O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu só quero solicitar, em relação ao primeiro tema que V. Exª tratou, até em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, uma participação. Como eu conversava com o Senador Ricardo Ferraço, fui o primeiro Parlamentar brasileiro, ao final da década de 90 e início dos anos 2000, a denunciar o pacto promovido pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, conhecido no mundo inteiro como Ukusa, ou seja, United Kingdom mais USA, que gerou a instalação de uma base de dados chamada Echelon, fixada originalmente inclusive na Inglaterra. Depois disso, com um plano de cooperação com a Austrália, a Nova Zelândia e o Canadá.

            Portanto, eu fiz essa denúncia à época. Inclusive hoje recebi um convite para falar sobre isso para determinado veículo de comunicação. E à época, Sr. Presidente, muita gente achava que era loucura a nossa posição em relação exatamente à espionagem a partir dessa base de dados instalada ali na Europa com essa vinculação. E mais ainda com os fatos ocorridos recentemente. Lembrando que todo o processo de comunicação de satélite brasileiro é operado por satélites sobre os quais não temos nenhuma gestão. Além disso -- inclusive como já lembrou de público o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo --, há a questão do cabo submarino.

            Então, acho que é fundamental que a Comissão de Relações Exteriores… O Senador Ricardo Ferraço já anunciou aqui inclusive o início desse pedido de explicação, para que nós pudéssemos, em um processo de aprofundamento, fazer esse debate, e não ficar restrito a um debate no Congresso Nacional. Acho que deveríamos inclusive extrapolar essas fronteiras e fazer o debate em âmbito mundial, envolvendo outros organismos, para que, de uma vez por todas, essa apuração tivesse encaminhamento para buscar não só coibir, mas também punir duramente aqueles que praticaram, ao longo dos anos, uma verdadeira espionagem não só do ponto de vista de governos, como do ponto de vista inclusive da invasão da privacidade de cada cidadão mundo afora.