Pela Liderança durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Voto de pesar pela morte do Sr. Augusto Omolú; e outros assuntos.

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de pesar pela morte do Sr. Augusto Omolú; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2013 - Página 33143
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ARTISTA, BALE, REGENTE, ORQUESTRA, ESTADO DA BAHIA (BA), APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, DEFESA, DIREITOS HUMANOS, ENFASE, LOCAL, REGIÃO NORDESTE.

            A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Pela Liderança. Sem revisão da oradora.) - Obrigada Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, eu gostaria de fazer, da tribuna, três registros. Um deles pode traduzir os dois: a cultura baiana teve uma grande perda nesses dois dias. No domingo, num episódio extremamente triste, foi assassinado o bailarino e coreógrafo, integrante do balé do Teatro Castro Alves, Augusto Omolú, um artista renomado, com grande contribuição prestada à Bahia, um dos mais importantes artistas negros do Brasil. Seu corpo foi velado no foyer do Teatro Castro Alves e seu sepultamento acontece hoje, em Salvador, mais ou menos neste horário, em clima de muito pesar, com a presença de muitos artistas.

            Desta tribuna, quero expressar meus sentimentos à direção do Teatro Castro Alves, ao Corpo de Balé do Teatro, ao Projeto Axé, onde ele prestava serviços e onde eu também já trabalhei, e aos seus familiares.

            Augusto era assistente de direção do balé do Teatro Castro Alves e considerado pela crítica como uma das referências na construção, difusão e popularização da dança produzida na Bahia. Integrava o balé do Teatro Castro Alves desde sua criação, em 1981, tendo sido integrante do elenco de diversas produções da companhia e atuado como solista de muitos espetáculos. Preparava-se para assumir o cargo de assessor artístico do balé do Teatro Castro Alves.

            É uma grande perda, portanto, para a cultura da Bahia.

            Sr. Presidente, outra grande perda para a nossa cultura popular aconteceu ontem à noite. Hoje, portanto, a Bahia amanheceu mais triste com a notícia da morte, nesta segunda-feira, do querido maestro Reginaldo, conhecido como Reginaldo de Xangô, maestro de orquestra.

            Aos 63 anos, ele passou mal em sua residência e foi socorrido no Hospital Geral do Estado, mas não resistiu.

            Músico trombonista, por mais de 40 anos, vinha abrilhantando o carnaval da Bahia e as principais datas cívicas e organizando o Baile das Orquestras da Praça Municipal e o carnaval no Pelourinho.

            O maestro Reginaldo de Xangô fez do Baile Vermelho e Branco e do Bacalhau da Velha Guarda uma das mais belas festas da cidade, além de ter contribuído, durante décadas, para a permanência e o fortalecimento das orquestras de baile no nosso Estado.

            Nossos sentimentos e solidariedade aos seus familiares.

            Nós tivemos a oportunidade de contar com a presença do nosso querido maestro Reginaldo na participação política, nos momentos de resistência política na Bahia, quando o maestro nunca recusou um convite do MDB histórico, antigo, da resistência, de Rômulo Almeida, de Waldir Pires, para integrar o nosso desfile de 2 de julho conduzindo o seu grupamento, a sua pequena orquestra à frente daquele desfile. Também, por diversas vezes, participou conosco na caminhada do PSB, dos socialistas, no desfile de 2 de julho.

            Finalmente, Sr. Presidente, registro, com júbilo, o aniversário de uma organização filantrópica que completa, no próximo dia 13 de junho, 40 anos de atividades. Essa é uma das entidades que mais contribuíram e contribuem, no nosso País, para a promoção e defesa dos direitos humanos, a superação da intolerância religiosa, a efetivação da paz e da justiça como direito de todos, com foco no desenvolvimento sustentável.

            Tenho certeza de que me refiro a uma instituição conhecida de muitos Senadores e Deputados, em especial os dos Estados do Norte e do Nordeste, que atuam em áreas com populações rurais e urbanas mais vulneráveis, como populações de rua, indígenas e quilombolas.

            Trata-se da Cese - Coordenadoria Ecumênica de Serviços, entidade sem fins lucrativos, com atuação em vários países, formada por igrejas com abrangência em todo o território nacional, marcadamente no Norte e Nordeste, duas das regiões mais carentes do nosso País.

            Conforme descrito no Relatório de Atividades da instituição de 2012, dada a sua natureza ecumênica, a Cese se constitui em parceria com igrejas, organizações, movimentos e redes que atuam nesse campo em nível local, nacional e internacional, promovendo a diaconia (serviço social das igrejas) e a incidência pública do movimento ecumênico na perspectiva da defesa de direitos para a população brasileira menos favorecida.

            Entre os parceiros mais constantes da Cese estão o Conselho Mundial de Igrejas, a Aliança ACT (Ação Conjunta das Igrejas para Emergência e Desenvolvimento), o Conselho Latino-Americano de Igrejas, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs e a Rede Ecumênica de Juventude.

            Dentre muitas iniciativas da Cese no campo ecumênico, destaco a campanha, realizada anualmente, desde 2001, “Primavera para a Vida”, que, nos últimos anos, tem trabalhado a temática da justiça ambiental, estimulando igrejas, organismos ecumênicos e movimentos sociais a discutir as graves mudanças climáticas do nosso Planeta, além de buscar a ampliação da rede de doadores individuais, Rede de Amigos da Cese, que colabora para a sustentabilidade financeira dos projetos daquela instituição.

