Comunicação inadiável durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários acerca de pesquisa realizada pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão sobre a presença das mulheres na política brasileira; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL. FEMINISMO, ATIVIDADE POLITICA.:
  • Comentários acerca de pesquisa realizada pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão sobre a presença das mulheres na política brasileira; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/2013 - Página 44799
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL. FEMINISMO, ATIVIDADE POLITICA.
Indexação
  • REGISTRO, COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES (CRE), SENADO, APROVAÇÃO, REQUERIMENTO, REFERENCIA, CONVOCAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, PARTICIPAÇÃO, DEBATE, ASSUNTO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), REALIZAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, BRASIL.
  • COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, ASSUNTO, PARTICIPAÇÃO, MULHER, ATIVIDADE POLITICA, LOCAL, BRASIL, DEFESA, NECESSIDADE, REALIZAÇÃO, REFORMA POLITICA.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

            Srs. Senadores e Srªs Senadoras, companheiros e companheiros, Sr. Presidente, num breve parêntese, quero apenas comunicar a este Plenário que, neste momento, reúne-se a Comissão de Relações Exteriores e que acabamos de aprovar nove requerimentos, convidando Ministros e autoridades para virem ainda nesta semana, possivelmente na próxima quinta-feira, à Comissão de Relações Exteriores, para debater a questão da espionagem promovida pelo governo americano contra vários países do mundo, em especial o Brasil, fato extremamente grave. Aprovamos requerimentos do Senador Aloysio Nunes Ferreira, outro de minha autoria, do Senador Inácio, da Senadora Ana Amélia, do Senador Ferraço, do Senador Randolfe e de tantos outros.

            Sr. Presidente, neste momento, eu venho a esta tribuna para falar a respeito de uma pesquisa que foi divulgada hoje, pela manhã, na Secretaria de Política para as Mulheres, com a Ministra Eleonora Menicucci e representante do Instituto Patrícia Galvão, uma pesquisa muito importante, realizada pelo Ibope Inteligência, em parceria com o Instituto Patrícia Galvão e com o apoio da ONU Mulheres, ou seja, das Nações Unidas, o órgão que trata de questões específicas às mulheres.

            O objetivo da pesquisa, Sr. Presidente, foi levantar a opinião de brasileiros e brasileiras sobre a presença das mulheres na política do País. A pesquisa foi feita em todo o País, em grandes, médios e pequenos Municípios, num universo de homens e mulheres acima de 16 anos de idade. Foram 2.002 entrevistas realizadas no período de 11 a 15 de abril deste ano. De acordo com os pesquisadores, com o Instituto Ibope, o intervalo de confiança é de 95%, sendo a margem de erro de 2 para mais ou 2 para menos. E, como eu disse, o objetivo da pesquisa era exatamente analisar, ver a opinião do povo brasileiro acerca da presença das mulheres na política em nosso País.

            Sr. Presidente, as pessoas eram questionadas se concordavam ou não ou apenas em parte com a frase: “Só há democracia de verdade com a presença de mais mulheres ocupando os cargos de poder e de tomada de decisão do País.” Setenta e quatro por cento dos entrevistados e das entrevistadas disseram que concordam totalmente ou em parte com esta frase: só há democracia com a presença de mais mulheres ocupando mais cargos de poder e de tomada de decisão no País.

            Sr. Presidente, hoje, a Lei Eleitoral já determina que os partidos destinem pelo menos 30% das candidaturas a cada um dos sexos. Um dos projetos discutidos na reforma eleitoral propõe que cada partido apresente uma lista de candidatos composta metade por homens e metade por mulheres. E a pergunta: “Em sua opinião, a aprovação desse projeto de lei que garante 50% de mulheres e 50% de homens na lista de candidatos do partido é…”

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Resultado: 71%, Sr. Presidente, dizem que é “muito importante” ou que é “importante”. Ou seja, a grande maioria.

            Mais uma frase: “As leis brasileiras deveriam mudar para garantir que haja o mesmo número de mulheres e homens em todos os cargos políticos, tais como deputado, vereador, senador”. Resultado: 80% das brasileiras e dos brasileiros entrevistados concordam com essa opinião.

            Então, Sr. Presidente, quero, em relatando essa pesquisa, primeiro, repetir o que tenho dito desta tribuna: nós precisamos, efetivamente, oxigenar a representação do povo brasileiro. Não tenho dúvida alguma. Muita gente diz: o povo não quer reforma política, o povo quer uma melhor representação. Para garantirmos uma melhor representação, Sr. Presidente, sem dúvida alguma, temos de fazer a reforma política. E temos o entendimento primeiro…

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Muito obrigada.

            Temos o (Fora do microfone.) entendimento de que, no debate da reforma política, se faz imprescindível o debate da própria representação da sociedade brasileira.

            E não adianta alguns analistas de plantão dizerem o seguinte: os partidos estão abertos às mulheres; as mulheres é que não se interessam pela política. Não é verdade. Essa afirmação não é verdade. Se, hoje, dos 81 Senadores, são apenas 8 Senadoras em exercício do mandato, e se são apenas 46 Deputadas Federais em um universo de 503, não é porque as mulheres não se interessam; é porque as mulheres têm muitas dificuldades de participar da vida política do País, por várias razões. Uma é que não conseguem adentrar e obter espaço dentro dos partidos políticos; outra, porque o financiamento de campanha não chega às mulheres candidatas, financiamento esse que é privado. Empresas concedem financiamento para candidatos, e, geralmente, esse financiamento vai para os homens, não vai para as mulheres. Além disso, há o problema da discriminação e, principalmente, a sobrecarga que ocorre com as mulheres em relação ao mercado de trabalho e ao cuidado com a casa, Sr. Presidente.

            Acho que essa pesquisa, feita no mês de abril, antes das manifestações populares, já mostra que é preciso, é necessário promovermos uma reforma política neste País.

            E repito: a reforma política tem que apontar para a democracia, para a igualdade de condições nos processos eleitorais brasileiros, para que, de fato, possamos dizer que temos eleições livres e não eleições marcadas pelo sistema econômico e pela exclusão de mais de metade da população, que são as mulheres brasileiras.

            Então, cumprimento a Secretaria de Políticas para as Mulheres pelo lançamento dessa pesquisa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/2013 - Página 44799