Pela Liderança durante a 112ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do centenário de nascimento do político e guerrilheiro Carlos Marighella.

Autor
Rodrigo Rollemberg (PSB - Partido Socialista Brasileiro/DF)
Nome completo: Rodrigo Sobral Rollemberg
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do centenário de nascimento do político e guerrilheiro Carlos Marighella.
Publicação
Publicação no DSF de 09/07/2013 - Página 43600
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, NASCIMENTO, POLITICO, ESTADO DA BAHIA (BA), COMENTARIO, IMPORTANCIA, AUTORIDADE, LUTA, DEMOCRACIA.

            O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB - DF. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Prezada Senadora baiana Lídice da Mata, que preside esta sessão; prezado amigo Senador João Alberto Capiberibe, autor desta homenagem merecida; prezada Deputada Federal Janete Capiberibe; prezado Governador do Estado do Amapá, Camilo; prezado Carlos Augusto Marighella, filho do homenageado; Sr. Paulo Abrão Pires Junior, presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; Srª Iara Xavier, coordenadora do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do Distrito Federal; senhoras e senhores aqui presentes; Srªs e Srs. Senadores, pouco restou para eu falar depois dos pronunciamentos de todos os que me antecederam, que relataram toda a trajetória de luta, toda a valentia, todo o compromisso com o País do grande militante das causas populares, das causas socialistas, Carlos Marighella. Mas eu não poderia deixar aqui de me somar aos demais pronunciamentos e cumprimentar o Senador Capiberibe por essa iniciativa, juntamente com a Senadora Lídice da Mata, grande Senadora baiana -- como o nosso homenageado -- que vem dando continuidade, aqui no Senado, junto com vários outros companheiros, à luta de Carlos Marighella.

            Todos aqui ressaltaram a valentia, o próprio reconhecimento, pelas forças da ditadura e pelas forças da repressão, de Carlos Marighella, uma pessoa obstinada em construir um País melhor, extremamente corajosa, extremamente convicta dos seus pensamentos, e que tinha uma atitude em relação à vida extremamente coerente com aquele País que ele sonhava: um País justo, um País solidário, um País generoso, um País soberano.

            Eu tenho dito que nós avançamos muito no Brasil, nos últimos 30 anos. E muitas vezes, amigo Jarbas, nós não nos damos conta, especialmente os mais jovens, de que, há pouco mais de 30 anos, o Brasil vivia numa ditadura. E, se hoje nós avançamos e consideramos a democracia um bem inegociável, foi graças a muitos que lutaram, alguns com sacrifício de sua vida, como Carlos Marighella, no enfrentamento à ditadura e na construção dessa democracia.

            Precisamos reconhecer que avançamos para reconhecer que precisamos avançar muito mais. Se hoje tivemos condições de fazer uma Constituição avançada como foi a Constituição de 1988, que garante a liberdade de expressão, a liberdade de organização partidária, a liberdade de organização sindical; se pudemos ter, através da iniciativa de um Senador socialista, a aprovação da Lei da Transparência, que permite que a população acompanhe todos os gastos do Governo; se tivemos uma Lei da Ficha Limpa, através de um projeto de iniciativa popular; a Lei de Acesso à Informação, com apoio do Congresso Nacional; a instalação da Comissão da Verdade, isso se deu graças ao trabalho desenvolvido muito antes, no enfrentamento à ditadura, por pessoas como Carlos Marighella.

            Mas precisamos muito também, apoiados nos ensinamentos de Carlos Marighella, radicalizar a democracia no nosso País. E, se conquistamos uma democracia formal, do ponto de vista político, nós ainda estamos distantes de conquistar uma democracia econômica. Ainda vivemos num País de grandes desigualdades econômicas, de grandes desigualdades sociais e de grandes desigualdades regionais. E, se, naquele momento, revolucionários como Carlos Marighella precisaram se organizar e pegar em armas para enfrentar a ditadura, nós temos que agora aproveitar todos os instrumentos que a democracia nos oferece para fazer com que este País possa avançar, verdadeiramente, na sua democracia e na sua democracia econômica, melhorando a qualidade de vida do nosso povo.

            Entendo que Carlos Marighella está para o Brasil como outros grandes heróis estão para os seus países. Eu o coloco como um dos grandes líderes latino-americanos, na mesma categoria de Simón Bolívar, José Martí, Emiliano Zapata, Augusto Sandino e Ernesto Che Guevara.

            Por isso, Senador Capiberibe, Senadora Lídice da Mata, nada mais justo do que, neste momento, homenagearmos Carlos Marighella e dizer que muitas das motivações da sua luta estão presentes, e cabe a nós, em um ambiente democrático, radicalizando a democracia, construir um País mais justo, mais solidário, generoso e soberano, como queria Carlos Marighella.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/07/2013 - Página 43600