Pela Liderança durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas a acusações a S. Exª publicadas por jornal do Estado do Pará.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO.:
  • Críticas a acusações a S. Exª publicadas por jornal do Estado do Pará.
Publicação
Publicação no DSF de 16/05/2013 - Página 26294
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO.
Indexação
  • REPUDIO, DENUNCIA, JORNAL, DIARIO DO PARA, ESTADO DO PARA (PA), FALSIDADE, ACUSAÇÃO, FAMILIA, ORADOR, CORRUPÇÃO, DEPARTAMENTO DE TRANSITO (DETRAN).

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, subo novamente a esta tribuna para falar novamente de corrupção.

            Tenho eu, Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, constantemente, vindo a esta tribuna para, como é minha obrigação constitucional, doa a quem doer, apresentar denúncias, requerer CPIs, comissões para fiscalizar e zelar pelo dinheiro público. Sei o quanto me dói, sei quanta perseguição sofro eu, para chegar até esta tribuna e denunciar a corrupção no meu Estado e no meu País.

            Srªs Senadoras e Srs. Senadores, denunciei aqui vários corruptos e, por isso, sofri as penalidades da perseguição. Eu não estaria mais hoje aqui se a covardia tomasse conta do meu caráter e da minha personalidade. Tenho sempre dito aqui, e repito todas as vezes que subo a esta tribuna, que a covardia não faz parte da minha vida. E eu, aqui, vou continuar denunciando aqueles que praticaram a corrupção no meu Pará e no meu Brasil. Essa é uma das minhas tarefas constitucionais, já que é muito difícil se apresentar e aprovar um projeto neste Parlamento, porque o Governo fez com que este Parlamento ficasse submisso.

            Então, Srªs e Srs. Senadores, parti eu...

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Senador Mário Couto.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ..., há muitos e muitos anos...

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Senador Mário Couto.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ... já neste Senado, a combater a corrupção.

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Senador Mário Couto.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Interrompo V. Exª para prorrogar a sessão pelo tempo necessário.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Tendo em mão hoje um relatório... E eu só venho aqui, só falo aqui quando eu tenho documentos que comprovam o que eu falo. Eu nunca subi a esta tribuna para acusar alguém de ter feito alguma coisa sem que eu tivesse um documento para provar a credibilidade do que eu falo.

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Senador Mário Couto.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Não invento história, não minto,...

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco/PT - AC) - Senador Mário Couto.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) -...como mente o jornaleco do Estado do Pará chamado Diário do Pará, que foi feito com dinheiro público, como sabe todo o Brasil. Este relatório mostra o quanto foi levado no governo Ana Júlia, o quanto foi levado na administração do PMDB frente ao Detran do Estado do Pará.

            Senhoras e senhores, paraenses devotos de Nossa Senhora de Nazaré, da minha mãe querida, da minha mãe que me protege, da mãe que eu amo, fizeram um aditivo de 647% a um contrato, quando só é possível fazer de 25%, para roubar os cofres públicos. Levaram R$23 milhões do Detran! Foram R$23 milhões! E, ao que se sabe, mais de R$15 milhões foram pagos às empresas Diários do Pará Ltda.

            É por isso que eles falam de mim no jornal deles.

            Falem, repitam, procurem. Se tivesse rabo de palha, eu não encarava o Governo, eu não encarava meus adversários, eu não denunciava e eu já teria sido cassado.

            Eu durmo de cabeça fria! No meu travesseiro não tem espinho! O maior advogado da minha vida é o meu patrimônio! E não adianta procurar se está em nome de filho, mulher, parente qualquer, não, porque lá não tem nada também. O que tenho é do meu suor, é da minha dignidade, é do meu trabalho, não é roubando empresa pública, não é tirando dinheiro do pobre!

            Malditos aqueles que roubam o dinheiro do pobre brasileiro. Olhe aonde chegamos, brasileiros e brasileiras. Olhe aonde chegamos, Senador Jayme Campos.

            Jornal Diário...

            Vou fazer um pouco de propaganda deste jornaleco.

            Jornal Diário do Pará de ontem, diz o seguinte: Mário Couto Neto, meu filho. Pergunte a mim, Senador Aécio Neves, quantos anos tem esse menino Mário Couto Neto, Senador Aécio Neves, que o jornaleco Diário do Pará diz que esse menino é meu filho, trabalha no Detran do Pará e ganha um absurdo de dinheiro. Sabem quantos anos tem esse menino? Não mexam! Não percam o equilíbrio! Mantenham o equilíbrio de V. Sªs! Não mexam com a ingenuidade dos meus filhos! Este aqui tem quatro anos. Ele não pode ser diretor de um órgão. Ele não pode trabalhar. Ele não tem noção da vida. Ele não conhece a vida ainda. E vocês estão mexendo com ele, um garoto de quatro anos de idade, o meu querido filho, a coisa mais singular da minha vida! Vocês estão mexendo com ele, com a ingenuidade do meu filho. Eu sei, eu sei que isso é o desespero.

            Agora, eu pergunto para vocês: por que vocês foram roubar o dinheiro público? Por que vocês não querem encarar a realidade? Por que vocês ficam desesperados com a verdade dos fatos? Por que vocês acusam um garoto de quatro anos de idade?

