Pela Liderança durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do ex-Governador do Acre, Orleir Cameli; e outros assuntos.

Autor
Sérgio Petecão (PSD - Partido Social Democrático/AC)
Nome completo: Sérgio de Oliveira Cunha
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FUSO HORARIO.:
  • Pesar pelo falecimento do ex-Governador do Acre, Orleir Cameli; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2013 - Página 24381
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FUSO HORARIO.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EX GOVERNADOR, ESTADO DO ACRE (AC), APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.
  • COMENTARIO, RESULTADO, REFERENDO, LOCAL, ESTADO DO ACRE (AC), REFERENCIA, REJEIÇÃO, ALTERAÇÃO, FUSO HORARIO, REGISTRO, SOLIDARIEDADE, RELAÇÃO, JOÃO CORREIA, EX-DEPUTADO, MOTIVO, REALIZAÇÃO, GREVE, FOME, OBJETIVO, PROTESTO.

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Presidente, Senador Romero Jucá, quero agradecer pela sua sensibilidade, diante do adiantado da hora, de me conceder este espaço.

            Sr. Presidente, na verdade, o que me traz à tribuna, nesta noite de hoje, é o registro, com muita tristeza, do falecimento do ex-Governador Orleir Cameli. Orleir foi Governador do nosso Estado, do Estado do Acre, de 1995 a 1999.

            Eu tive o prazer de começar a minha carreira política junto com o Governador Orleir Cameli. Na sua eleição, foi quando me elegi pela primeira vez deputado estadual no meu Estado. Então, eu queria aqui prestar minhas condolências à Família Cameli, na pessoa da D. Bete, esposa do Orleir; dos seus irmãos Eládio e Chiquinho; dos seus filhos - segundo informações, são oito filhos -; e de James Cameli, filho do Orleir, um empresário de Cruzeiro do Sul, pessoa pela qual tenho um carinho muito grande. Eu queria prestar minhas condolências também aos filhos.

            Tenho certeza de que não só Cruzeiro do Sul, mas todo o Vale do Juruá está de luto. Orleir era uma pessoa que sempre fez questão de fazer seus investimentos no Estado do Acre. Foi Governador, era um grande empresário do nosso Estado, tudo o que tinha investiu no Acre. E, por isso, estou aqui - eu gostaria que ficasse registrada nos Anais do Senado -, fazendo essa nossa singela homenagem ao Governador Orleir Cameli, que faleceu no dia de hoje, na cidade de Manaus, e irá ser velado na cidade de Cruzeiro do Sul. Eu gostaria muito de estar lá, mas não estarei por conta de uma agenda do meu Partido aqui.

            Mas, com certeza, Cruzeiro do Sul, todo o Vale do Juruá saberá prestar uma homenagem a essa pessoa que dedicou toda a sua vida ao nosso Estado.

            Outro assunto que me traz à tribuna, Presidente - e ele me pediu que não o registrasse aqui como ex-Deputado, mas, sim, como cidadão acriano -, é que visitei o ex-Deputado João Correia e ele está aqui, na frente do Palácio do Planalto, fazendo uma greve de fome por conta da situação do nosso horário. O senhor acompanhou esse debate aqui.

            Nós tivemos um referendo que foi realizado em 2010 e apontou que 56,8% da população do Acre não queria essa mudança de horário. O nosso horário, como todo o Brasil sabe, tinha duas horas de diferença, duas horas de fuso de Brasília. E sem perguntar se o povo do Acre queria mudar de horário, o então Senador Tião Viana - e hoje Governador do nosso Estado - apresentou uma lei...

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - ... e alterou parte do horário do Amazonas, do Pará, e também mudou o nosso horário, um horário que vigorava desde 1913. É como se você fosse dormir em um horário e acordasse em outro horário. Eles argumentavam que isso ia melhorar a economia do nosso Estado, que isso ia ser bom para o nosso Estado. E hoje nós estamos vendo que aquilo era só falácia. Até hoje nós procuramos saber o que está por trás disso, por que foi mudado o horário do Acre.

            Essa mudança de horário no Estado do Acre gerou quantos empregos para os nossos jovens? O que foi que melhorou na economia do nosso Estado?

            Falava-se muito que o empresariado queria mudança de horário. Mas em que melhorou o nosso Estado? Aumentou a geração de renda? Aumentaram os empregos no nosso Estado? Não, não melhorou nada. O que aconteceu é que deixou muita gente indignada e revoltada e, hoje, ainda recebo uma cobrança muito grande, Presidente, lá, no nosso Estado, por conta dessa arbitrariedade, por conta dessa truculência que foi a nossa mudança de horário. E nós, o povo do Acre, num projeto do então Deputado Federal Flaviano Melo, tivemos um referendo...

