Discussão durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente à PEC n. 37/2011.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente à PEC n. 37/2011.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/2013 - Página 45274

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco/PR - MT. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, eu gostaria de me posicionar neste assunto, dizendo, em primeiro lugar, que eu já fui suplente de Senador.

            Em 1996 -- se não me engano --, numa composição política, o falecido ex-Senador Jonas Pinheiro me convidou para que eu fosse suplente de Senador na sua chapa. Confesso a V. Exªs que relutei muito à época em aceitar essa incumbência de ser Senador suplente ou suplente de Senador. Mas essa possibilidade de disputar, que depois aceitei com a aquiescência da minha família, do meu pai, da minha mãe e de todos da minha família, fez-me ver o outro lado da política e que depois me encaminhou para que eu pudesse disputar uma eleição de Governador, uma segunda eleição de Governador e hoje estou aqui, no Senado Federal.

            À época, o Governador era Jayme Campos e foi nessa coligação que nós disputamos. Lembro muito bem que eu fui para as ruas, coloquei o meu nome, coordenei a campanha do Senador Jonas Pinheiro em toda a região sul do Estado do Mato Grosso, junto com os produtores rurais do Estado, e Jonas Pinheiro venceu as eleições com uma margem muito apertada em relação aos outros que estavam disputando. Eram duas vagas.

            Então, o papel do suplente -- meu na época e do Da Riva, que depois foi Prefeito da cidade de Alta Floresta -- foi fundamental para que o Senador Jonas Pinheiro viesse a ser Senador. Certamente, se eu e o Da Riva não estivéssemos na chapa, o Senador Jonas não teria sido o Senador Jonas, e o Brasil teria perdido um grande Senador, como foi nos dois mandatos em que ele esteve nesta Casa.

            Agora, em 2010, quando eu me candidatei ao Senado Federal, de novo numa composição entre partidos, buscando uma alternativa política, também fiz a escolha e a opção por dois suplentes de Senadores, um, inclusive, já passou por aqui, o Cidinho Santos, que esteve aqui, durante quatro meses, defendendo os interesses de Mato Grosso e que se revelou um grande Senador, um grande político, que já era um grande político, que foi Prefeito, foi Secretário e conhece como é a política brasileira.

            E quero dizer a V. Exªs que o meu 2º Suplente também é um homem de experiência, Rodrigues Palma, três vezes Deputado Federal, Prefeito da cidade de Cuiabá. São pessoas que conhecem a política e que ajudam o Senador a chegar a esta Casa. Por exemplo. Eu saía do Governo do Estado de Mato Grosso cansado, depois de oito anos, quase sem querer disputar essa eleição para Senador, e o meu primeiro suplente, o Cidinho Santos, foi quem liderou a minha campanha, quem coordenou a minha campanha, quem fez os acordos políticos com os prefeitos. Enfim, ele coordenou a minha campanha e merece estar no lugar.

            Então, eu gostaria de dizer que sou contra, sim, que venha aqui o pai, que venha a mãe, a esposa, isso e aquilo. Isso eu acho que não está certo. Sou contra isso. Agora, colocar um suplente que tem o seu nome também vinculado à campanha? E mais: tem que ter, como os senhores tiveram, a conta individual da prestação de contas do Senador no TRE. Se der problema com ele, você não assume o seu mandato. Então, dizer que esse suplente de Senador não é válido, que ele é escondido, desculpem-me, mas isso é para quem não conhece política e não sabe que é da política. Portanto, acho que nós não devemos seguir no caminho que está aqui proposto.

            Não querem dois suplentes? Um só? Ótimo! É até melhor para fazer as composições. Mas dizer que os Senadores que estão exercendo este mandato e que tiveram o seu nome na urna, que tiveram que prestar conta, não são conhecidos da sociedade? Desculpem-me, mais uma vez, mas eu não concordo. Eles disputaram a eleição, assim como eu disputei uma eleição como suplente em 1996, não me lembro muito bem quando. Mas o processo é claro. Não dá para a gente simplesmente engolir aquilo que querem nos empurrar.

            Eu não concordo com essa posição de que a rua quer que acabe com o suplente de Senador. Ela quer transparência, e está havendo transparência nesse assunto, porque ele é escolhido na convenção, é registrado no TRE, tem conta bancária separada, presta conta separada, tem seu nome nos nossos cartazes, aparece na televisão e, por último, presta conta. Se a conta dele não tivesse sido aprovada, nenhum de V. Exªs teria assumido o mandato de Senador nesta Casa. Portanto, quero defender aqui a posição dos suplentes de Senadores. São legítimos, são legais e merecem estar disputando o Senado.

            Quando chegar a eleição de 2014, nós podemos, sim, colocá-lo mais em evidência, chamar o suplente para que ele apareça mais na televisão, para que as pessoas tenham um conhecimento melhor. Mas eu não concordo com dizer que eles são desconhecidos e que são só financiadores de campanha. Sinceramente, é uma acusação que não cabe para mim e tenho certeza de que não cabe para a maioria dos senhores que estão aqui.

            Portanto, eu vou votar contra o projeto que está aqui, para deixar como está neste momento. Se acharmos uma fórmula diferente de melhorar, eu sou um seguidor, mas nesse projeto eu não embarco.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/2013 - Página 45274