Discurso durante a 76ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da realização da “Semana da Indústria”, em Campo Grande, em meio à comemoração pelo crescimento das indústrias no Mato Grosso do Sul; e outro assunto.

Autor
Ruben Figueiró (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Ruben Figueiró de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL. SAUDE.:
  • Registro da realização da “Semana da Indústria”, em Campo Grande, em meio à comemoração pelo crescimento das indústrias no Mato Grosso do Sul; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2013 - Página 27504
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL. SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, EVENTO, SEMANA, INDUSTRIA, LOCAL, MUNICIPIO, CAMPO GRANDE (MS), MINISTERIO DA SAUDE (MS), ELOGIO, ATUAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, ENFASE, SITUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, REGIÃO CENTRO OESTE, REFERENCIA, AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, SETOR, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), REGIÃO, COMENTARIO, NECESSIDADE, AUMENTO, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, OBJETIVO, ADAPTAÇÃO, EXPANSÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO, DEMANDA, PLANEJAMENTO URBANO, MANUTENÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
  • REGISTRO, RETORNO, PRESIDENTE, ENTIDADE MANTENEDORA, SANTA CASA DE MISERICORDIA, MINISTERIO DA SAUDE (MS), CARGO DE DIREÇÃO, COMENTARIO, ESFORÇO, REESTRUTURAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, ENTIDADE.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco/PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Devo dizer, Sr. Presidente, que minha manifestação foi de coração, foi sincera, porque reconheço no seu ilustre pai uma das figuras mais importantes da minha convivência quando Deputado Federal e seu companheiro na Constituinte. Peço a V. Exª que, na primeira oportunidade, retribua ao Deputado Wildy Viana, mais uma vez, a minha homenagem e os protestos, sobretudo, da minha amizade.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no decorrer desta semana, acontece em Campo Grande a Semana da Indústria, evento anualmente promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grasso do Sul (FIEMS), sob o comando operoso e eficiente do empresário Sérgio Longen.

            Quero aproveitar esta oportunidade para parabenizar os organizadores da Semana, intitulada “A Indústria do Desenvolvimento”, e para homenagear nosso companheiro desta Casa Senador Romero Jucá, que estará em Campo Grande para receber o título de cidadão sul-mato-grossense, e o Sr. Robson Braga de Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que também será agraciado com o título de cidadania sul-mato-grossense.

            Quero ressaltar, Srªs e Srs. Senadores, que, apesar de o Brasil viver atualmente um refluxo de sua atividade industrial, com déficits e quedas de produtividade, o Mato Grosso do Sul está vivendo nesse setor um quadro completamente diferente, altamente positivo e alvissareiro.

            Recentemente, fiz um pronunciamento, desta tribuna, sobre os perigos da desindustrialização do Brasil e a transferência de empresas para o Paraguai em decorrência de benefícios fiscais e trabalhistas concedidos naquele país. Mas, oportunamente, recebi relatórios sobre o desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul e fiquei vivamente entusiasmado com o crescimento e diversificação do nosso setor industrial. Nosso Estado está se diferenciando do que vem ocorrendo em muitas regiões brasileiras, inclusive aquelas com mais tradição nesse segmento de nossa economia.

            A partir de 2009, os números mostram que a atividade industrial vem crescendo de maneira firme e continuada em Mato Grosso do Sul, aumentando significativamente sua participação em nossa economia, representando hoje o segundo setor mais importante do nosso PIB, superando a agropecuária, que sempre foi a marca de nosso Estado.

            Só a título de informação, Srªs e Srs. Senadores, no Mato Grosso do Sul, o setor de serviços representa 68% de nossa economia, enquanto o setor agrícola e pecuário está em torno de 16%, embora saibamos que, sem o campo, não haveria possibilidade de haver movimento econômico nem geração de riquezas.

            Voltando ao setor industrial, em 2011, a participação da indústria em nosso PIB atingiu seu melhor índice, ou seja, 23,5% de nossa economia. No ano passado, caiu um pouco, para 22,1%.

            A estimativa para 2013 é a de que a indústria voltará aos 23% de tudo aquilo que produzimos, ultrapassando os US$3 bilhões, ou seja, um crescimento de 70% em volume de negócios quando comparamos com o ano de 2005.

            Vejam, Srªs e Srs. Senadores, a dimensão da vitalidade de nossa indústria nascente, que hoje coloca o Mato Grosso do Sul no ranking dos três melhores Estados para se investir no País. Nos últimos dois anos, passamos de 9,8 mil estabelecimentos industriais para 11.155, uma elevação de 11%. Com isso, estamos empregando cada vez mais, saltando de um total de 121.912 trabalhadores para 134.883 trabalhadores, um crescimento de mais de 9%.

            Estamos dando saltos importantes, produzindo mais e mais. As projeções de 2013 em comparação a 2012 indicam que vamos crescer 14%, saltando dos atuais R$10,3 bilhões para R$12 bilhões.

