O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS.) - Eu peço desculpa a V. Exª. Eu devo ter errado. E é provável que sim.

            Eu fico feliz e emocionado por ver V. Exª fazer a afirmativa que fez e por eu poder, de cabeça erguida e orgulhoso, olhar para frente e dizer o que sofri no passado.

            O discurso de V. Exª deve marcar esta reunião. Deve marcar esta reunião! Que daqui a 20 anos não tenhamos alguns, como os que estão aqui, repetindo o seu discurso e, como V. Exª, precisando mostrar que “naquela época do pacote de abril, eu não estava lá.”

            Pois, hoje, nós estamos vivendo um novo pacote de abril. E, o voto que vai estar lá, vai dizer onde nós estivemos.

            V. Exª disse hoje: “Naquela época, 20 anos atrás, eu não estava.” Quantos do PT ou do PMDB, meu nobre Líder do PT? Não importa. Eu posso dizer do PMDB e muita coisa que se refere ao PT. Quantos não haverão de querer dizer e pensar: “É, pois naquele primeiro daquele abril eu estava lá.” E são os que vão votar a favor disso que estão aí.

            Isso que está aí é um pacote de abril de 5ª categoria, porque no pacote de abril, havia uma ditadura, havia um ato institucional, havia cassações, havia marechais, havia todo mundo. Hoje nós estamos numa democracia! O Brasil está livre; o Supremo está livre; a Presidente da República está livre; o povo está livre. Podemos fazer o que quisermos dentro da democracia. Nós estamos nos entregando! E nós nos entregarmos é ato de covardia.

(Soa a campainha.)

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Pode ter certeza de que isso eu não faço. Que nós todos possamos dizer: “Eu também não fiz.”

            Muito obrigado.