Pela Liderança durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a escolha do Embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo para o cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Autor
Inácio Arruda (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA, COMERCIO EXTERIOR.:
  • Satisfação com a escolha do Embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo para o cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Aparteantes
Ana Amélia.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/2013 - Página 24022
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA, COMERCIO EXTERIOR.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ELEIÇÃO, EMBAIXADOR, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CARGO, DIRETOR GERAL, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO (OMC), ANALISE, REALIZAÇÃO, ESCOLHA, REGISTRO, EXPECTATIVA, ORADOR, ATUAÇÃO, REPRESENTANTE, PAIS, SETOR, COMERCIO EXTERIOR, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DISCURSO, CANDIDATO, ORIGEM, BRASIL, PERIODO, CANDIDATURA, LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, SUIÇA.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje é um dia também especial para o nosso País, para o Brasil, em face da indicação e escolha em eleição, pela Organização Mundial do Comércio, do candidato brasileiro, o Embaixador Roberto Azevedo, ao cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio.

            É muito significativo ter uma eleição com apoio vasto, uma ampla maioria e grande repercussão. Mostra o protagonismo do nosso País e, digamos assim, aqueles países que estão nas relações Sul-Sul passam a ter um protagonismo maior na cena política internacional.

            Eu quero cumprimentar, especialmente, a nossa Presidenta Dilma Rousseff, que lançou a nossa candidatura no dia 28 de dezembro do ano passado, que, portanto, se materializa como vitoriosa; o nosso Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; quero também cumprimentar o nosso Embaixador no Mercosul e na Aladi, Ruy Carlos, que era um entusiasta da candidatura do nosso Embaixador Roberto Azevedo. Todos trabalharam intensamente.

            A eleição se estabeleceu em dois turnos de votação. Em 25 de abril, nós passamos para o segundo turno, e, portanto, a candidatura de Roberto Azevedo mostrou grande força e muito peso nas articulações, nos bastidores, nas discussões.

            Roberto Azevedo fez um discurso de apresentação da sua candidatura, mostrando não só o papel, a importância do Brasil, dos países que estão emergindo na cena política, econômica e social, no mundo atual, os BRICS, o G-20, e, sobretudo, o seu papel em Genebra. Desde praticamente o nascimento da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo discute e debate os temas mais candentes das relações entre as nações, na Organização Mundial do Comércio.

            Eu considero, portanto, essa notícia de grande importância, pois reflete o prestígio do Brasil, da nossa Presidente, bem como as qualidades, sobretudo pessoais e profissionais, do Embaixador Roberto Azevedo, que tem mais de 30 anos de carreira em altas funções do Itamaraty, especialmente representando o nosso País no exterior.

            O Embaixador Roberto Azevedo é negociador experiente e hábil, com trânsito fácil entre todos os principais atores da OMC, independentemente de seu nível de desenvolvimento.

            Sua plataforma de campanha centra-se na percepção de que a Organização necessita agora de uma liderança revitalizada, capaz de ajudar seus membros a destravarem a famosa Rodada de Doha como uma genuína rodada do desenvolvimento, com resultados equilibrados e benéficos para todos os países.

            Reativar o pilar negociador da OMC é a chave para a renovação do multilateralismo econômico, vertente fundamental dos interesses econômicos do Brasil no mundo. A paralisia do multilateralismo é um risco, uma vez que incentiva negociações discriminatórias, medidas unilaterais, ambas mais passíveis de manipulação pelas grandes potências, em detrimento de países mais vulneráveis.

            O desafio agora é, portanto, confirmar a preferência majoritária dos membros da OMC. Quer dizer, o desafio que se estabeleceu e que resultou na vitória confirma esse entusiasmo que atingiu, digamos assim, o Itamaraty quando alcançamos o segundo turno e que se revelou forte pelo resultado em que teve uma vasta, uma ampla maioria na escolha do diretor-geral.

            O Brasil, portanto, tem uma posição confortável, que se refletiu no resultado eleitoral, e é evidente que isso reflete um apoio em todos os continentes. Não houve uma região do mundo em que não tivéssemos uma força e uma demonstração de força grande.

            Eu recebo essa notícia porque partilhei dos diálogos anteriores durante o curso da campanha do nosso Embaixador Roberto Azevedo com os que estavam, digamos assim, com a responsabilidade militante, praticamente, de convencer os representantes na OMC de outros países. E esse trabalho foi, portanto, vitorioso.

            Registro então, Sr. Presidente, a nossa satisfação, a nossa alegria pela vitória do nosso Embaixador Roberto Azevedo. Tenho consciência de que ele vai cumprir um mandato refletindo esses interesses de que as relações comerciais entre as nações se estabeleçam num nível bastante elevando, e que as decisões da Organização, longe de causarem constrangimentos - como muitos países desenvolvidos querem realizar contra as nações mais vulneráveis, mais pobres, com mais dificuldade -, ajudem nações em todos os continentes, especialmente na África, em parte significativa da Ásia e, sobretudo, na América Latina, na América do Sul, no Caribe e em parte da Europa, que vive uma crise profunda nos dias atuais, a despeito de haver ali nações com largo processo de desenvolvimento industrial, cultural e mesmo político, mas que se encontram em situação de decadência econômica, de depressão econômica.

