Discussão durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente à Mensagem n. 32, de 2013.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente à Mensagem n. 32, de 2013.
Publicação
Publicação no DSF de 20/06/2013 - Página 38332

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Para discutir. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna porque acho, Senador José Agripino, que V. Exª foi muito feliz em poder propor a votação, tão importante, na tarde de hoje, em função da visita de Sua Santidade, o Papa, Senador José Agripino, a este País na Jornada Mundial da Juventude.

            Vejo este como um momento muito delicado para a visita do Papa a este País. O Brasil, o povo brasileiro, neste momento, vive uma angústia que só agora pôde externar, uma angústia de tempos, uma angústia de uma vida ruim, uma angústia que não poderia mais ser contida, uma angústia que alguns de nós, Senadores... E eu cito aqui aqueles Senadores de oposição que sempre vieram a esta tribuna para alertar. E quero fazer justiça ao Senador Alvaro Dias, que, junto comigo, estava aqui, nesta tribuna, quase todas as tardes, reclamando a saúde, reclamando a educação, reclamando a inflação e a condição de vida do povo brasileiro.

            O nosso País custa muito caro para o povo brasileiro. Nós pagamos, em impostos, mais de R$1 trilhão a cada ano. O povo brasileiro é sugado de todas as formas.

            Era preciso avaliar a visita do Papa a este País. Por isso, apressar a votação de hoje é importante.

            O povo brasileiro é ordeiro, mas ele não aguenta mais.

            Ora, Senador Alvaro Dias, V. Exª foi um dos primeiros a subir a esta tribuna e falar da exibição da construção dos estádios neste País. Aqui, em Brasília mesmo, V. Exª perguntou como é que se faz um estádio no valor de R$1 bilhão quando os hospitais estão caindo e não atendem o povo brasileiro. Como se faz um estádio no valor de R$1 bilhão quando o povo brasileiro está nas filas, às 4 horas da manhã, para pegar uma ficha para o seu parente não morrer dentro de um hospital, Senador Alvaro Dias? E os estádios construídos, todos, por mais de R$500 milhões! Quantos hospitais daria para fazer, meu nobre Senador? Quantos hospitais ganharíamos com R$1 bilhão? É isso que revolta o povo brasileiro.

            A Presidenta Dilma tenta, agora, minimizar. A Presidenta Dilma tenta, agora, se assessorar com o presidente Lula.

            As coisas são somadas. As responsabilidades, Brasil, são somadas. Eu falei aqui várias vezes. Eu disse aqui várias vezes. Eu me preocupei várias vezes.

            Presidente, o povo acordou. Das dimensões ninguém sabe, mas elas vão sendo esclarecidas aos poucos, vão ficando cristalinas. Elas começaram com R$0,20.

            (Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Hoje, nós sabemos que o problema não é os R$0,20. Hoje, nós sabemos que é a saúde. Hoje, nós sabemos que é a corrupção, que eu tanto combato aqui, nesta tribuna, que brincaram com o povo brasileiro, que escracharam o povo brasileiro, que aqueles do mensalão... Ainda hoje, eu li, no jornal, que o Ministro Toffoli disse que só daqui a 2 anos os mensaleiros serão presos. Não serão presos nunca, Brasil!

            Essa é a moralidade que o povo quer, a moralidade que não veio do Governo, um governo que protege os apadrinhados...

            (Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ...um Governo que esconde os apadrinhados, um Governo que merece que o povo esteja nas ruas, sim (Fora do microfone.) fizemos para a sociedade, e que este Senador alertou muitas vezes aqui, desta tribuna, Sr. Presidente. Falta de alerta não foi. Estas mãos ficaram doídas de tanto eu bater aqui e falar contra a corrupção. Hoje, eles estão aí. Os brasileiros voltaram às ruas. E me parece que voltaram com mais força do que todos os tempos passados, Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/2013 - Página 38332