Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre os cem dias da Gestão da Mesa Diretora do Senado Federal.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Comentário sobre os cem dias da Gestão da Mesa Diretora do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2013 - Página 24691
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, MESA DIRETORA, PRESIDENTE, SENADO, ADOÇÃO, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, REDUÇÃO, CUSTO, FINANÇAS, ORGÃO PUBLICO.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Renan Calheiros, eu também não poderia deixar de aqui me manifestar, naturalmente, após o seu pronunciamento dos cem dias de trabalho realizado à frente da Presidência do Senado.

            Foram cem dias muito profícuos de avanços e conquistas que tivemos aqui, sobretudo com uma demonstração muito clara das boas intenções da Mesa Diretora, de que também tenho a honra de fazer parte como suplente.

            Mesmo avançando, contribuindo naturalmente com o nosso País no aprimoramento das leis com a aprovação de novos projetos, há apenas um questionamento que eu gostaria de fazer não a V. Exª, mas ao Senado, em relação à invasão de competência com que, muitas vezes, nós estamos convivendo de forma até constrangedora.

            Senador, V. Exª está demonstrando que quer realmente modernizar, avançar, e, sobretudo, reduzir a despesa. O Congresso, sobretudo o Senado, indiscutivelmente tem contribuído com a nossa Nação no aprimoramento e em novos projetos de lei que tem aprovado aqui. Como V. Exª bem disse, um cabedal de leis foi aprovado.

            Agora, o que nós precisamos, Senador Renan, é fazer valer as prerrogativas do Senado e do Congresso. Há hoje um enxame de medidas provisórias aqui. Eu confesso a V. Exª que, muitas vezes, nos sentimos até inúteis. Esta é uma Casa de debates. Certamente a sociedade espera que possamos debater assuntos de interesse nacional, e, nunca, jamais, em tempo algum, nós poderemos ser submissos a outro Poder, sobretudo ao Poder Executivo, a que me refiro de forma muito direta.

            O que se vê aqui é que, muitas vezes, o Senado, o Senador não debate o nosso projeto. As medidas provisórias já vêm aqui cheias de contrabando. V. Exª se referiu à medida provisória que foi aprovada aqui e na qual eu particularmente votei, e espero que medidas como essa cheguem mais aqui, pois são em favor do povo brasileiro, sobretudo daqueles menos afortunados.

            Agora, não podemos votar aqui, de forma açodada, as medidas provisórias. Como o senhor mencionou, chegamos ao cúmulo do absurdo de não dispormos de, pelo menos, 72 horas para debatê-las. Isso atropela o bom andamento dos trabalhos que esta Casa pode proporcionar em favor da nossa sociedade.

            Dessa maneira, quero cumprimentá-lo. V. Exª está no bom caminho, em que pese, muitas vezes, esse esforço sobrenatural que está fazendo. Às vezes, chego à conclusão: será que está valendo muito a pena?

            Nesses dias, vi uma matéria em um determinado jornal de circulação nacional. Apesar de todo esse trabalho majestoso que se está fazendo aqui, parece-me que basta um jornal chegar e dizer: “Olha, há seis ou sete funcionários que ficam no aeroporto aqui, em Brasília, fazendo o check-in para Senador. Alguns desses trabalhadores, servidores aqui do Senado, ganham R$14 mil, R$13 mil, R$11 mil.” Ora, gente, se eles não estivessem lá, estariam aqui trabalhando. Eles estão prestando um serviço para a Casa, para os Senadores que compõem esta Casa.

            A imprensa faz uma crítica que, imagino, não é democrática, não. Pelo trabalho sério e honesto que V. Exª está fazendo aqui, não vale a imprensa divulgar essa informação, em nível nacional, pelo fato de seis ou sete servidores estarem lá. Eu mesmo fui abordado: “Mas, Senador, vocês têm dez funcionários no Senado.” Eu falei: “Gente, esse pessoal está há 20, 25 anos; são servidores de carreira. Se não estivessem no aeroporto, estariam aqui, no Senado, trabalhando.”

            Então, eu acho que são críticas que, muitas vezes, ao serem interpretadas, colocam todo mundo em um balaio só, porque acham que o Senado não faz nada e que os funcionários ganham muito, e não é verdade. São bons trabalhadores, bons servidores, competentes, eficientes. São poucas instituições públicas no Brasil que têm servidores competentes como nós temos aqui no Senado. Todavia, só sabem levar para o lado da perversidade, ou seja, das acusações, achando que os servidores daqui são sanguessugas. Não; são trabalhadores, servidores.

            V. Exª está de parabéns. Confesso a V. Exª que estou surpreso com a sua atitude, pela coragem e determinação. Não é muito fácil, não. V. Exª é determinado: vai lá, fala “tem que ser assim” e faz. Com essa manifestação, V. Exª vem aqui para mostrar que tudo aquilo que falavam em um passado bem recente não corresponde à verdade; muito pelo contrário. O senhor é um homem de bem, um homem sério, que quer demonstrar ao Brasil que, de fato, Renan Calheiros é aquele homem com proposta, que quer fazer realmente do Senado Federal uma Casa de respeito, uma Casa que possa ser respeitada pela opinião pública brasileira.

            Cumprimento e saúdo o senhor e toda a Mesa Diretora.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2013 - Página 24691