Pronunciamento de Lúcia Vânia em 05/06/2013
Pela Liderança durante a 88ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da participação de S. Exª na apresentação do Relatório Prévio das Contas do Governo, pelo TCU.
- Autor
- Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
- Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
-
TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA.
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).:
- Registro da participação de S. Exª na apresentação do Relatório Prévio das Contas do Governo, pelo TCU.
- Publicação
- Publicação no DSF de 06/06/2013 - Página 33525
- Assunto
- Outros > TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA. MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
- Indexação
-
- RELATORIO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), CONTAS, GOVERNO FEDERAL, INDICE, ECONOMIA, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), INFLAÇÃO.
- CRITICA, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), COMPARAÇÃO, ALIANÇA (PE), NATUREZA ECONOMICA, AMERICA LATINA.
A SRª LÚCIA VÂNIA (Bloco/PSDB - GO. Pela Liderança. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 29 do mês passado, tive a oportunidade de participar da apresentação do Relatório Prévio das Contas do Governo da República 2012, no Tribunal de Contas da União.
O TCU, no exercício do controle externo, apresenta à sociedade brasileira um diagnóstico sobre aspectos relevantes do desempenho e da conformidade da gestão pública federal no ano que passou.
Trata-se de um relato tão claro e competente que possibilita o exercício do controle social ao dotar o cidadão de informações fidedignas sobre questões que impactam o seu dia a dia.
O relatório é transparente, direto e contundente em mostrar a realidade brasileira que vivemos neste momento. Uma realidade da qual tínhamos conhecimento, agora comprovada com os dados divulgados pelo TCU.
É um componente fundamental no processo democrático de prestação de contas sobre a condução dos negócios do Estado.
Uma das partes mais relevantes do relatório são os dados sobre o desempenho da economia brasileira, que trazem à luz a evolução dos índices econômicos e, por consequência, os sociais.
Baixo crescimento do PIB.
A população brasileira já sente no seu bolso os efeitos de um crescimento pífio do Produto Interno Bruto, de 2011 para 2012, de inexpressivos 0,9%, acompanhado da perversa e insistente inflação, que teima em fugir do centro da meta de 4,5%. Em termos de crescimento do PIB, ficamos muito atrás da China, da Índia, da Rússia e da África do Sul, países semelhantes que, junto com o Brasil, compõem o chamado BRICS.
Baixo investimento.
Como se não bastasse, Srs. Senadores, registramos, no ano de 2012, um recuo de 4% da formação bruta de capital fixo, importante indicativo da baixa taxa de investimento da economia brasileira.
Esse indicador mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, ou seja, justamente aqueles bens que servem para produzir outros bens. São basicamente máquinas, equipamentos e material de construção.
Ele é importante porque indica se a capacidade de produção do País está crescendo e, sobretudo, se os empresários estão confiantes no futuro do País.
E justamente nesse indicador temos uma redução de 4%! Os empresários não estão confiantes no futuro do País.
A inflação, em 2012, medida pelo IPCA, ficou em 5,84%.
Quanto à inflação, a decisão do Banco Central de sinalizar que o combate à inflação é prioridade veio numa hora em que já se pensava que o Governo estaria sendo omisso em relação aos avanços obtidos na década de 90, que culminaram com o Plano Real em 1994 e com a estabilização da economia, que colocou as bases para uma preocupação maior com os aspectos sociais.
Srs. Senadores, não seria possível a realização do atendimento das necessidades dos mais pobres deste País sem o combate àquele que é, talvez, o pior mal de qualquer economia, que corrói o resultado do trabalho suado daqueles que deixam suas casas a cada manhã...
(Soa a campainha.)
A SRª LÚCIA VÂNIA (Bloco/PSDB - GO) - ... para buscar o sustento de suas famílias, em todo o País, e transfere renda para os mais ricos: a inflação.
Já se ouvem nas ruas os comentários sobre a alta de preços, principalmente a dos alimentos. Esse é o pior dos mundos, ao qual nenhum brasileiro deseja voltar e, espera-se, que o Governo assuma a gestão da economia no caminho certo e não com medidas paliativas.
O Brasil obteve o menor desempenho do PIB entre os países que compõem os BRICS, há pouco considerados a locomotiva do desenvolvimento mundial.
No contexto da América Latina, o Brasil, que há pouco atraía a atenção mundial, alicerçado na base segura dos paradigmas econômicos da estabilidade trazida pelo Plano Real, só não foi pior do que o Paraguai, cuja economia decresceu 1,2%.
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
A SRª LÚCIA VÂNIA (Bloco/PSDB - GO) - (Fora do microfone.) ... Sr. Presidente.
E olha que os dados analisados pelo TCU ainda nem tinham os parâmetros da chamada Aliança do Pacífico, constituída pela Colômbia, México, Peru e Chile. Enquanto o Brasil se fecha na mesmice e num desgastado Mercosul, os países do Bloco do Pacífico comemoram invejáveis índices de desempenho econômico.
Com 22 anos de existência, o Mercosul tem Tratados de Livre Comércio com Israel, Palestina e Egito. O Bloco do Pacífico tem livre comércio com mais de 50 países ou blocos, incluindo a China, os Estados Unidos e a Europa, com tratados assinados individualmente pelos países.
O Mercosul, incluindo o Brasil, exporta US$335 bilhões, enquanto a recém-criada Aliança do Pacífico tem exportações de US$556 bilhões. A previsão de crescimento deste Bloco...
(Soa a campainha.)
A SRª LÚCIA VÂNIA (Bloco/PSDB - GO) - ... para 2013 é o dobro do previsto para o Mercosul.
Já concluo, Sr. Presidente.
Portanto, Srªs e Srs. Senadores, é hora de acordarmos e clamarmos por uma governança menos ideológica e mais comprometida com o futuro do País e, acima de tudo, com a nossa população.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.