Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos 65 anos de história da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem aos 65 anos de história da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
Publicação
Publicação no DSF de 15/05/2013 - Página 26013
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMPANHIA HIDROELETRICA DO SÃO FRANCISCO (CHESF), COMENTARIO, IMPORTANCIA, COMPANHIA, RELAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, BRASIL, ENFASE, TRANSMISSÃO, ENERGIA ELETRICA.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é de conhecimento geral a grande importância da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) na economia brasileira. Mesmo entre aqueles que não buscam se informar em profundidade, existe uma noção razoavelmente sedimentada de que se trata de uma empresa diferente; de uma empresa efetivamente destacada em seu âmbito de atividades: a geração e a transmissão de eletricidade.

            Os mais bem informados saberão que, além disso, a Chesf se constitui na maior geradora de hidroeletricidade integralmente brasileira; numa organização que administra um parque gerador cuja potência instalada supera os 11.000 megawatts; e numa empresa que responde por um infindável rol de ativos voltados à cadeia produtiva do setor elétrico. Essa cadeia inclui, por exemplo - entre outros itens de relevo -, quase 18.000 km de linhas de transmissão de energia.

            Tudo isso é verdade. Mas a verdadeira dimensão da Chesf somente se revela - ao menos, no meu entendimento - para os que têm gosto pelo cultivo da história. Para aqueles que aprenderam, ou os que, como eu mesmo, vivenciaram e ainda se recordam do glorioso papel que cumpriu a Chesf na saga do desenvolvimento brasileiro.

            Isso porque, Senhoras e Senhores, a Chesf se perfila junto com a Companhia Siderúrgica Nacional, um pouco mais antiga, e com a Petrobras (criada, tal como a Chesf, no ano de 1953) como os instrumentos mais importantes de que lançou mão Getúlío Vargas, para imprimir o movimento inicial do que viria a se constituir, com o curso do tempo, no vitorioso processo de industrialização de nosso País.

            No Brasil, a indústria se fez com o aço, com o petróleo e com a eletricidade. Mas se hoje nós olhamos ao redor e nos admiramos com o dinamismo do setor hidrelétrico nacional, e com a maravilha que é o Sistema Interligado Nacional - que traz a energia elétrica de Itaipu, no Paraná, de Tucuruí, no Pará, e de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, para ser consumida em todo o País -, devemos nos lembrar de que nada disso havia, no início da década de 1950.

            A geração brasileira de eletricidade era quase que integralmente calcada na queima de combustível fóssil, produzindo uma energia cara e insuficiente, sem que sequer tivesse como ser transportada aos grandes centros de demanda. E se essa era a média da situação nacional, imagine-se a do Nordeste, já naquele tempo (e tal como agora) uma região discriminada, no contexto do processo de desenvolvimento nacional.

            Quero declarar aos presentes que, ao subscrever, junto com a Senadora Lídice da Mata, o Requerimento n° 144, de 2013, propondo ao Plenário do Senado a realização desta Sessão Especial, estava viva em minha memória de menino, nascido no interior de Sergipe, o evento fundamental que foi a criação da Chesf. O momento em que - na busca da independência eletroenergética do Brasil - foi lançada ao público a idéia de Paulo Afonso. A idéia de que, no interior do Nordeste, uma verdadeira cornucópia de energia seria construída, e dela poderia advir um imenso surto de prosperidade, não somente para a nossa região, mas para todo o Brasil.

            Hoje, decorridos 65 anos de criação da Chesf, a pequena Paulo Afonso original já se multiplicou por várias vezes. E a Chesf, do alto de toda sua carga de simbolismo histórico, continua fator indispensável ao desenvolvimento social e econômico brasileiro.

            É fato que não ainda conseguimos trazer o Nordeste ao nível de desenvolvimento alcançado pelas regiões brasileiras. Mas, sem a Chesf, a distância que separa esses pólos seria certamente maior. E o Brasil também seria outro, não fosse o espetacular aproveitamento que fez, desde o longínquo ano de 1953, de suas fontes de hidreletricidade, aproveitamento esse que teve a Usina de Paulo Afonso como pedra fundamental, e, a Chesf como grande condutora: um símbolo, é bem verdade, mas também uma realidade viva e vibrante, que dá novos frutos e produz mais riqueza, a cada dia que passa.

            Permitam-me, pois, senhoras e senhores, honrar - na pessoa dos seus dirigentes, aqui reunidos - toda a sucessão de brasileiros (dos mais importantes aos mais humildes) que, ao longo do tempo, lograram construir, com amor, com esforço e com inteligência, essa empresa que é um verdadeiro orgulho dos brasileiros; em especial, dos nordestinos.

            A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco é uma obra-prima, fruto do melhor que o Brasil produziu em seu persistente movimento em direção à modernidade. Ela continua sendo, sem dúvida, um valioso passaporte em poder do nosso povo, uma das chaves-mestras para a realização de seu sonho de prosperidade, de *justiça social e de fraternidade.

            Parabéns à Chesf pelo transcurso de 65 anos de uma bela e corajosa história! Parabéns a esse monumento empresarial que é, sem qualquer favor de minha parte, um dos grandes orgulhos do povo brasileiro.

            Agradeço a atenção de todos.

            É o que tinha a dizer no momento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/05/2013 - Página 26013