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - ... e o povo do Acre foi às urnas e disse que não aceitava aquela mudança de horário; “Não queremos mudar de horário.” E esse projeto veio aqui para o TSE, foi regulamentado pelo TRE, veio aqui para o TSE, que não tomou a decisão, deveria tê-la tomado, para de imediato voltar o nosso horário, encaminhou aqui para o Senado, e aqui travamos uma verdadeira guerra, uma verdadeira guerra, alguns criando todos os tipos de mecanismos para emperrar, para atrasar, conseguimos levar até a Presidente Dilma...

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - ... e ela vetou, vetou argumentando que o Pará, o Amazonas não queriam aquela lei. Encaminhou de novo à Câmara Federal, e a verdade é que foram criados todos os tipos de mecanismos para que a vontade do povo acriano não prevalecesse. E eu, que sempre tive muitas divergências com o Deputado João Correia, muitas divergências, respeito a posição dele, é um professor da Universidade, foi um excelente Deputado Estadual comigo, tive o prazer de ser Deputado Estadual com o João, foi Deputado Federal, e, hoje, acompanhando pela imprensa, recebi a notícia e fui ali em frente ao Palácio do Planalto, lá, numa barraquinha, e me disse assim: “Olha, Petecão, o Acre me deu a vida, eu estou disposto a dar minha vida para que se possa valer a vontade do povo.”

            Então, estou aqui, prestando a minha solidariedade ao João Correia pela sua coragem. E queria também pedir a todo aquele acriano que está indignado como João Correia, que está indignado como eu sempre estive - sempre tive a oportunidade de dizê-lo -, que nós possamos fazer um levante. Nós não podemos aceitar. Eu vi o João Correia hoje, ali, fazendo a parte dele.

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - E aqui essa decisão não é uma decisão de João Correia, não é uma decisão de Petecão, não é uma decisão de Flaviano, é uma decisão da maioria do povo do Acre. Mas, como nós vivemos num regime de ditadura branca no Acre, o Governador não teve a humildade de aceitar a decisão do povo.

            Aquele gesto de hoje do João Correia alguns membros da imprensa do nosso Estado tentam anarquizar, tentam ridicularizar. Mas hoje eu parei para fazer uma reflexão e vi que o João está correto. Ele disse: “Olhe, Petecão, não tenho mandato mais”. E não queria que ficasse aqui essa posição como do ex-Deputado: “Esta posição aqui é de um acriano que está indignado por ver a vontade do nosso povo não ser cumprida.” Está ali. Ele disse: “Eu tenho certeza de que, uma hora, a Presidente Dilma vai me ver aqui”. Ele colocou lá algumas faixas e vai fazer valer, vai fazer ser respeitada a vontade popular.

            Nós vivemos num regime democrático e não existe, no regime democrático, nenhum instrumento mais forte do que o referendo. É a vontade direta do povo. É o povo dizendo.

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - O povo, quando vota no parlamentar, quando deposita seu voto num Senador, num Deputado Federal, num Deputado Estadual, ele me está dando poderes para que eu o represente aqui no Parlamento. Mas, quando o povo vai às urnas, é a democracia direta. Nem por isso a vontade do povo do Acre foi respeitada.

            Então, esta é a minha fala nesta noite de hoje... Até peço desculpas. Emociono-me, porque é difícil, gente. Às vezes, as pessoas vendem aqui uma imagem como se, no Acre, nós vivêssemos num paraíso. Não é verdade. Não é verdade.

            Ontem fiz aqui um discurso referente às acusações caluniosas que são feitas. Hoje fui ao DNIT, junto com os Deputados Flaviano Melo, Marcio Bittar, Antônia Lúcia, levar aqueles panfletos...

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - ... que foram distribuídos lá naquela solenidade, lá na BR-364, que diziam que, se a BR não saísse, Senador Romero Jucá, o culpado seria o Petecão. Como eu sou o culpado, se aqui eu faço parte da base de sustentação da Presidente Dilma? Como que o Flaviano é culpado, se o Flaviano é do PMDB, do seu Partido, que é o Partido que dá a maior sustentação para a Presidente Dilma?

            E, hoje, eu até agradeço a forma que o General Fraxe nos recebeu. Ele ficou indignado, porque ele foi usado, junto com o Ministro dos Transportes, que foi lá na solenidade realizada no Acre - para a qual eles não tiveram a consideração de nos convidar -, onde foram distribuídos aqueles panfletos.

            Então, fica aqui o nosso registro, a minha solidariedade ao acriano João Correia - ele não quer ser tratado como ex-Parlamentar, ex-Deputado Federal, professor da Universidade, Deputado Estadual - por esse gesto. Esse gesto heróico: está ali botando a vida dele para mostrar…

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco/PSD - AC) - … para o Brasil… E eu queria aqui pedir para a TV Senado, se fosse possível, ir lá cobrir. Cobrir, porque aquele ato ali é o ato de um acriano que está querendo justiça, que está pedindo que a vontade do povo acriano seja respeitada.

            E, mais uma vez, presto minhas condolências a família Orleir, pelo falecimento do nosso ex-Governador.

            Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2013 - Página 24381