O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria fazer o registro da presença aqui, em plenário, do Pastor Silas Malafaia, que acaba de chegar em Brasília para o grande encontro que teremos amanhã, na Esplanada. Esperamos para esse encontro 200 mil pessoas do Brasil, 200 mil líderes, que estão deslocando-se de toda parte do País.

            Vivemos como que enclausurados, esperando - deixa acontecer para ver como fica -, e temos o direito constitucional, em um País democrático, de dizer à Nação, de dizer às autoridades, de reviver o direito constitucional de que nós temos liberdade de expressão religiosa neste País, todo e qualquer cidadão, independentemente do seu credo. E, numa democracia, você pode ser a favor de algo ou contra algo. Esse é um direito que nos assiste. E nós não podemos ser criminalizados simplesmente porque fazemos defesa da vida, dos interesses da vida, dos interesses de uma maioria, da maioria da sociedade brasileira. Muito mais de 80% repudiam teses que estão sendo colocadas na sociedade, Senador Aloysio, e glamourizadas, de certa forma. Nós precisamos dizer, com mais claridade ainda do que estamos dizendo, as razões pelas quais enfrentamos o PL nº 122.

            Quero fazer um registro que me assusta muito, uma declaração do Presidente Renan, na mídia, hoje, de que vai colocar o PL nº 122 para ser votado a toque de caixa, porque não há acordo nas comissões. Assunto tão polêmico, Presidente, não pode ser votado a toque de caixa! E mais de 80% da sociedade brasileira não concorda.

            Dizer que a Senadora Marta tem um argumento plausível, por que o argumento plausível não é o meu? Por que o argumento plausível não é o de V. Exª, e é o da Senadora Marta? Com todo respeito, o homem é o que acredita. O homem é aquele que decide ser e aquele que defende algo em que acredita. E eu a respeito por isso, mas é preciso respeitar a posição da maioria absoluta da sociedade brasileira.

            Está acontecendo uma marcha agora, comandada pela CNBB, na Esplanada, Senador Aloysio, V. Exª que é de confissão católica, reiterando a sua luta contra o aborto e em favor da vida, uma luta que nos une. E o que mais me assusta, quando falam em redução da maioridade penal - e nós sabemos se podemos discutir todos esses assuntos no País -, é que, de cada dez abortistas, oito são contra a redução da maioridade penal. Eles são a favor de que a morte se efetue, o assassinato se efetue no ninho, mas, depois que se faz 17, 18 anos, não se pode tocar nessa criança, nesse menininho. Ele pode assaltar, sequestrar, estuprar, e você não pode colocar a mão nele, porque simplesmente esse homem, travestido de criança, pode tocar o terror na sociedade brasileira. Ora, a sociedade precisa saber qual é a nossa posição, e nós vamos apresentá-la com clareza, até porque nós não somos despreparados e nem babacas.

            Amanhã, nós vamos dizer à Nação que nós temos condições de discutir as fragilidades das fronteiras do Brasil, as nossas fragilidades na segurança pública. Nós conhecemos a dívida interna do Brasil, nós conhecemos a necessidade de avançarmos na nossa balança comercial, nós conhecemos o País, nós conhecemos este País, nós sabemos das suas necessidades, sabemos o que ele avançou no Governo Fernando Henrique, que nos deu as bases da economia, mas nós sabemos também o que avançou no social no Governo Lula. Sabemos também que é um País que padece por conta dessa violência, Senador Mário Couto, na qual V. Exª bate todos os dias dessa tribuna.

            Por isso, amanhã, o País está conclamado, as famílias estão conclamadas, e, respeitosamente - olha, é respeitoso -, nós vamos fazer esse ato de 200 mil pessoas, que, ao deixarem a Esplanada, não vão deixar uma guimba de maconha no chão. Não vai ficar um papelote de cocaína. E vou dizer mais: não vai ficar uma lata de cerveja no chão, até porque, Senador Mário Couto, os motéis não são nossos, os alambiques também não, as editoras de matéria pornográfica não nos pertencem, e eu não sei por que nós somos tão discriminados. Nós não comercializamos armas, muito pelo contrário.

            Nós vamos reafirmar o inequívoco valor da Igreja, o inequívoco valor da família, o inequívoco valor daqueles que acreditam que a vida tem valor. Àqueles que defendem os direitos humanos, como nós, nós vamos além de acreditar em direitos humanos. Nós somos aqueles que acreditam que os humanos é que têm direitos.

            Por isso, faço o registro da presença do Pastor Silas Malafaia.

            Amanhã, nós esperamos 200 mil líderes deste País para dizer à Nação o que pensamos sobre o sofrimento causado pelas drogas, o malefício das drogas. Aliás, vamos até revelar o nosso sentimento triste com relação a esta hipocrisia: um país de bêbados que acha que, fazendo um programa para resolver o problema do crack, vai resolver o problema da droga no Brasil.

            Muito obrigado pela benevolência de V. Exª comigo.