            Portanto, Sr. Presidente, solicito a V. Exª que possa publicar integralmente o nosso pronunciamento em homenagem à Cese, instituição que tive como parceira, como estudante, nos nossos movimentos de resistência à ditadura militar, naquele momento, e quero saudar a sua Coordenadora Executiva, Drª Eliana Rollemberg, uma das mais ilustres e importantes personalidades em defesa dos direitos humanos no Estado da Bahia e, certamente, no Brasil.

            Muito obrigada.

 

SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DA SRª SENADORA LÍDICE DA MATA.

            A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Exmº Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cidadãos e cidadãs que nos acompanham pelos veículos de comunicação do Senado é com alegria que registro o aniversário de uma organização filantrópica que completa, no próximo dia 13 de junho, 40 anos de atividades. Esta é uma das entidades que mais contribuíram e contribuem no nosso País para a promoção e defesa dos direitos humanos, a superação da intolerância religiosa, a efetivação da Paz e Justiça como direito de todos, com foco no desenvolvimento sustentável. Tenho certeza que me refiro a uma instituição conhecida por muitos senadores e deputados, em especial dos estados do Norte e Nordeste, e que atuam em áreas com populações rurais e urbanas mais vulneráveis, como populações de rua, indígenas e quilombolas.

            Trata-se da CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviços, entidade sem fins lucrativos, com atuação em vários países do mundo, formada por igrejas com abrangência em todo o território nacional, marcadamente no Norte e Nordeste, duas das regiões mais carentes do nosso País. Conforme descrito no Relatório de Atividades da instituição de 2012, "dada à sua natureza ecumênica, a CESE se constitui em parceira com igrejas, organizações, movimentos e redes que atuam nesse campo em nível local, nacional e internacional, promovendo a diaconia (serviço social das igrejas) e a incidência pública do movimento ecumênico na perspectiva da defesa de direitos para a população brasileira menos favorecida".

            Dentre os parceiros mais constantes da CESE encontram-se o Conselho Mundial de Igrejas, a Aliança ACT (Ação Conjunta das Igrejas para Emergência e Desenvolvimento), o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) e a Rede Ecumênica de Juventude (REJU),

            Dentre muitas iniciativas da CESE no campo ecumênico, destaco a campanha realizada anualmente, desde 2001 - "Primavera para a Vida" - que, nos últimos anos, tem trabalhado a temática da Justiça Ambiental, estimulando igrejas, organismos ecumênicos e movimentos sociais a discutir as graves mudanças climáticas do nosso planeta, além de buscar a ampliação da rede de doadores individuais - Rede de Amigos da CESE - que colabora para a sustentabilidade financeira dos projetos da instituição.

            De acordo com texto intitulado "40 Anos de Luta por Direitos Humanos, Desenvolvimento e Justiça", assinado por sua coordenadora executiva Dra. Eliana Rollemberg, "naquele dia 13 de junho de 1973, quando nascia a CESE, conjugavam-se duas forças, dois sentimentos que até hoje permanecem: o compromisso com as lutas do povo brasileiro pela cidadania, e o desejo - sob a inspiração do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) - de construir uma organização ecumênica de serviço..."

            "A CESE, ao ingressar no cenário nacional, em pleno regime militar, superava três grandes preconceitos:

            - desafiar as igrejas evangélicas históricas a voltar sua atenção e prioridade para a região mais pobre do País - o Nordeste, embora distante de suas sedes institucionais, concentradas no Sul;

            - definir-se por pequenos projetos voltados para o desenvolvimento comunitário autônomo como peça central de sua política de apoio;

            - estreitar o diálogo com a Igreja Católica para uma experiência em comum".

            Orientada por estes compromissos, a CESE marcou presença em todas as principais lutas do povo brasileiro pelo fim do autoritarismo e das arbitrariedades e peia conquista da democracia. E continua firme nos seus propósitos, contribuindo para superar os fundamentalismos, os preconceitos, sejam de crença religiosa, de classe, gênero e raça/etnia principalmente, numa postura de diálogo constante e de promoção ativa da PAZ, com base na cidadania para todos.

            A riqueza de iniciativas dessa entidade nesses 40 anos já apoiou mais de 10 mil projetos de organizações populares em todo o Brasil, numa média de 400 por ano, contribuindo para melhorar a qualidade de vida de cerca de 9 milhões de pessoas.

            Vale a pena consultar também as publicações, conhecer os programas, os editais para a seleção de projetos (são exemplares em seus critérios), relatórios e registros fotográficos, dentre outros links, inclusive um que disponibiliza ao navegador as ferramentas para a elaboração de projetos. Pode-se também constatar a transparência que orienta as ações de captação de recursos da entidade e da prestação de contas à sociedade.

            Encerro esse registro, destacando algumas das muitas atividades já programadas para celebrar os 40 anos da CESE, entre elas Culto Celebrativo na Arquidiocese de São Salvador, no próximo dia 6 de junho; sessão especial na Assembléia Legislativa da Bahia, de iniciativa da deputada Neuza Cadore, no mesmo dia 6; Exposição Itinerante de Artes Visuais sobre o tema "Direitos Humanos em Imagens"; lançamento do Livro Histórico da CESE "Ecumenismo e Cidadania - A Trajetória da Coordenadoria Ecumênica de Serviços" em quatro centros: Salvador, Belém, São Paulo e Brasília; show comemorativo com Lenine, lançamento de revista sobre direitos humanos no Brasil, além de Feira Social de Projetos, debates e palestras em vários lugares.

            Desejo muitos anos de vida à CESE e que esta continue firme e forte em sua ação ecumênica e promotora de paz, da justiça e dos direitos humanos.

            Muito obrigada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2013 - Página 33143