Discurso durante a 64ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque à crescente produtividade agrícola do Estado de Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Destaque à crescente produtividade agrícola do Estado de Rondônia.
Aparteantes
Ataídes Oliveira, Vanessa Grazziotin.
Publicação
Publicação no DSF de 07/05/2013 - Página 23578
Assunto
Outros > AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, RESULTADO, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), REFERENCIA, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, ENFASE, SOJA, MILHO, CAFE, ARROZ, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), MOTIVO, DESENVOLVIMENTO, TECNICAS AGRICOLAS, OBJETIVO, AMPLIAÇÃO, PRODUTIVIDADE, DEFESA, EXTENSÃO, BENEFICIO FISCAL, CONCESSÃO, ZONA FRANCA, MANAUS (AM), RELAÇÃO, ESTADOS, REGIÃO AMAZONICA, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CRIAÇÃO, LOCALIDADE, PROCESSAMENTO, EXPORTAÇÃO.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, inicialmente, quero agradecer ao Senador Ataídes pela permuta do tempo.

            Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, assim como o Brasil, Rondônia tem mostrado, nos últimos tempos, uma inequívoca e crescente vocação agrícola, batendo recordes sucessivos em sua safra de grãos e nos índices de produtividade relacionados à área plantada.

            Os números não deixam dúvidas. Segundo dados já divulgados pelo IBGE para o período 2012/2013, a produção e colheita agrícola em Rondônia baterá na casa de 1,2 milhão de toneladas de grãos, com especial destaque para soja, milho, café e arroz.

            Com esses robustos números, Sr. Presidente, já alcançamos a autossuficiência na produção de alimentos alicerçados em constantes incrementos de produtividade, sem deixar de lado a consciência ambiental.

            Vanessa falava, há pouco, da Zona Franca de Manaus. Eu acredito, Sr. Presidente, que cada Estado da Amazônia deveria ter uma zona franca, para segurar o desmatamento. O Estado do Amazonas, que é o maior Estado do Brasil - cabem alguns países europeus dentro dele - preserva 97% das suas florestas. Apenas 3% do Estado do Amazonas foram desmatados. E eu sempre falo aqui, desta tribuna, que isso é fruto dos incentivos à Zona Franca de Manaus. Senão, a população do Amazonas teria avançado sobre a floresta, desmatando para poder sobreviver, como nos outros Estados. Se a capital de cada Estado da Amazônia tivesse uma zona franca, certamente, 90% ou mais de suas florestas teriam sido preservadas. Por que Rondônia desmatou trinta e poucos por cento? Era para preservar 70%, mas já avançamos além dos 30% determinados no Zoneamento Agroeconômico e Ecológico. Porque a vocação em Rondônia, assim como no Mato Grosso e em outros Estados da Amazônia, é agrícola. Já no Estado do Amazonas, a vocação é industrial, comercial e industrial. Logo, a Zona Franca foi um amortecedor para o desmatamento na Amazônia. Eu sempre falo aqui, Senador Ataídes, que as capitais dos Estados de Tocantins, de Rondônia, de Mato Grosso, do Acre e de outros Estados deveriam ter uma zona franca, porque, assim, o desmatamento teria tido um freio.

            Então, eu acho que foi importante a criação da Zona Franca de Manaus, é importante a sua preservação, mas eu gostaria que fossem estendidos, se não no todo, pelo menos em parte, os benefícios da Zona Franca da Manaus para o Estado de Rondônia e para outros Estados da Amazônia.

            Já tenho pedido de aparte da Senadora Vanessa e, depois, do Senador Ataídes. Vamos ver se não vou estourar meu tempo também.

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco/PCdoB - AM) - Serei muito breve.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - Concedo, com muito prazer, um aparte a V. Exª.

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco/PCdoB - AM) - Muito obrigada, Senador. Serei muito breve. Apenas quero cumprimentá-lo. V. Exª é Senador da República já há bastante tempo e foi Governador do Estado de Rondônia e, por isto, V. Exª, até melhor do que eu, como administrador que foi de um importante Estado da Região Amazônica, sabe o que representa a Zona Franca de Manaus. Eu tenho dito que, se o nível de desmatamento do Amazonas é bem menor do que o dos demais Estados, não é por termos tido melhores governadores ou governadores mais comprometidos com o meio ambiente, mas porque temos uma alternativa econômica que o Estado de Rondônia não tem, que o Estado do Acre não tem. Então, eu quero cumprimentá-lo e agradecer a V. Exª pela solidariedade e pela compreensão. V. Exª ajuda a levar essa compreensão para o Brasil inteiro. Parabéns, Senador. Muito obrigada.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - Obrigado a V. Exª.

            Já que Rondônia não vai ter os mesmos incentivos da Zona Franca de Manaus, eu aprovei uma zona de processamento de exportação, que é uma coisa diferente, mas também importante. A China tem centenas delas, assim como os Estados Unidos. Até Cuba está criando a sua zona de processamento de exportações, lá no porto de Mariel, que nós visitamos. Eles estão convidando empresas de outros países para se instalarem naquela zona de processamento em volta do porto, para fortalecer a economia.

            Então, eu acho que a zona de processamento é uma coisa importante, que vai ajudar os nossos Estados.

            Concedo um aparte, com muito prazer, ao Senador Ataídes, que me concedeu o seu tempo, em permuta.

