Discurso durante a 96ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à memória do jornalista Marcos Coutinho, recentemente falecido.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do jornalista Marcos Coutinho, recentemente falecido.
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2013 - Página 37134
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JORNALISTA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado e também da TV Senado, Sr. Presidente, eu ocupo a tribuna, nesta manhã de sexta-feira, para fazer uma homenagem, um registro pela passagem, o falecimento de um jornalista da cidade de Cuiabá, o jornalista Marcos Coutinho.

            Na madrugada do último domingo, dia 9, o jornalista e empresário Marcos Coutinho veio a falecer com 47 anos de idade. Partiu muito cedo.

            Fundador e Diretor Executivo do Grupo de comunicação Olhar Direto, deixa a sua esposa, Maria Izabel, os três filhos Mateus, Luca e Joaquim, e também a sua mãe, Zildinete Coutinho.

            Mato Grosso perdeu um ícone do jornalismo. Apaixonado pela profissão, Coutinho primava pela qualidade dos seus textos e de todos os profissionais que o circundavam. Além de jornalista, tinha um hobby, que era a música.

            Formado pela Universidade Metodista de São Paulo, era considerado um dos profissionais mais polêmicos da comunicação mato-grossense e um ícone do jornalismo investigativo.

            De família tradicional cuiabana, sua história profissional está ligada à cobertura dos casos mais polêmicos do noticiário mato-grossense. Isso lhe proporcionou ter participação direta em duas finais regionais do Prêmio Esso de Jornalismo - veículo impresso do Centro-Oeste, fato raro para quem atua em Cuiabá.

            Portanto, apontado por decanos do jornalismo mato-grossense, como Jê Fernandes, Onofre Ribeiro e José Eduardo do Espírito Santo, e para o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor), como o primeiro repórter investigativo da imprensa no formato contemporâneo, Marcos Coutinho se notabilizou com reportagens de fundo para os jornais A Gazeta, que é o maior do Estado de Mato Grosso, e depois Gazeta Mercantil.

            No começo dos anos 2000, fundou o site Olhar Direto com seu amigo Mário Marques de Almeida.

            Há três anos, fundou a mais estruturada sucursal de Brasília entre os veículos de website de Mato Grosso, que o transformou em mais um Parlamentar de Mato Grosso, pelo menos nos deslocamentos de Cuiabá-Brasília e vice-versa, sempre acompanhando os Congressistas mato-grossenses, distribuindo entre todos observações, conselhos e críticas.

            Porém, seu espírito empreendedor queria sempre mais e, por isso, desde o ano passado, transformou o seu Olhar Direto num portal de notícias.

            Ele criou outros sites, como o Agro Olhar, Olhar Jurídico, Olhar Copa e Olhar Conceito. Por isso, possui a maior redação individual de um veículo noticioso de Mato Grosso, gerando em torno de 30 empregos para jornalistas.

            Coutinho também foi responsável pela criação e implantação da Secretaria de Comunicação da Câmara Municipal de Cuiabá, no ano de 1995.

            Ao tomar conhecimento, lamentei a morte do jornalista Marcos Coutinho. Mato Grosso perdeu um grande jornalista, e eu, um ótimo amigo.

            Quando fui candidato ao governo de Mato Grosso, em 2002, Coutinho estava lá, sempre pronto a me auxiliar, alertar, sugerir, criticar e também elogiar. E foi assim nos oito anos em que fui Governador de Mato Grosso e nos dois anos de Senado, sempre me alertando das armadilhas da política e fazendo chegar aos meus ouvidos os ruídos dos corredores do Palácio Paiaguás.

            Ele era jornalista em tempo integral, se alimentava de jornalismo, sempre em busca da notícia, de uma grande reportagem, de um "furo", mas tudo isso sem passar por cima das pessoas e sem deixar de lado os amigos.

            Sempre agitado, Coutinho era daqueles que entrava em uma sala e rapidamente examinava tudo e selecionava o que lhe interessava, sem nunca se fazer de rogado em usar as informações conseguidas.

            E sempre dizia: "Deixa de ser bobó cheira-cheira", dizia ele em bom cuiabanês, quando queria alertar um amigo de que estava dando bobeira.

            O que nos dá conforto nessa partida tão precoce, é que ele deixou um legado no jornalismo de Mato Grosso e mais importante: deixou grandes histórias, coisa que tanto valorizava.

            Contava histórias do povo cuiabano como ninguém. Vou sentir saudades das mesmas, nos jantares de quarta-feira em meu apartamento aqui em Brasília.

            Coutinho era humano, com defeitos e qualidades, mas o que o distinguia era sua personalidade única, generosa, espontânea e colérica.

            Na última segunda-feira, quando Marcos Coutinho foi enterrado no cemitério Bom Jesus em Cuiabá, e eu não pude estar presente. Encontrava-me em Lisboa, cumprindo uma missão do Senado, mas dizem que faltaram coroas de flores na cidade, foram tantas as homenagens que não se podia entrar na Sala das Orquídeas onde seu corpo foi velado.

            Foi ao som do trompete, ao ritmo de jazz e bossa nova o último adeus a esse grande jornalista, uma grande pessoa e um grande amigo!

            Com pesar, termino aqui o meu adeus ao grande amigo Marcos Coutinho.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2013 - Página 37134