter também, fora deste País, escritórios, até para demonstrar o alto grau de tecnologia que se pratica aqui no Brasil.
Ao contrário dos grandes países que sempre subsidiaram a sua agricultura, aqui, quando o Governo não atrapalha, já ajuda muito a agricultura brasileira. Por que digo isso? Do que adianta produzir, pesquisar, ter tecnologia, se nossos caminhões ficam três dias para descarregar? Não quero entrar nesse ponto, porque acho que não é o momento. Até o limite das nossas porteiras, nós não temos dificuldades; as nossas dificuldades começam da porteira para fora.
Mas, aqui, hoje, precisamos render as nossas homenagens. Quando cheguei aqui - gente, está aqui um caboclo lá do Pantanal do Mato Grosso do Sul -, falar em transgênico no Congresso Nacional parecia que estava falando alguma coisa de satanás. Era impressionante a resistência de alguns segmentos do Congresso Nacional, apoiados, muitas vezes equivocadamente, tinham resistência. E eu me lembro da luta dos pesquisadores da Embrapa. E sabem o que possibilitou a transgenia? Conseguirmos juntar ao debate das células-tronco. Se não nós não teríamos avançado. Quantas e quantas vezes vários textos do Código Florestal, inclusive o que diz respeito ao Pantanal, foram escritos por técnicos da Embrapa? Está ali a Profª Emiko.
Acho que isso é fazer justiça a homens e mulheres que dedicaram grande parte da sua vida. São 40 anos pesquisando, trabalhando, no dia a dia. Isso é o que o Congresso Nacional, o Senado Federal faz hoje a cada um dos senhores e das senhoras, prestando uma homenagem àqueles que, nos últimos tempos, fizeram com que este País continuasse na vanguarda, mostrando que é possível, cada vez mais, produzir.
Ainda há pouco, dizia o Senador Rodrigo Rollemberg: “A gente tinha uma expectativa de passar de 180 milhões de toneladas a partir de 2022, e chegamos a isso agora, em 2013“. E a quem se credita isso? Claro que é ao produtor, a homens e mulheres de mãos calejadas que fazem isso. Mas em cima de quê? De uma alta tecnologia. E só não fazemos mais - lembrava este extraordinário homem público que é Pedro Simon - porque, na verdade, muito do que é gerado pela Embrapa não chega à ponta do sistema, sobretudo ao pequeno produtor rural, já que, lamentavelmente, equivocadamente, foi extinta no plano nacional a Empresa de Extensão Rural. É preciso gerar pesquisa e levá-la à ponta, ao pequeno produtor.
Algumas pessoas dizem: “Moka, você fala com essa desenvoltura. Você tem certeza? Porque quando eu cheguei aqui... Lógico, Mato Grosso do Sul. Você deve ser um grande latifundiário lá do Mato Grosso do Sul”. Era a imagem que eu passava, mas é o contrário: sou um modesto médico, professor, dei aula de Química e de Física a minha vida inteira. Daí a minha identidade com os senhores. Eu sempre gostei de pesquisa, eu sempre acreditei nisso e acho que é a única forma, realmente, de fazer com que este País continue sendo competitivo.
Para encerrar: a forma de prestigiar a Embrapa, meu caro Presidente, é criar um grupo de Senadores e, quando vier o Orçamento deste País, fazer justiça a homens e mulheres que pesquisam com um Orçamento realmente à altura da capacidade dos nossos queridos companheiros da Embrapa. Essa é a forma de fazer justiça, e não ir ao Presidente para, às vezes, propor emendas de bancada, de comissão. Digo isso, mas faço a ressalva: na Comissão de Agricultura, a primeira prioridade é colocar uma emenda de comissão para a Embrapa, um reconhecimento da capacidade, da dedicação e da seriedade dos técnicos desta empresa que, tenho certeza, é o retrato de um país desenvolvido.
Parabéns, Embrapa! Parabéns, senhores servidores desta extraordinária empresa!
Muitíssimo obrigado, minha cara Presidente.