Pronunciamento de José Agripino em 19/06/2013
Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Referente à Mensagem n. 32, de 2013.
- Autor
- José Agripino (DEM - Democratas/RN)
- Nome completo: José Agripino Maia
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Outros:
- Referente à Mensagem n. 32, de 2013.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/06/2013 - Página 38332
- Assunto
- Outros
O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para emitir uma opinião. Claro que o voto é secreto, mas eu não poderia deixar de emitir uma opinião sobre o Embaixador Denis Fontes, uma figura altamente qualificada e com uma longa e competente carreira, levada a efeito no âmbito do Itamaraty.
Ele tem experiência no campo diplomático, no campo administrativo, é homem de grande sensibilidade, que vai ser fundamental para o desempenho da função dele, porque, Senador Casildo, ele é o primeiro Embaixador do Brasil indicado pelo Governo após a eleição do Papa Francisco, que foi eleito, o mundo inteiro sabe, após a renúncia do Papa Bento XVI. Depois de séculos, um Papa renuncia, e sabem-se perfeitamente as razões pelas quais ele renunciou.
A Igreja vive momentos de conflito, vive um quadro de conflito intestino. As questões da homofobia, do aborto e do celibato dividem a Igreja, e o Papa Bento XVI, um homem de convicções, mas um homem já de idade avançada, se viu esmagado pelas pressões que administrava dentro da Igreja e que o levaram à renúncia, suponho eu, para que um novo Papa fosse eleito, em função das dificuldades a que a Igreja assistia, apresentando-se com um perfil para que, conhecido dos cardeais, votassem naquele que sintonizasse, de forma consensual ou majoritária, o pensamento da Igreja. E assim foi feita a escolha do Papa Francisco, apropriado para administrar o conflito que a Igreja vive hoje, dentro de ideias e teses modernas. Ele, que é um homem jovem ainda, vai, ao longo do tempo, tentar reunificar a Igreja e conquistar mais adeptos para o catolicismo no mundo inteiro, tendo em vista que a Igreja Católica, que é a minha igreja, vem perdendo adeptos no mundo inteiro, cedendo espaços a várias outras Igrejas, principalmente a evangélica, e vai, claro, percebendo isso, reagir.
A diplomacia do Vaticano é uma das diplomacias mais sofisticadas do mundo. Ela toma partido nas mais diversas questões que impressionam ou que causam preocupação à humanidade. O Vaticano é uma cidade-estado e é sede da Igreja Católica, mas tem opinião, tem assento na ONU. A diplomacia brasileira, que é representante da nação católica mais numerosa do mundo, tem importância fundamental, muito grande, para a Santa Sé.
O Embaixador do Brasil na Santa Sé precisava ser um homem qualificado, como o Embaixador Denis Fontes o é, para, conhecendo a intimidade da diplomacia e procurando, rapidamente, conhecer a diplomacia da Santa Sé, poder fazer um trabalho positivo para os interesses do Brasil, da Igreja do Brasil e para a Igreja universal.
A missão do Embaixador Denis Fontes junto ao Vaticano é, eu ousaria dizer, muito mais complicada, muito mais difícil do que foi a de antecessores a ele na Embaixada do Brasil no Vaticano, mas ele tem qualificação suficiente para desempenhar as funções com brilho, e, neste momento, eu quero, como Relator, desejar a S. Exª pleno êxito no desempenho das funções que, se aprovado pelo Senado, haverá de desempenhar.
Era a minha palavra e a minha opinião, Sr. Presidente.