            Ora, meus senhores e minhas senhoras, não demora muito, ou no domingo, quando eles sempre me atacam no jornaleco deles, eles devem vir falando mal da cachorrinha que tenho lá em casa. É a última que falta ser atacada. Atacaram todo mundo da minha família, faltava o meu filhinho, e agora está lá a Bocudinha, que é o nome da cachorrinha lá de casa. Por coincidência eu coloquei - acredite se quiser, Brasil, isso é uma coisa até engraçada -, eu coloquei o nome na cachorrinha de Bocudinha, porque um dia uma das minhas secretárias estava em meu gabinete, e a cachorrinha passava. De repente, eu contava o meu salário, escapou uma nota de R$50,00, e a cachorrinha engoliu. E eu, então, apelidei a cachorrinha de Bocuda. Nada com referência a Jader Filho, que é dono do jornal, nada com referência a Helder Barbalho, nada com referência a vocês que eu coloquei o apelido da cachorrinha. Mas que vocês são bocudos, são. São bocudos pelo dinheiro público.

            Ora, eles dizem também que José Cristiano Silva Filho é meu caseiro; trabalha na mansão do Mário Couto.

            V. Exª está convidado a conhecer a minha casa, nobre Deputado, para ver a mansão do Mário Couto. Dizem que o nome da pessoa é Sacola, que ganha uma fortuna do Detran. Esse senhor é Vereador na cidade de Salinas. Como, paraense, você pode acreditar no jornal Diário do Pará, no jornaleco Diário do Pará, feito com o dinheiro público? Esse jornal ainda circula na capital do Estado do Pará sabem por quê? Porque ele se mantém com dinheiro público. Se não fosse o dinheiro público vocês não circulavam mais pelas ruas de Belém, vocês já teriam falido, porque roubaram a pátria, porque roubaram o meu Estado!

            Vocês pensam que eu me intimido com isso aqui? Agora eu vou alertar vocês. Vou até deixar o papel de lado. Eu vou alertar vocês. Não mexam com a honra da minha família. Vocês estão mexendo com a ingenuidade de um filho de quatro anos, acusando que essa criança trabalha no Detran e ganha muito dinheiro. Tenham forma de mentir, achem outro jeito para me acusar, não mexam com a minha família! Eu conheço a vida de vocês na palma da minha mão. Vocês estão acostumados a mexer com a família dos outros. Não mexam com a minha! Não mexam com a minha! Respeitem a minha família!

            Vocês não têm moral, vocês não têm honra! Sabem o que é honra? Não, vocês não sabem o que é honra. Se soubessem o que é honra não tinham praticado tanto furto, tanta corrupção, tanto desgraça ao povo do meu Pará, que precisava tanto desse dinheiro!

            Dizer que o meu patrimônio é grande. Esse é o maior advogado que eu tenho. Vou citar apenas para o Pará e para o Brasil um patrimônio da família Barbalho, um só, um só! E eu gostaria de saber, que alguém pudesse vir a esta tribuna dizer para mim como é que conseguiu tanto dinheiro. Um patrimônio só, a Televisão RBA, mais de R$50 milhões, no centro de Belém, na Avenida Almirante Barroso? Como, paraenses? Como justificar, paraenses, tanta leviandade, tanta corrupção, tanta maldade feita aos filhos de Nazaré?

            Não mexam! Vou avisar a vocês: não mexam com a minha família!

            Tu, Jader Filho, irmão de Helder Barbalho, tu, quando eu era Presidente da Assembleia Legislativa, tu tentaste me extorquir; tu, que estás com ódio mortal de mim, te morde! Te morde! Vê se tu consegues morder o teu nariz! Só assim tu amenizas a tua raiva porque eu te denuncio aqui na tribuna do Senado, com honra, com moral, porque eu vim para cá para isso, me mandaram para cá com 53% dos votos da minha terra e disseram a mim: “Nós confiamos em ti. Tu tens que ser homem, tu tens que ser corajoso, tu tens que fiscalizar o nosso dinheiro!”

            Tu, um dia, ligaste para mim para pedir um emprego para a tua ex-mulher. Não, não, não, não, não, Presidente, não vou falar. Não, Presidente. Não vou falar. Não vou entrar na baixaria, não é verdade? Eu não devo entrar na baixaria. Não vou, paraense, não vou entrar na baixaria dos Barbalhos. Eles são baixos. Eu não sou. Eu não vou entrar na baixaria. Mas tu sabes que eu sei, tu sabes que, se eu for falar aqui de família, eu vou passar os dois anos falando da de vocês.

            Não mexam com a minha família.

            Eu entendo. Eu entendo o ódio. Eu entendo a raiva. Eu entendo o desespero. Essa CPI que a Assembleia Legislativa vai abrir sobre esse relatório do Detran vai dar muita dor de cabeça para vocês. Era tudo o que o Pará precisava saber. Está aqui o relatório, feito por quatro pessoas, advogados, funcionários do Departamento de Trânsito do Estado do Pará.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Esse relatório vai aborrecê-los demais. Não adianta! Não adianta pular! Não adianta falar mal de mim! Não adianta mentir! O jornal do povo do Estado do Pará, a televisão, as rádios só funcionam porque tem dinheiro público, se não tudo estaria fechado, porque vocês não têm credibilidade no Estado do Pará. São bandidos. Aquele que rouba o seu próprio povo devia estar na cadeia, incomunicável, meu Senador Ivo Cassol.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Onde está o Supremo Tribunal Federal da minha terra? Onde está? Onde está o Supremo Tribunal Federal da minha terra?

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Por que aqueles que roubaram a Sudam não estão presos? Por que aqueles que roubaram o meu Estado não estão presos?

            Desço, Senador Ivo Cassol, agradecendo a sua boa vontade e dizendo, Senador, que Nossa Senhora de Nazaré, a minha querida mãe, ainda vai me dar o prazer de ver aqueles que roubaram o meu Estado na cadeia, incomunicáveis.

            Muito obrigado, Senador Ivo Cassol.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/05/2013 - Página 26294