Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Autor
Eduardo Braga (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2013 - Página 38776

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro para dizer que efetivamente estamos acompanhando a manifestação do povo brasileiro, não apenas da juventude. A manifestação está acontecendo, inclusive, na minha cidade, em Manaus, com, seguramente, 30, 40, 50 mil pessoas nas ruas. Para uma cidade como Manaus, essa é uma manifestação extremamente representativa, talvez uma das maiores manifestações da história da cidade de Manaus.

            Tenho acompanhado, em diversas cidades brasileiras, na sua Porto Alegre, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Recife, aqui na porta do Congresso Nacional e, como tenho dito - não é a primeira vez que estou falando assim -, respeito esta manifestação e, com humildade, quero ouvir, compreender e entender as vozes do povo, as vozes da rua, que estão nos colocando uma nova agenda nacional. E não é essa juventude que está vindo à rua fazer essa manifestação pacífica que deve ser comparada ou confundida com outra coisa, que é atitude de vandalismo, sim, de agressão.

            Porque não foram portas e janelas quebradas, não, por detrás da farda de um soldado há um ser humano, que é pai de família, que tem filho para criar, que tem esposa, que tem mãe, que tem pai, com o mesmo direito que o cidadão civil tem de ser guardado, de ser respeitado. Por que não vamos respeitar aquele que está ali para proteger a sociedade?

            Portanto, quero dizer do meu respeito pela manifestação. Eu disse, como Senador e como Líder do Governo, desde o primeiro momento, desde a primeira manifestação, e os Anais do Senado haverão de poder, no futuro, mostrar todas as minhas posições: o respeito que tenho por uma manifestação livre, soberana, da expressão popular nas ruas. Agora, não posso achar natural que um povo, que está fazendo um novo momento e uma nova etapa na política, na democracia e na vida brasileira, seja confundido com atos de vandalismo, com organizações cuja origem não sabemos qual é, mas que está claro que têm o objetivo de depredar patrimônio público, patrimônio privado, agredir seres humanos. Isso não tem o meu apoiamento, como cidadão, como Senador da República.

            Mas quero aqui, Sr. Presidente, dar um testemunho da imagem a que acabei de assistir. Fui até meu gabinete, no 12º andar do anexo do Senado, Anexo I, fui em companhia do Senador Pedro Taques. Abrimos as janelas do meu gabinete e tivemos uma visão que impacta, sinceramente, Presidente, impacta. Não satisfeitos, fomos até o 14º andar, naquela ponte que interliga as duas torres, e tivemos a vista frontal do movimento que está aqui fora do Congresso Nacional. As imagens de câmera, neste nível que as nossas câmeras estão, não mostram a grandiosidade da manifestação que está aí em frente. Isso é que é importante para nós.

            Quando o povo vem à porta do Parlamento, a leitura que tenho é que vem porque aqui é a Casa do povo, e que aqui nós devemos ser a ressonância correta, ponderada, humilde, paciente daquilo que a agenda nacional, feita pelo povo, diretamente pelo povo, passará a ser a partir de então.

            Estou aqui no plenário, desde o início da sessão, presente, participando, atento, ouvindo o discurso de todos os Senadores que se manifestaram, ouvindo as posições pela ordem dos Senadores em plenário, conversando com o Líder do meu Partido, conversando com o Presidente do Senado. E, hoje, às 11h30 da manhã, eu estava conversando com a Presidente da República, de 11h30 até 12h30, e ouvi da Presidente, com humildade, com paciência, com atenção, a necessidade de todos nós ouvirmos a voz do povo, a voz das ruas.

            Portanto, Sr. Presidente, se tivermos condições técnicas, obviamente, e condições tecnológicas para poder fazer a transmissão, em função das iluminações, e se for autorizado pela Mesa, creio que nada mais cívico, nada mais patriótico do que mostrarmos pela televisão do Senado Federal, a televisão do povo, as imagens que estão sendo proporcionadas pela população brasileira do lado de fora do Congresso Nacional.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2013 - Página 38776