Encaminhamento durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente ao RQS n. 361/2013.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Encaminhamento
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente ao RQS n. 361/2013.
Publicação
Publicação no DSF de 25/04/2013 - Página 21402

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, como sempre, vou usar da mais alta sinceridade, que sempre norteou meus pronunciamentos.

            Primeiro, quero dizer ao Senador Pedro Simon que V. Exª proferiu, hoje à tarde, um dos mais belos discursos que, nos meus 27 anos de mandato, presenciei de um homem público. Confesso, meu caro Senador, que, na sua luta política pela democracia brasileira, nunca tinha visto uma espontaneidade tão grande. V. Exª sempre teve uma preocupação incomum com a democracia desta Pátria.

            Vou à minha residência. Ao chegar, abraçarei meus filhos: uma menina de 8 anos e um menino de 4 anos. Eu estava preocupado, Senador, de ir para minha casa e abraçá-los, olhar para eles, preocupado com o futuro dessas crianças; de olhar para eles e me preocupar com o futuro da minha Pátria, que tanto lutou ultimamente para conseguir a democracia. Mas V. Exª lavou a minha alma. V. Exª deixou a minha alma tranquila, leve. E, por mais, nobre e caro Senador, que V. Exª pense em uma derrota hoje à tarde, por mais que isso aconteça, V. Exª já nos brindou com a sua fala simplesmente emocionante em favor da Pátria brasileira.

            Meus parabéns, grande Pedro Simon! Jamais serás esquecido na história desta Casa. Aos 83 anos de idade, subiste naquela tribuna para mostrar aos brasileiros o que significa o conceito de democracia, o quanto vale a democracia para esta Pátria, Pedro Simon.

            Não se pode hoje, caros Senadores... Prestem atenção porque está acontecendo hoje nesta Casa, meus nobres Senadores, um processo direcionado a uma candidatura. Querem tirar de Marina Silva a liberdade, a liberdade, a liberdade, de ser candidata. Pátria querida, nós ainda podemos falar em liberdade, Pátria querida! Porque querem tirar da Marina Silva a sua candidatura a Presidenta desta Nação. Deixem-na!

            Marina é competente. Marina é uma mulher dócil. Tem as suas qualidades que ameaçam, sim, a candidatura da Dilma.

            Ora, Dilma, você não pode agir dessa maneira. O PT, que diz que lutou tanto por esta democracia. Mostra a Dilma, inclusive, oferecendo a sua própria vida pela democracia.

            Como é que as coisas mudam, meu nobre Presidente! Como as pessoas mudam, meu nobre Presidente! Como é que essas pessoas impõem, agora, através de um projeto só, a queda da democracia brasileira, o impedimento da liberdade, da liberdade de ser candidata!

            Este Senado jamais poderá se curvar a esse ato, sob pena de desmoralização da família brasileira, da democracia brasileira, da liberdade dos cidadãos!

            Não é hoje, Senador Randolfe, que V. Exª, em sua juventude já Senador da República, irá para sua casa decepcionado com o Senado Federal.

            Peça aos seus pares, peço a todos os Senadores que votem a favor da liberdade; que votem a favor da democracia; que votem a favor da candidatura de Marina Silva, que tem o direito à liberdade de querer disputar uma eleição.

            E nós não podemos comungar desse ato. Nós não podemos aceitar o ato da Dilma de tirar aquilo que lhe assusta do seu caminho.

            Encara, Dilma! Encara, Dilma! Tu não podes, simplesmente através de um projeto, sabendo que tens a maioria no Senado, castrar uma candidatura a Presidenta da República, num ato antidemocrático.

            Sr. Presidente, eu encerro a minha fala, dizendo ao povo brasileiro que, se este requerimento de urgência for aprovado, a democracia brasileira está arranhada, a mais autêntica comprovação de que o nosso País está se curvando à ditadura de um Governo, de um Governo sem controle, de um Governo que não controla a corrupção, de um Governo que não controla a inflação, de um Governo que não fez absolutamente nada pela infraestrutura do País. Um País sem saúde, um País sem educação e, por fim, Presidente, agora um País, que, se nós votarmos a favor deste requerimento, infelizmente, nós temos que dizer a frase: um País desmoralizado pelo próprio Senado brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/04/2013 - Página 21402