O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

            Antes de mais nada, eu quero me solidarizar com V. Exª, com o Governador Tião Viana, pelo fato de que, infelizmente, as coisas neste País estão tomando um rumo bem diferente.

            As pessoas honestas, muitas vezes, são expostas diante da opinião pública, e com isso pagam muito caro. De maneira que, conhecendo a sua trajetória, do seu irmão e mesmo do seu pai, grande, velho político daquele Estado, tenho certeza absoluta de que não tem nenhum fundamento aquilo que tem sido divulgado pela imprensa nacional brasileira.

            De maneira que a família Viana tem a solidariedade, não só da minha pessoa, mas, sobretudo, também do Deputado Federal Júlio Campos, que conhece V. Exª, particularmente o seu velho pai, por quem nós temos a maior admiração, pelo trabalho relevante que prestaram a esse Estado e a este País.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Muito obrigado, Senador. Eu interrompo V. Exª só para agradecer. Não tenho palavras para agradecer, mas vou comunicar ao Governador Tião Viana...

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Muito obrigado.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) -... que este Senado conhece tão bem, o que tenho recebido aqui dos oradores que se revezam na tribuna, sempre fazendo uma referência e dando esse voto de confiança. O Governador Tião Viana é o mais interessado em seguir fazendo um governo honesto e que atenda os interesses do cidadão acriano.

            Muito obrigado, Senador.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para Henry James, o patriotismo começa em casa. Estou inclinado a concordar, de maneira absoluta, com o ensinamento deste renomado escritor norte-americano. Para mim, o amor à pátria começou nos limites do quintal de meu lar, onde aprendi, com meus pais, o respeito aos símbolos nacionais, a devoção às causas populares e, sobretudo, o orgulho de ser brasileiro.

            Portanto, patriotismo tem muito a ver com minhas lembranças e com a memória de tempos idos. Meu patriotismo tem sua raiz fincada no terreno de minha casa. Tem sua vitalidade calcada no relevo de minha cidade. Pátria, para mim, se inicia na minha querida cidade de Várzea Grande.

            É o rio que nunca se cansa de cumprir seu destino, é o sol que alimenta a natureza com seu generoso calor, é o céu azul límpido e cristalino, é o sotaque melodioso dos meus vizinhos, com suas cadeiras arrumadas nas calçadas nos fins de tarde.

            Pátria, para mim, tem sabor de doce de caju, de bolo de arroz e de mojica de pintado. Por isso, ao homenagear minha querida cidade, no aniversário de 146 anos de sua fundação, neste dia 15 de maio, eu gostaria de honrar a cultura e as tradições de nossa sociedade. Uma gente simples, mas altiva. De coração aberto, mas sábia. Apegada ao passado, porém corajosa para encarar o futuro de peito aberto.

            Nossa comunidade surgiu como acampamento de prisioneiros da Guerra do Paraguai. Nasceu da necessidade do isolamento de militares inimigos. Mas, surpreendentemente, converteu-se em polo de desenvolvimento econômico e num dinâmico centro de integração de migrantes de todos os recantos, que acorreram para lá em busca do progresso pessoal.

            Somos hoje uma síntese do País. Muitos sonhos, muitos sotaques, muita esperança. Mas, infelizmente, também convivemos com inúmeras contradições sociais: com a miséria, com a violência urbana, com a falta de investimentos em infraestrutura e com uma administração municipal confusa e leniente.

            Todavia, a herança de nossos antepassados e a convicção de nossos contemporâneos sustentam a fé que cultivamos nos destinos deste rincão. Acreditamos em Várzea Grande, como acreditamos em nós mesmos. Ela é nosso abrigo, o lugar onde reconhecemos nossos semelhantes, onde nos olhamos como irmãos e onde nos sentimos em casa.

            O várzea-grandense jamais desata os nós de suas ligações afetivas com a cidade. Porque se não possuímos grandes acidentes geográficos ou obeliscos gigantescos, que definam nossa imagem para o mundo, temos uma gente de monumental bom humor e generosidade, admirada por todos que nos conhecem. O que nos distingue dos demais povos é, justamente, nossa capacidade de olhar a vida com satisfação e dignidade.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, peço desculpas por ter sido levado, neste pronunciamento, pelas águas turbulentas da emoção. Mas, quando falo de Várzea Grande, sinto a gratidão de um filho e a sensação reconfortante de abraçar meus amigos e parentes, pois, para mim, todo cidadão várzea-grandense é um amigo ou parente, irmanado no amor à nossa terra. Várzea Grande é minha pátria...

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Senador, enquanto V. Exª está homenageando a sua terra, os alunos de Jataí de Goiás estão nos visitando também. Sejam bem-vindos.

            Obrigado aos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Dinâmico pela visita.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Sejam bem-vindos.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Desculpe-me, Senador.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT) - Nada.

            Várzea Grande é minha pátria, sem adornos ou brasões, apenas com o sinal de orgulho por ter nascido ali.

            Portanto, meu caro Presidente Jorge Viana, tive a honra de ser prefeito, por três mandatos, daquela cidade. O Júlio, meu irmão, também foi prefeito. O meu querido velho pai, saudoso Fiote, também foi prefeito por dois mandatos, e ele nos permitiu, tanto a mim quanto ao Júlio, que tivéssemos uma trajetória política em nível de Estado. O Júlio foi governador; eu fui governador. O Júlio foi Senador; hoje eu sou Senador. O Júlio, pelo quarto mandato, hoje também é Deputado Federal pelo querido Estado do Mato Grosso.

            Nós temos apenas de agradecer e de continuar sempre trabalhando em prol dessa cidade, de um povo hospitaleiro, de um povo trabalhador. Várzea Grande, em que pesem as suas dificuldades, hoje, é uma cidade com trezentos mil habitantes, com um colégio eleitoral de 190 mil eleitores e, com certeza, ainda é um polo de desenvolvimento. Em que pesem as dificuldades e a carência de infraestrutura, ainda é uma cidade boa para se morar.

            De maneira que quero cumprimentar todas as autoridades, mas, especialmente, a valorosa população de Várzea Grande pela passagem dos 146 anos da sua fundação.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.