Discurso durante a 68ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, no próximo domingo, do Dia das Mães.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, SAUDE.:
  • Homenagem pelo transcurso, no próximo domingo, do Dia das Mães.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2013 - Página 25134
Assunto
Outros > HOMENAGEM, SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MÃE, COMENTARIO, NECESSIDADE, MELHORIA, ATENDIMENTO, SAUDE, MULHER, PERIODO, MATERNIDADE.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Ana Amélia; Srs. Senadores; Srªs Senadoras; Senador Cristovam que acabou de usar a tribuna, o tema não poderia ser outro senão o de homenagear as mães. Tanto a Senadora Ana Amélia quanto o Senador Cristovam fizeram brilhantes pronunciamentos sobre todos os aspectos que envolvem realmente a maternidade. Não só a maternidade biológica, evidentemente.

            Eu tive o prazer de, primeiro, ter uma mãe excelente, que se foi deste mundo no mês de março deste ano. Portanto, é o primeiro Dia das Mães que eu passo sem minha mãe aqui na terra, mas tenho certeza de que ela está lá me ouvindo e recebendo minhas homenagens também.

            Igualmente, tive o prazer de ter a mãe de meus filhos como uma pessoa exemplar que cuidou dos filhos - inclusive era professora e deixou de lecionar para educá-los e acompanhá-los, além de tantas outras tarefas.

            Assim como V. Exªs, também quero homenagear as mães: minhas irmãs; minhas filhas, que já são mães; e todas as mães do meu querido Estado de Roraima e do Brasil inteiro.

            É muito importante dizer algumas coisas.

            Primeiro, perguntar sobre o porquê do Dia das Mães no segundo domingo de maio. Aqui no Brasil, a data foi oficializada pelo Presidente Getúlio Vargas em 1932. Em 1947, foi incluída no quadro de comemorações da Igreja Católica, que adotou a data em referência a Maria, mãe de Jesus.

            Então, na verdade, embora eu tenha presenciado algumas críticas quanto ao fato de que algumas datas se tornam muito mais comerciais do que propriamente de homenagem, eu não vejo desse jeito. Creio que, como disse o Senador Cristovam, uma mãe sempre quer receber de presente ao menos um abraço. Mas, se o filho puder dar um presente, uma lembrança, isso é muito importante. É evidente que o maior presente que uma mãe espera receber do filho, além do amor filial, é que ele, realmente, possa ter condições de estudar e concluir um curso superior que lhe dê uma profissão.

            Porém, é muito importante que - vou falar do aspecto médico, que a Senadora Ana Amélia também comentou - esse dia sirva para reflexão das autoridades federais, estaduais e municipais para que deem uma atenção maior à mulher que vai ser mãe principalmente, porque ainda é triste ver o índice de mortalidade materna no parto ou no pós-parto. É muito triste ver que no Brasil ainda existe isso. E pior: muitas mães por este Brasil afora, principalmente nas regiões mais distantes, do interior, não têm sequer o cuidado de um médico no seu pré-natal, na hora do seu parto e, às vezes, nem de uma parteira devidamente instruída para fazer partos. Mas, mesmo nas maternidades no Brasil, formalmente, ainda acontece, infelizmente, um índice grande de mortalidade materna.

            Então, é importante realmente - e isso eu aprendi lá na faculdade, na década de 60 - que, se cuidarmos de duas áreas na saúde, que são a mulher e a criança, estamos cuidando de 80% dos problemas gerais. Agora, é evidente que há doenças, como citado pela Senadora Ana Amélia, como o câncer, que pode, a qualquer momento, atingir uma pessoa. Minha mãe teve um câncer aos 70 anos de idade. Felizmente, foi bem-sucedida na cirurgia e sobreviveu muitos anos depois disso.

            Agora, é importante também dizer para todas as mães, e aí repito, para todas as mães de um modo geral, tanto aquelas que têm um filho através do seu ventre como aquelas que adotam e que ajudam a criar crianças... Há até uma propaganda interessante que está aparecendo na televisão que diz que a mãe pode ser um avô, uma avó, pode ser a tia, pode ser a irmã ou pode ser, às vezes, alguém que adote. A mãe se caracteriza não só pelo aspecto do dar à luz uma criança, ou, como nós falamos tecnicamente, através do seu parto, trazer uma criança ao mundo. Mas o importante é que não deixemos nunca de realmente pensar na sua importância. Eu quero repetir: é fundamental!

            Nós temos, agora, uma Presidente da República mulher, então, que ela, realmente, reforce a atenção à saúde e a outros aspectos sociais das mulheres do Brasil.

            Acho que mãe é uma coisa tão forte no coração e na mente de cada um que, realmente, mesmo quando, como eu disse, elas se vão, nós, na verdade, temos aquela sensação, logo no momento, de uma perda enorme, mas, depois, assimilamos aquilo como, às vezes, o fim de um sofrimento por uma doença ou, então, porque realmente, no caso daqueles que são religiosos, acreditamos que Deus a chamou.

            Eu quero finalizar lendo aqui um poema de Carlos Drummond de Andrade que fala justamente isso.

            O título é “Para Sempre”:

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo, [diz o poeta]

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

            Então, dedico esse poema àqueles que perderam suas mães. Eu, como disse, perdi recentemente a minha e ainda, lógico, a tenho muito viva na memória e tenho certeza de que vou morrer também com a imagem dela presente na minha mente, no meu coração.

            Eu encerro, Senadora Ana Amélia, mostrando que, realmente, o dia talvez em que o ser humano mais se emociona, mais se envolve é justamente o dia da homenagem às mães.

            Então, que depois de amanhã, dia 12 de maio, conforme foi estabelecido pelo Presidente Vargas aqui no Brasil, sempre no segundo domingo do mês de maio, seja sempre lembrado por todos os filhos, de maneira carinhosa e afetiva.

            Concluo mandando um abraço especial a todas as mães do meu Estado de Roraima e também às mães do Brasil inteiro.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2013 - Página 25134