Pronunciamento de Cristovam Buarque em 20/06/2013
Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
- Autor
- Cristovam Buarque (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
- Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Publicação
- Publicação no DSF de 21/06/2013 - Página 38776
O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT - DF. Sem revisão do orador.) - Senador Paim, apenas para, em primeiro lugar, dizer que apoio e subscrevo a ideia do Senador Rodrigo Rollemberg. A direção do Senado já deveria ter pensado nisso; a direção da TV; mas, agora, ele pensou, ele sugeriu, nós apoiamos. Espero, então, e fico satisfeito que V. Exª faça o pedido e que cobremos uma resposta.
Agora eu queria aproveitar e falar um pouco, rapidamente, sobre o que falou o Senador Randolfe.
Fala-se em violência dessa meninada lá fora. Gente, violência é aquilo contra o que eles lutam. Violência é o transporte público do Brasil, que deixa um pai de família, uma mãe de família, uma hora esperando um ônibus; três horas no trajeto para casa todos os dias.
Isso que é violência! Violência é uma escola onde a criança não tem uma cadeira para sentar, ou tem uma cadeira desconfortável, e estuda num quadro-negro, o que ninguém mais aceita hoje. Violência é uma mãe com uma criança num colo numa fila para ser atendida, porque a criança está doente. Isso é violência! Nós não temos jovens violentos, nós temos um sistema violento. E quando se fala em vandalismo, o vandalismo de quebrar uma vidraça, que não devemos recomendar nem aceitar, é muito menor do que o que se faz contra a vida dos brasileiros, morrendo criança por falta de UTI. Isso é vandalismo! Estão morrendo, até na Capital da República, crianças por falta de UTI, porque o dinheiro foi para construir um estádio de R$1,6 bilhão, onde só vai entrar quem pagar R$300,00, R$150,00, na menor tarifa. A violência não é da meninada na rua, a violência é do sistema que temos há 500 anos neste Brasil e que os últimos 20 não romperam. Se concluir mais, eu diria que violência é o Senado vazio numa hora como esta.