Comunicação inadiável durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Sr. Roberto Civita.

Autor
Jarbas Vasconcelos (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PE)
Nome completo: Jarbas de Andrade Vasconcelos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Pesar pelo falecimento do Sr. Roberto Civita.
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2013 - Página 30776
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • VOTO DE PESAR, HOMENAGEM POSTUMA, EMPRESARIO, SETOR, COMUNICAÇÕES.

           O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco/PMDB - PE. Para uma comunicação inadiável. Com revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

           Meu caro Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, existem aquelas pessoas que a gente admira de perto, com as quais convive, conversa sempre e conhece bem. Há aquelas que a gente respeita de longe, com as quais não se tem muita proximidade, encontra casualmente, mas guarda uma grande admiração por elas. Este é o caso do empresário Roberto Civita, falecido no último domingo.

           Antes de qualquer coisa, Sr. Presidente, quero apresentar os meus sinceros sentimentos e a minha solidariedade cristã aos seus familiares. Sua presença fará falta, pois estou certo de que ele ainda tinha muito a contribuir com o desenvolvimento econômico, social e político do País.

           Não é gratuito o fato de o Brasil ter nas comunicações uma de suas áreas mais dinâmicas, mais inventivas e empreendedoras - superando, inclusive, o que é produzido nos países desenvolvidos. Esse protagonismo de vanguarda só se tornou possível pelo espírito aguerrido, determinado e empreendedor de pessoas como Roberto Civita, que até às vésperas de sua hospitalização acumulava os cargos de presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril.

           Apesar de ter nascido na Itália e ter passado boa parte da sua infância e juventude nos Estados Unidos, Roberto Civita - juntamente com o seu pai, Victor, e seus irmãos - escolheu o Brasil para construir um dos maiores grupos de comunicação do Planeta. Fez isso com paixão e coragem, ingredientes essenciais aos líderes.

           Srªs e Srs. Senadores, além do espírito empreendedor que nos legou algumas das mais importantes publicações da imprensa brasileira, como as revistas “Veja” e “Exame”, Roberto Civita era um grande defensor da liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais da democracia.

           É simbólico o fato de Roberto Civita ter se mantido como editor-chefe de “Veja” desde o seu lançamento, em 1968, não apenas pela importância que a revista conquistou ao longo dos anos, mas, principalmente, pelo que “Veja” representou para o jornalismo no País.

           Outra importante publicação que quero destacar é a revista “Nova Escola”, a maior revista de educação do Brasil, que circula desde março de 1986. A “Nova Escola” liderou discussões essenciais sobre a importância do investimento público numa educação de qualidade. Nesses quase 30 anos de existência da revista, foi produzido um extenso e rico material que auxilia na capacitação de professores, gestores e demais responsáveis pelo processo educacional.

           Sr. Presidente, quis o destino que o Brasil perdesse, em apenas uma semana, dois dos seus principais empresários da comunicação: primeiro, Ruy Mesquita e, agora, Roberto Civita.

           Partem os homens, mas ficam os seus legados, as suas convicções, os seus exemplos de conduta, para que as novas gerações tenham a convicção de que não existe uma verdadeira democracia sem liberdade de expressão, sem liberdade de imprensa.

           Vou agora tomar a liberdade de concluir este meu discurso com o que foi dito ontem, de forma exemplar, por Giancarlo Civita, filho mais velho de Roberto:

           “Nosso pai era um entusiasta do Brasil. Ele acreditava no Brasil. Durante toda sua vida ele mostrou em atos e palavras que uma nação de verdade, viável e justa não nasce ao acaso. Ela precisa ser construída. Ele tinha certeza de que as ferramentas para isso são a educação e a liberdade de expressão. A esses dois fundamentos, que ele via como inseparáveis, nosso pai dedicou sua vida. Como seus filhos, reiteramos o compromisso que já havíamos feito a ele de perseverar na busca da verdade, na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e no fortalecimento das instituições democráticas no Brasil.”

           Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, agradecendo a atenção de V. Ex.ª de permitir a permuta entre mim e o Senador Paulo Paim na ordem dos oradores inscritos.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2013 - Página 30776