            Evidentemente, precisaria a OMC, num momento como esse, ter a liderança de uma nação ascendente como o Brasil. E ligada a outras nações que ascendem no cenário político e econômico mundial.

            Eu, portanto, tenho convicção, Sr. Presidente, de que vamos cumprir ali um grande mandato. Nós estaremos aqui, no Senado da República, apoiando nosso embaixador, buscando dar nossa contribuição para esse trabalho que eu considero sempre, eu olho o cenário e imagino como algo muito difícil.

            Difícil era eleger o Roberto Azevedo, e ele conquistou esse espaço com ampla maioria, demonstrando não só a importância do Brasil, o papel da Presidente Dilma, do Ministro das Relações Exteriores, Patriota, mas sobretudo os méritos pessoais de quem lida com esse debate, com esse assunto, ali na OMC, há tantos anos, cara Senadora Ana Amélia, digníssima representante do Estado do Rio Grande do Sul.

            A Srª Ana Amélia (Bloco/PP - RS) - Caro Senador Inácio Arruda, eu queria apenas endossar as referências que V. Exª vem fazendo, como já fizeram outros oradores. O Senador Valdir Raupp acho que foi o primeiro a anunciar a eleição do Embaixador Roberto Azevedo para essa função de alta relevância para os interesses brasileiros, para a região do continente latino-americano, e o impacto que isso poderá representar nas negociações que temos para vencer barreiras do protecionismo, especialmente europeu e norte-americano, para os produtos da agropecuária, para a produção de alimentos no âmbito do Brasil e também do Mercosul. É um grande empecilho que nós temos. Eu acompanhava, como jornalista, as negociações para o acordo Mercosul/União Europeia, que esbarravam sempre na cláusula agrícola, porque a Europa, a velha Europa é altamente protecionista. Eu penso que a eleição de Roberto Azevedo, além de projetar o Brasil nesse cenário de disputas comerciais - porque, cada vez que a crise se agrava, maiores é as relevância que essa posição alcança para a representação brasileira -, é também o reconhecimento do valor profissional que tem a diplomacia brasileira no cenário internacional. Eu, agora convivendo mais diretamente na Comissão de Relações Exteriores desta Casa, tenho visto a excelência dos candidatos às embaixadas, porque temos votado agora praticamente toda semana, e por isso essa eleição também consagra uma qualificação e um reconhecimento à qualidade profissional da diplomacia de nosso País, além da relevância, é claro, como já salientei, do que isso representará no cenário internacional da projeção de nosso País, que vai sediar grandes eventos e, por isso mesmo, também terá uma visibilidade internacional - o nosso Ministro Aldo Rebelo comandando lá o Ministério do Esporte -, em relação à Copa das Confederações deste ano e também à Copa do Mundo do ano que vem, que têm a ver, também, sim, com interesses, com negócios, com o esporte. Mas penso que tudo é um conjunto de fatores que levam o Brasil a este, digamos, patamar de reconhecimento internacional. Então, cumprimento V. Exª pelo pronunciamento, Senador Inácio Arruda.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Eu é que agradeço a V. Exª o ilustrativo pronunciamento, mostrando inclusive a importância e o que é que isso significa, do ponto de vista de interesses econômicos da nossa região, do País, do Brasil, do ponto de vista da nossa produção agropecuária tão elevada no tocante ao aspecto tecnológico e inovador que é a nossa agricultura, com repercussão na América do Sul.

            Eu imagino, como V. Exª, que nós podemos jogar um papel de vanguarda também na Organização Mundial do Comércio, destravando muitas questões que ainda impedem que não só o Brasil, mas regiões importantes da África ascendam no cenário econômico internacional.

            Portanto, Sr. Presidente, eu gostaria também de solicitar a V. Exª que faça constar, nos Anais do Senado Federal, o pronunciamento do Roberto Azevedo quando da sua indicação na Organização Mundial do Comércio, o discurso de apresentação da sua candidatura - porque eu considerei assim também muito importante o que ele fez em Genebra em 31 de janeiro de 2013 -, para que ele possa ser usado e pesquisado mais adiante, de como o Brasil se posicionou e como um brasileiro alcançou esse posto mais destacado na Organização Mundial do Comércio.

            Agradecendo a V. Exª, eu concluo o meu pronunciamento desejando todo o êxito ao nosso embaixador Roberto Azevedo nessa importantíssima missão que ele assume de agora em diante.

            Muito obrigado.

 

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR INÁCIO ARRUDA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Apresentação do Embaixador Roberto Azevedo ao Conselho da OMC.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/2013 - Página 24022