O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, venho à tribuna do Senado para apoiar, com toda força, as palavras da Presidenta Dilma Rousseff ontem expressas em Salvador, na Bahia, quando mencionou que quer ouvir como a população do País quer a reforma política, como as pessoas acham que devem votar, como as pessoas deste País acham que devemos financiar as campanhas políticas; ouvir se as pessoas acham se deve haver voto secreto ou não no Congresso, como as pessoas acham que o suplente de Senador deve ser eleito e como serão feitas as candidaturas.

            Sua Excelência enumerou esses pontos, rebatendo as críticas de que as perguntas seriam complicadas para o eleitor. E ressaltou ainda, a Presidenta Dilma:

Eu acredito muito na inteligência, na sagacidade do povo brasileiro. Acho que o povo sempre mostrou, ao longo de toda a nossa história, que as suas escolhas foram acertadas. Portanto, eu não sou daqueles que acham que o povo é incapaz de entender, porque as perguntas são complicadas.

            Dilma voltou a distinguir as manifestações do Brasil das que acontecem em outras partes do mundo.

Nas manifestações em uma parte do mundo, que levaram o nome de Primavera Árabe, lutava-se contra a ditadura e a favor da democracia. Nós, não. Temos democracia e, por isso, somos capazes de ouvir as vozes das ruas. Sou de uma época em que havia uma imensa dificuldade de se expressar nas ruas deste País.

            E o disse para louvar o fato de não haver no Brasil divisões religiosas ou étnicas nem a crise política e econômica que levou milhares às ruas nos Estados Unidos e na Europa.

            Assim, Sr. Presidente, quero ressaltar que, inclusive, não estou de acordo com palavras como aquelas do Senador Aécio Neves, quando este mencionou que teria receio da consulta popular, porque isso significaria a possibilidade, por exemplo, de o Presidente Lula estar falando pelos meios de comunicação.

            Ora, da mesma maneira que o Presidente Lula poderá eventualmente expor os pontos de vista que nós do Partido dos Trabalhadores defendemos, quaisquer pessoas, todos os líderes do PSDB, seja o Presidente Fernando Henrique Cardoso, seja o Senador Aécio Neves, o Senador Aloysio Nunes, o Senador Alvaro Dias, todos poderão expor as suas ideias, porque será dado tempo igual pelos meios de comunicação, antes da realização do plebiscito, para que exponham o seu ponto de vista.

            Aliás, quero aqui sinalizar algo que achei importante ontem: a participação do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso em programa realizado pela TV Globo, intitulado “Na Moral”, um programa com a participação do jornalista e âncora Pedro Bial, que, de uma forma tão interessante, expôs os pontos de vista daqueles que são favoráveis e os que são contrários…

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - … à descriminalização do uso de drogas.

            Meus cumprimentos ao Pedro Bial e a todos que participaram daquele programa tão bem feito e que, inclusive, nos informa muito, Presidente Jorge Viana, sobre matéria que, possivelmente, iremos analisar aqui no Senado Federal.

            Mas, sobretudo, o meu apoio entusiástico à proposição e à postura da Presidenta Dilma em favor da consulta, na forma do plebiscito e o quanto antes, Sr. Presidente.

            Tudo isso depende muito de nós. E quero, aqui, colocar-me, com a energia toda positiva, à disposição para, nos próximos dias, colaborar com o propósito da reforma política, através também da consulta ao povo brasileiro e na forma do plebiscito.

            Muito obrigado.