Discurso durante a 51ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Expectativa com a aprovação do Estatuto da Juventude.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS, POLITICA SOCIAL.:
  • Expectativa com a aprovação do Estatuto da Juventude.
Publicação
Publicação no DSF de 17/04/2013 - Página 18941
Assunto
Outros > DIREITOS HUMANOS, POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • REGISTRO, EXPECTATIVA, ORADOR, RELAÇÃO, VOTAÇÃO, PROJETO DE LEI, REFERENCIA, CRIAÇÃO, ESTATUTO, JUVENTUDE, COMENTARIO, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, MATERIA.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Ana Amélia, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, hoje o item 2 da nossa pauta é justamente o Estatuto da Juventude. É um tema que, evidentemente, interessa a todos.

            Um país que não cuida da sua juventude não tem futuro. Um país que não dá a sua juventude condições de educação, de saúde, de bons ensinamentos, de bons costumes, o que pode esperar para o amanhã? Adultos malformados, adultos despreparados, adultos maus, inclusive, e, portanto, teremos como consequência uma Nação que não será uma Nação de primeiro mundo e, sequer, talvez, de segundo mundo.

            Lembro-me, Senadora Ana Amélia, de que, quando me formei em Medicina, em 1969, a vida média do brasileiro oscilava entre 50 e 55 anos de idade. Hoje, estamos com a vida média em torno de 75 anos de idade. Então, significa que estamos vivendo mais, porém o investimento no jovem que vai ficar velho não está sendo proporcional a esse avanço nas tecnologias, para garantir a saúde dos mais idosos.

            Espero que o Governo da Presidente Dilma, os governadores dos Estados, os prefeitos, realmente, deixem de priorizar coisas menos importantes para priorizar exatamente o ser humano. E que ser humano é esse de que estamos falando? É justamente do jovem. Eu já estou na fase dos netos jovens, mas também já passei pela juventude, já tive filhos jovens e me preocupo muito quando vejo - e todo mundo vê, nas televisões - que as maiores vítimas, por exemplo, das drogas, dos assaltos e até os praticantes desses atos são justamente os jovens.

            E por que isso? Por falta de políticas públicas que, de fato, assistam os jovens.

            É verdade que esse Estatuto da Juventude tem vários aspectos que serão deliberados, mas eu entendo que fundamental - e olhem que, como eu disse, sou médico - é a educação. A educação, inclusive, é que vai orientar esse jovem para ele ter cuidado com a sua saúde, para ele dirigir-se na vida de maneira mais adequada. Por isso, não poderia, antes mesmo de chegar a hora do debate sobre o Estatuto da Juventude, perder este dia para fazer este registro.

            Inclusive, eu diria que várias instituições não deviam também esperar só pelos governos - porque, no Brasil, há muito essa mania de esperar só pelos governos. Muitas instituições poderiam fazer mais pelos jovens: as igrejas, os Rotary, os Lions, a Maçonaria, as associações de classe poderiam também fazer ações que beneficiassem, de fato, os jovens. Por exemplo: na Maçonaria, existem as chamadas Ordens Paramaçônicas Juvenis. Por coincidência, ontem foi o dia da Ação Paramaçônica Juvenil do Grande Oriente do Brasil e, no dia 18 do mês passado, foi o Dia Nacional da Ordem DeMolay, dois organismos paramaçônicos mantidos pela Maçonaria justamente para incutir no jovem o bom ensinamento, do amor à família, do amor à pátria, da dedicação ao estudo, do servir ao próximo.

            Então, se toda a sociedade se mobilizasse e, principalmente, o governo desse o exemplo e até estimulasse, nós teríamos, de fato, a tranquilidade de saber que a nossa juventude teria não só direito à meia-entrada nisso ou direito àquilo, mas teria, principalmente, a condição de poder estudar, de ter saúde, ter lazer também, que é importante para a sua formação, e, sobretudo, ter a garantia de que o governo não vai esperar a pessoa delinquir para, depois, agir; esperar que a pessoa esteja, digamos, em uma situação difícil para, depois, ressocializá-la ou reeducá-la.

            O que nós precisamos - e isso vale para qualquer atividade humana, principalmente, para a Medicina - é prevenir. Prevenir é o melhor caminho para tudo, principalmente em se tratando da juventude. O que temos que fazer para prevenir que o jovem não seja, amanhã, um adulto pouco útil à Nação? É justamente prevenindo, dando a ele as vacinas necessárias da educação, da saúde, dos bons costumes, do lazer, da garantia, de fato, de que ele possa se formar e, amanhã, ser um adulto combativo, útil, que colabore, inclusive com os seus semelhantes, de forma que possamos, amanhã, realmente ser um País de que nos orgulhamos, não só de termos tido um aumento da faixa média de vida do brasileiro, mas, sobretudo, um aumento na avaliação do jovem. Isso porque fico triste quando vejo, por exemplo, a avaliação da questão da educação no Brasil. Fico muito triste de ver que os jovens chegam à universidade sem saber direito o português ou a matemática. Isso é dramático, porque realmente você termina fazendo de conta que está formando um cidadão, fazendo de conta que está preparando o amanhã da nossa família, da nossa Nação e, de fato, não estamos fazendo.

            É preciso que - repito -, não só os governos, o Governo Federal tem essa obrigação, aliás, é um dos direitos fundamentais do cidadão, o Governo Federal, os governos estaduais, os governos municipais, mas também toda a sociedade, organizada ou não, até mesmo uma pessoa, individualmente, pode fazer, no seu bairro, por exemplo, onde mora, uma associação, e mobilizar em torno da ideia de manter o jovem estudando, ocupado com atividades que possam construir um caráter e uma personalidade útil à Nação.

            Portanto, eu queria deixar, hoje, aqui, esse meu depoimento - vamos dizer assim-, no dia em que vamos discutir e, se Deus quiser, aprovar o Estatuto da Juventude.

            Agora, como se diz no popular, o povo todo diz, o brasileiro por vezes diz assim: “Precisa fazer lei!”. Lei, só a lei, não funciona; tem que ter aplicabilidade, isto é, os governantes e todos os entes da sociedade têm que, de fato, fazer valer isso como um ideal, como um ideal para a pátria, um ideal de que tenhamos jovens melhores, jovens mais bem atendidos, jovens mais bem assistidos, porque, aí sim, nós os mais velhos teremos a certeza de que o nosso amanhã, o amanhã do nosso País, o amanhã da nossa família será o melhor.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/04/2013 - Página 18941