O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, caros telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, da Agência Senado, cumprimento também todos os que se encontram na tribuna de honra, nas galerias, que, salvo engano, são da Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais, venho hoje à tribuna do Senado para fazer uma homenagem a uma universidade, a Universidade Federal do Estado do Paraná, que está comemorando o seu centenário.

            Na semana passada, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão de especial para homenagear o centenário da Universidade Federal do Estado do Paraná.

            Lembro que a instituição completou, no dia 19 de dezembro do ano passado, 2012, cem anos. Na ocasião, na Câmara dos Deputados, o Magnífico Reitor Zaki Akel Sobrinho falou aos Parlamentares sobre os projetos da Universidade.

            Além dos Parlamentares paranaenses presentes, a homenagem contou ainda com a participação de autoridades e lideranças do Estado do Paraná, com destaque para o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sérgio Kukina, e também o ex-Presidente da OAB do Paraná e hoje membro do Conselho Federal da OAB, José Lúcio Glomb.

            Hoje, venho à tribuna do Senado Federal prestar a minha homenagem à história dessa instituição que tanto orgulha o meu Estado, o Estado do Paraná.

            A Universidade Federal do Paraná é a mais antiga universidade do Brasil e é símbolo de Curitiba e também do Estado do Paraná, Presidente Jorge Viana.

            Envolta em uma história de lutas e conquistas, desde 1912, a Universidade Federal do Paraná é referência no ensino superior do meu Estado e também do Brasil.

            Símbolo maior da intelectualidade paranaense, a Universidade demonstra sua importância e excelência através dos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, que são norteados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

            Além dos campi em Curitiba, a Universidade Federal do Paraná está presente no interior e também no litoral do Estado, tendo papel ativo no desenvolvimento socioeconômico e na qualidade de vida do paranaense, por meio do acesso à educação superior e das atividades desempenhadas pela comunidade acadêmica em prol da sociedade estadual e brasileira.

            A Universidade Federal do Paraná é marcada por grandes feitos e está muito ligada à história de desenvolvimento do meu Estado.

            Sonho antigo, em 1892, o político Rocha Pombo lança, na Praça Ouvidor Pardinho, a pedra fundamental de uma futura universidade. Mas, devido à instabilidade gerada pela Revolução Federalista que ocorria no Sul do Brasil em função da divergência entre as elites federalistas e republicanas, o projeto não foi adiante. Isso em 1892.

            Foi apenas em 1912, quando avaliou-se que o Paraná precisava de mais profissionais qualificados, que teve início um movimento Pró-Universidade do Paraná. Nessa época, as lideranças políticas também se mobilizaram em prol da criação da universidade.

            No dia 19 de dezembro de 1912, Victor Ferreira do Amaral e Silva liderou a criação efetiva da Universidade do Paraná. Era uma época de progresso da economia paranaense, devido à abundante produção e ao próspero comércio da erva-mate que ocorria naquele momento.

            Em 1913, a Universidade começou a funcionar como instituição particular. Os primeiros cursos ofertados foram Ciências Jurídicas e Sociais; Engenharia; Medicina e Cirurgia; Comércio; Odontologia; Farmácia e Obstetrícia.

            Após ter fundado a Universidade do Paraná, Victor Ferreira do Amaral - que foi também seu primeiro reitor - iniciou com empréstimos a construção do prédio central, na Praça Santos Andrade, em terreno doado pela prefeitura.

            Com a Primeira Guerra Mundial (1914) vieram a recessão econômica e as primeiras dificuldades.

            Entre elas, uma lei que determinava o fechamento das universidades particulares, numa tentativa do governo federal de centralizar o poder sobre as instituições de ensino superior. No Paraná era necessário então criar alternativas para evitar o fechamento da Universidade. A forma encontrada na época para adequar-se à lei e continuar funcionando foi desmontar a instituição em faculdades autônomas, cada uma reconhecida individualmente pelo governo.

            Durante cerca de 30 anos, buscou-se restaurar a Universidade, objetivo alcançado no fim da década de 40, quando as faculdades existentes, acrescidas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, foram reunidas como a Universidade do Paraná. Para essa unificação, foi fundamental o apoio da imprensa e da comunidade paranaense.

            Restaurada a Universidade em 1946, iniciou-se a batalha pela sua federalização. Flávio Suplicy de Lacerda, reitor à época, mobilizou as lideranças do Estado e, em 1950, passou a chamar-se Universidade Federal do Paraná, uma instituição pública e gratuita.

            Com sua federalização, a instituição passou por uma fase de expansões. A construção do Hospital de Clínicas, em 1953, do Complexo da Reitoria, em 1958, e do Centro Politécnico, em 1961, representaram sua consolidação.

            São 100 anos de história marcada por perseverança e resistência. A Universidade é seguramente a maior criação da cultura paranaense, tendo sido eleita símbolo de Curitiba.

            Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores, a educação é a principal forma de transformação de uma sociedade, é a maior ferramenta para o desenvolvimento de uma nação. Por isso devemos celebrar o centenário da Universidade Federal do Estado do Paraná e de todas as instituições de ensino superior, que em grande parte são responsáveis pela formação intelectual deste País.

            Mais do que isso, temos que garantir todos os recursos e investimentos necessários para o pleno funcionamento das universidades federais no País. Com este objetivo, apresentei o Projeto de Lei do Senado nº 166, de 2013, cuja intenção é reduzir pela metade o valor pago pelas instituições de ensino público superior pela energia elétrica no Brasil.

            De forma surpreendente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fui informado pelo Reitor da Universidade Federal do Estado do Paraná que nossa universidade paga a tarifa mais alta pela energia elétrica que consome, que destoa absolutamente da premissa de que a educação deve ser reforçada e incentivada neste País.

            Para corrigir essa distorção, apresentei o PLS nº 166. Espero contar com o apoio de todos os meus pares para a aprovação, com a maior brevidade possível, dessa proposição.

            Encerro, Sr. Presidente, felicitando a Universidade Federal do Paraná pelos seus 100 anos de serviços prestados ao Brasil, especialmente à sociedade paranaense. Que venham os próximos 100 anos!

            Para concluir, dentro dessa linha, Sr. Presidente...

(Soa a campainha.)

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR) - ...de privilegiarmos a educação no País, nós estamos votando, nas comissões do Senado Federal, o Plano Nacional de Educação. Hoje, votamos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal; ainda vai à CCJ e à Comissão de Educação do Senado para tão somente depois avaliarmos aqui, no plenário.

            Eu quero agradecer a postura do Relator, o Senador Pimentel, que, além de ter feito um relatório que incentiva a educação no País, acatou uma emenda de minha autoria, a Emenda nº 1 da CAE, para colocarmos no dispositivo do inciso V do art. 2º que os incentivos à educação voltados ao trabalho e à cidadania sejam também, Sr. Presidente, com ênfase...

(Interrupção do som.)

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR) - ... na moral e na ética, porque nós precisamos, de fato, formar cidadãos no Brasil com ética e moral mais elevadas. Entendo que a escola possa nos ajudar em relação a isso. Eu sei que esse é um papel fundamental da família brasileira, mas entendo que, cada vez mais, as crianças passarão mais tempo nas escolas. Está aí, por exemplo, a questão do ensino fundamental e médio em tempo integral. E o papel da União, dos Estados e dos Municípios em conseguir passar ao cidadão brasileiro, à criança brasileira, ensinamentos morais e éticos é necessário para que possamos ter uma nação efetivamente preparada para enfrentar as nossas próximas décadas e os nossos desafios.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado. Uma boa tarde a todos.