O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero também me manifestar, porque estou encaminhando à Mesa requerimento de pesar pelo falecimento do Dr. Ruy Mesquita e para transmitir à sua esposa, Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, aos filhos, Ruy, Fernão, Rodrigo e João, aos 12 netos e ao bisneto, a toda a comunidade que trabalha no jornal O Estado de S. Paulo, na Eldorado e em todos os meios de comunicação relacionados ao Estadão.

            Gostaria de falar da bonita homenagem que hoje o próprio O Estado de S. Paulo lhe presta e dizer quão simbólica e significativa é hoje a página 3 de O Estado de S. Paulo, conforme até Eugênio Bucci hoje ressaltou na Rádio CBN.

            O Dr. Ruy Mesquita, conforme o Senador Jarbas Passarinho há pouco dizia...

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco/PMDB - PE. Fora do microfone.) - Jarbas Passarinho não!

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Jarbas Vasconcelos. Perdão, Jarbas Vasconcelos. Desculpe-me, mas às vezes a lembrança nos faz voltar.

            Mas, conforme o querido Senador, ex-Governador de Pernambuco e meu querido amigo Jarbas Vasconcelos, porque quem eu tenho o maior respeito, ressaltou, o Dr. Ruy Mesquita escrevia editoriais de extraordinária qualidade. Sempre com uma argumentação sobre a qual poderíamos às vezes divergir, concordar ou não, mas sempre inspirando enorme respeito.

            A respeitabilidade de seus editoriais foi sempre simplesmente fantástica. E hoje O Estado de S. Paulo deixa, na página em que ele normalmente escrevia, o local do editorial principal em branco, numa formidável e tão bonita homenagem.

            O Presidente Lula disse:

Ruy Mesquita era um desses raros exemplos de donos de jornal apaixonados pelo jornalismo e pela política com a qual conviveu desde menino, ao acompanhar o pai no exílio. Ele deixa no jornalismo brasileiro uma marca fundamental, a criação do Jornal da Tarde, que revolucionou a imprensa nos anos 60.

Pessoalmente, guardo dele uma boa lembrança. Em 1976, no início de minha trajetória como líder sindical, Ruy Mesquita me entrevistou por quatro horas, não revelou qualquer preconceito e conduziu a entrevista no espírito aberto de um bom repórter. Nessa hora de tristeza, presto minha solidariedade à família.

            E a Presidenta Dilma disse:

Ruy Mesquita foi um homem de convicções, diretor do jornal O Estado e criador do inovador Jornal da Tarde. Dr. Ruy foi símbolo de uma geração da imprensa brasileira.

Neste momento de dor, presto a minha solidariedade à família e amigos.

            Quero aqui dizer que, em todas as vezes que visitei O Estado de S. Paulo e telefonei para o Dr. Ruy, ele sempre me tratou com o maior carinho e respeito. Sempre que precisei esclarecer qualquer ponto de vista, o jornal O Estado de S. Paulo esteve aberto às comunicações, cartas, artigos.

            O Dr. Ruy Mesquita foi um exemplo de lutador pela liberdade de imprensa em nosso País, incansável, com exemplos notáveis que contribuíram muito para a democratização do Brasil.

            E peço que seja transcrito, na íntegra, o teor do requerimento que adiciono ao do Senador Ricardo Ferraço e às palavras de todos que aqui homenageiam Ruy Mesquita.