            O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco/PSDB - TO) - Obrigado, Senador. Eu só quero deixar o registro de que eu coaduno com V. Exª que cada ente da nossa Federação deveria ter, sim, uma zona franca. Eu não sou contra a Zona Franca de Manaus, de forma alguma, mas, a princípio, eu queria entender por que a zona franca, no Brasil, está em Manaus, o que, em termos logísticos, é terrível para este País. Tudo o que se produz naquele Estado tem de sair. Eu sou um concessionário Honda e lá tem a montadora Honda. Então, são sete dias por água e, depois, mais dez dias por caminhão nas estradas. Então, esta sempre foi a minha dúvida: por que Manaus? Por que não Goiás? Por que não Tocantins? Por que não São Paulo? Eu quero dizer mais o seguinte: eu só queria, para o nosso querido Estado do Tocantins, ter uma zona franca e ter somente 5% dos incentivos que a Zona Franca de Manaus tem. Seria o suficiente para nós. Obrigado, Senador.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - Era isso que eu gostaria de dizer também, Senador Ataídes: que pelo menos 5% ou 10% das indústrias que estão em Manaus estivessem em Porto Velho, a capital do meu Estado. Com a nossa zona de processamento de exportação e o nosso porto modernizado, já que nós temos hidrovia, talvez consigamos levar para lá algumas indústrias de grande porte também. É o sonho dos rondonienses e sei que é o sonho dos tocantinenses também, assim como de todos os Estados da Amazônia, ter uma espécie de zona franca, que, na época em que foi criada, repito, acho que Manaus era um grande centro comercial e empresarial de toda a Amazônia. Depois, os outros foram crescendo e hoje já comportam também empresas, indústrias desse tipo.

            Acho que é importante preservar a Zona Franca - para o Amazonas, é importante -, mas que se estenda também alguma parcela disso para os nossos pobres Estados da Amazônia Ocidental e da Amazônia Legal.

            Sr. Presidente, favorecidos com a combinação de fatores climáticos e fisiológicos do solo propícios, crédito facilitado e forte investimento em novas tecnologias, os agricultores rondonienses têm obtido insofismável sucesso na ampliação de sua produção, sem avançar em áreas de proteção e preservação ambiental.

            Basta olharmos o desempenho de suas principais lavouras, segundo dados recentemente divulgados pela Secretaria de Agricultura do Estado de Rondônia, para constatarmos, com clareza, a magnitude desse processo.

            No cultivo do milho, constatou-se um ganho de 26,17% em sua produtividade média, sem aumento de área plantada. Na lavoura do café, com o desenvolvimento de novas técnicas de poda, adubação e irrigação, chegou-se a um incremento de quase 10%, mesmo com uma redução de 8,9% na área cultivada. Nós estamos aumentando a nossa produtividade numa área plantada até menor.

            Na de soja, Sr. Presidente, um dos carros-chefes de nossa pauta de exportações, conseguiu-se um portentoso aumento de 15,55% de produtividade, bastante significativo para um cultivo já bastante desenvolvido e aperfeiçoado no País. No plantio do feijão, obteve-se, igualmente, um admirável incremento de 13,43% em seus índices de produtividade.

            E o Estado de Rondônia tem, juntamente com a Embrapa, com a Ceplac, com a Emater, desenvolvido novas técnicas de produtividade e, com isso, aumentado significativamente a nossa produção.

            As feiras agropecuárias, que começam agora, em maio, em Rondônia, e vão se estender até por volta do mês de outubro, têm, também, incentivado, através do financiamento do Banco do Brasil, do Banco da Amazônia, da Caixa Econômica Federal, do BNDES, equipamentos para melhorar a produtividade das nossas safras.

            E eu ressalto que agora, no dia 23 de maio, vai ser a abertura da segunda edição da Rondônia Rural Show. É uma feira diferente das feiras agropecuárias, que são muito importantes para Rondônia.

            A Rondônia Rural Show, desenvolvida pelo Governador Confúcio Moura, pela Secretaria de Agricultura, pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social, pela Emater e por outros parceiros, tem sido um veículo importante, um instrumento importante para incentivar as novas tecnologias e a compra de equipamentos, inclusive com juro subsidiado: o Governo paga o juro, é juro zero para o produtor. Na primeira feira, foram vendidas mais de 300 máquinas e equipamentos. Nessa de agora, com certeza, será vendido muito mais.

            Desta maneira, nobres colegas, Rondônia vem contribuindo crescentemente para a ampliação do papel brasileiro de celeiro do mundo, com uma safra nacional já superando a casa dos 180 milhões de toneladas.

            Enquanto grandes produtores internacionais, como os Estados Unidos, vêm sofrendo decréscimos em suas safras, apresentando queda de produtividade que chega a 19% no caso dos Estados Unidos, estima-se que novas fronteiras agrícolas, como Rondônia, vejam suas safras dobrarem nos próximos anos.

            Para tanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recursos conjuntos da ordem de R$115 bilhões serão disponibilizados pelo Governo Federal para o financiamento da lavoura nacional. Para Rondônia, somente o Banco do Brasil já disponibilizou mais de R$500 milhões em linhas de crédito, no intuito de atender os milhares de produtores rurais rondonienses que tenham interesse em investir e melhorar a produtividade no campo. O Banco da Amazônia também deve investir cifra ainda maior do que essa, talvez mais de R$1 bilhão seja investido este ano para a indústria agrícola e pecuária e para o incentivo na produção de Rondônia.

            É por tudo isso, Sr. Presidente, que estamos bastante esperançosos com o futuro de nossa agricultura, aproveitando a nossa vocação natural irresistível para promover o desenvolvimento econômico nacional e a segurança alimentar do nosso povo.

            Era o que tinha, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/05/2013 - Página 23578