O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com pesar que relato ao Plenário desta Casa o falecimento do mais antigo professor cuiabano, um mestre de muitas gerações de meus conterrâneos, sempre ensinando que a dignidade e a honradez são adjetivos que rimam com ensino e saber. Mato Grosso perdeu, ontem, o educador Benedito Figueiredo, que desapareceu aos 103 anos de idade.

            O Prof. Benedito cultivou uma biografia belíssima, Senador Pimentel. Um dos fundadores da Universidade Federal de Mato Grosso, lecionou naquela instituição até os 85 anos de idade, formando uma verdadeira legião de ex-alunos e admiradores. Ensinou línguas para várias gerações, ministrando aulas no Liceu Cuiabano, na Escola de Artífices (hoje IFMT), de que tive a satisfação e a honra de ser aluno, no Colégio Salesiano São Gonçalo e na própria Universidade Federal de Mato Grosso.

            Ao completar cem anos de idade, em 2010, Benedito Figueiredo recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal de Mato Grosso. Sábio, mas homem humilde e sem vaidades. Contudo, recusou convite para ingressar na Academia Mato-Grossense de Letras, embora, além de Mestre em Letras e Literatura Brasileira, também dominasse o francês, o alemão, o italiano, o latim e o grego. Foi uma personalidade intensa e de grande cultura, mas sua riqueza moral o afastou das honrarias sem propósito.

            Em sua profícua vida, o Prof. Benedito Figueiredo semeou saber, plantou solidariedade e colheu amigos. Ele expressou toda sua crença na educação em uma frase lapidar, em entrevista concedida ao jornal Diário de Cuiabá. Pontificou o mestre: “Sem livro e leitura, o espírito permanece na infância. O corpo gigante, o espírito anão.”

            Manifesto aqui as minhas condolências à família, aos ex-alunos e a toda a comunidade acadêmica de Mato Grosso.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.