Discussão durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente à PEC n. 37/2011.

Autor
Ataídes Oliveira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
Nome completo: Ataídes de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente à PEC n. 37/2011.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/2013 - Página 45275

            O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco/PSDB - TO. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na verdade, eu não estava nem inscrito, mas agradeço por ter me convocado a esta tribuna.

            Ouvi atentamente todos os nossos companheiros Senadores que colocaram suas belas palavras e fizeram suas colocações, como eu também vi, agora, recentemente, o meu antecessor da tribuna, que também é suplente, e o Senador Blairo Maggi.

            Senador Blairo, o seu testemunho como um ex-suplente e hoje como esse brilhante e atuante Senador da República é um orgulho muito grande para quem está como suplente nesta Casa.

            Eu quero dizer, Sr. Presidente, que eu também, como o Senador Blairo, relutei horrores para não entrar na política. Meus filhos não saíam da minha casa sem me pedir que eu não entrasse na política. Faltando dois dias para a convenção, acabei aceitando a suplência do Senador João Ribeiro no meu Estado do Tocantins.

            Sou um empresário que está em Tocantins desde sua criação. Lá, eu dou milhares de empregos, distribuo renda e pago impostos. Posso afirmar que fui às ruas com meu titular, Senador João Ribeiro. Fui aos palanques com meu Senador titular, João Ribeiro, levando, com ele, juntamente com ele, toda a minha história de empresário, de homem sério, trabalhador, que dá emprego e distribui renda naquele Estado. Agora, fiquei sabendo, recentemente, que um dos nossos Senadores chamou um suplente de biônico. Eu acho que é uma falta de respeito com os seus companheiros. É inadmissível!

            Eu lamento ainda mais, Sr. Presidente, que estejamos aqui hoje a discutir suplência de Senador da República. Na verdade, não é isso que o povo, quando foi às ruas, reivindicou. Nós deveríamos estar, nesta Casa, hoje, Sr. Presidente, discutindo a reforma política neste País, reforma tão exigida e necessária que se encontra engavetada há muito tempo. Isto sim! Deveríamos estar discutindo hoje o financiamento privado de campanha, essa pouca vergonha chamada financiamento privado de campanha. Financiamento privado de campanha não existe. Isso é dinheiro público. Empresário nenhum, neste País, que, quando administra bem os seus negócios, tem uma rentabilidade de 3 a 6%, vai designar, Sr. Presidente, 20% ou 30% do seu negócio para manter campanha política. Isso é um engodo, uma mentira! Esse dinheiro, quando em caixa, já é dinheiro de obras superfaturadas. Isso é dinheiro público! Ele simplesmente retorna a esse político para manter a campanha dele. Esse empreiteiro, que ainda não entrou no negócio, que bota lá o seu milhão de reais quer, no mínimo, R$10 milhões de volta, porque empresário nenhum está aí para fazer graça para ninguém. Esta é a pura verdade! Então, essa história de financiamento privado de campanha é a maior enganação que já vi em toda a história! Coincidência!

            Essa história de eleição de dois em dois anos neste País é um atraso. Isso custa tão caro para o País… Era isso que deveríamos estar aqui discutindo. Um governador que acaba de ser eleito já está pensando, no primeiro dia de seu mandato, em acompanhar a campanha de prefeitos e vereadores. Ele já começa a fazer campanha no seu primeiro dia de governo. Terminada a eleição, após dois anos, para prefeitos e vereadores, ele, então, já começa a fazer campanha para a sua reeleição. É a essa reeleição que eu sou radicalmente contrário, porque gestor não trabalha no último ano, ele faz campanha. Ou seja, nós, políticos, estamos sempre em campanha, especialmente os nossos gestores. Isto, sim, é um prejuízo enorme à Nação, e é exatamente disso que o povo está a reclamar nas ruas.

            Quanto à suplência de Senador, eu ainda não tenho a minha posição formada se é um ou se são dois, mas eu, particularmente, acho muito um mandato de oito anos para Senador de oito anos, salvo melhor juízo dos meus pares. Deveria ser de cinco anos para todo mundo. A coincidência do mandato de cinco anos para desde vereador a Presidente da República seria uma economia enorme para o País.

            Enfim, Presidente, era isto que nós deveríamos, neste momento, estar a discutir: uma reforma política séria, que venha a atender aos anseios da sociedade brasileira. É isso que o povo brasileiro está pedindo.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/2013 - Página 45275