O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Presidente Renan, nesses momentos de desmoralização da Casa, vejo o quanto foi e é valiosa a participação do eminente Senador José Sarney no Parlamento brasileiro.

            O Senador José Sarney criou a Rádio Senado; o Senador José Sarney criou a TV Senado. Pelo menos a Rádio e a TV Senado devem mostrar, neste momento, ao vivo, o que está acontecendo neste Senado exatamente nesse momento de desmoralização.

            V. Exª sabe que é um momento ruim para o Senado. V. Exª mesmo refletiu e disse que a partir de hoje não haverá mais isso. Seria bom, a partir de agora, exatamente deste momento. E este Senador se sentiria muito honrado em subir as escadas para lhe dar um abraço e, quem sabe, até um beijo - um beijo no rosto do Senado Renan Calheiros, porque estamos aqui querendo preservar a democracia.

            Ora, Senador, se um governo que é capaz de mandar Deputados fazerem projetos para tirar a atribuição do Ministério Público deste País, se um governo que é capaz de pedir para Deputados tirarem atribuições do Supremo Tribunal Federal, e, neste momento, comete o absurdo de fazer com que o Senado, na marra, possa votar aquilo que nem conhece, e nem tem como conhecer... É verdade.

            Eu peguei, agora, nos relatórios, Senador Renan, e estão quentinhos ainda. O Senador Aloysio falou a pura realidade, pensei que ele estava... Mas eu fui pegar, e estão quentinhos. Foram tirados agora. E isso nos desmoraliza.

            Fico eu pelo menos mais tranquilo na posição de V. Exª. Pretendia eu vir aqui e fazer um discurso mais duro, mas quando V. Exª propõe que daqui para frente - e eu acredito na palavra de V. Exª - não farão mais isso, pelo menos isso me conforta.

            Eu quero, então, dizer a V. Exª, Presidente Renan, que eu fico convencido de que o Governo não nos respeita. E é preciso fazer com que o Governo nos respeite, para que não seja tarde, para que cada um de nós não possa lamentar, lá no futuro, o que nós não fizemos no presente.