            Dessa maneira, nosso Estado começa a mudar seu perfil socioeconômico, deixando de ser uma sociedade de base essencialmente agrária para se tornar também um polo econômico com forte participação da indústria. Atualmente, dos 79 Municípios de Mato Grosso do Sul, 18 Municípios já têm o segmento industrial na liderança da economia. Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Corumbá são Municípios com forte predomínio industrial, gerando mais de cinco bilhões anuais de produção.

            A realidade de Mato Grosso do Sul está mudando rapidamente. Infelizmente, esse processo, muitas vezes, não tem equivalência na implantação da infraestrutura necessária para dinamizá-lo ainda mais. Sr. Presidente, faltam estradas, faltam ferrovias, falta comunicação mais rápida, com a implantação de sistema de banda larga para Internet e telefonia. Enfim, temos carências, mas, se estas fossem atendidas no médio prazo, poderíamos acelerar nosso crescimento e cumprir nosso destino histórico de ser uma das unidades federativas estratégicas do desenvolvimento regional brasileiro.

            Mesmo assim, nossos números são cada vez mais expressivos. Temos ainda uma população relativamente pequena, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, o que nos permite planejar nosso crescimento sem temer explosões de pobreza nem distorções sociais decorrentes de processos migratórios intensos como os que ocorreram em muitos Estados brasileiros.

            Temos uma economia com alto padrão de sustentabilidade, conforme estudos consagrados da Embrapa. Por isso, reitero, mais uma vez, que precisamos urgentemente equacionar nossos gargalos estruturais, abrindo-nos para mais investimentos e maior atração de indústrias para nosso Estado.

            Srªs e Srs. Senadores, estamos vivendo uma situação especial, em muitos aspectos diferente da dos grandes centros urbanos do eixo Rio-São Paulo. Temos ótimas perspectivas de futuro. Por isso, reitero minhas homenagens ao setor industrial sul-mato-grossense, esperando que a Semana da Indústria, que ora lá se realiza, apresente à sociedade sul-mato-grossense um painel geral sobre este bom momento de nossa história. E que ela represente um marco referencial, para que as futuras gerações tenham clareza de que nada aconteceu por acaso, mas, sim, pela tenacidade de homens e de mulheres que acreditaram que só é possível transformar nossa realidade com coragem, com determinação e com boa vontade.

            Desta tribuna, presto minhas homenagens à Federação da Indústria do meu Estado e expresso meu respeito àqueles que acreditam na sua potencialidade econômica e social.

            Sr. Presidente, eu desejaria ressaltar também que, nesta data, outro grande evento acontece na capital do meu Estado. Após batalha judicial que demandou alguns anos, a sociedade beneficente de Campo Grande, cujo Presidente é o Sr. Wilson Levi Teslenco, entidade mantenedora da Santa Casa, reassumiu sua direção. Eu o afirmo após muitos anos, Sr. Presidente, porque a Prefeitura municipal e o Governo do Estado, baseados em dados falsos e em desastrada ação política, procederam à intervenção na instituição, destituindo sua diretoria, desrespeitando os legítimos direitos dos seus associados.

            Nesse período lastimável, a Santa Casa de Campo Grande teve uma administração muito inferior àquela que fora destituída e, sobretudo, promoveu um desastre financeiro. A atual administração terá de arcar com duros sacrifícios. Agora, a nova direção terá, repito, de lutar muito para restabelecer o crédito e a consideração daqueles que, com espírito abnegado, foram seus fornecedores. E mais e mais, Srs. Senadores, reestruturando a administração, erguendo a credibilidade como instituição hospitalar, como acontecera desde a sua fundação, no final da década de 20 do século passado.

            Estou acreditando, Sr. Presidente, que a nova direção da real Santa Casa de Campo Grande encontrará respaldo por parte das autoridades da República, eis que já é público que o eminente Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está para lançar um amplo programa de apoio às Santas Casas de todo o País. Esperança que fundamentalmente o Brasil tem e aplaude.

            Desejo acrescentar, Sr. Presidente, por informações que acabo de receber do meu Estado, que o Governo do Estado, através da presença, naquela solenidade, da Vice-Governadora Simone Tebet, assegurou que, do empréstimo que a Santa Casa terá que fazer junto à Caixa Econômica Federal, o Estado se responsabilizará pelo pagamento dos juros decorrentes do empréstimo. Já é um fato positivo que demonstra o interesse de todas as autoridades do meu Estado de se associarem ao trabalho da nova diretoria da Santa Casa de Campo Grande, não só para soerguê-la, mas para, principalmente, estender seus benefícios, sua ação beneficente em favor daquelas que a procuram e que desejam saúde.

            Portanto, são os dois tópicos, Sr. Presidente, que eu gostaria de ressaltar neste instante desta tribuna e que são uma homenagem ao esforço daqueles que constroem o meu Estado.

            Muito obrigado, Excelência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2013 - Página 27504