Encaminhamento durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente à PEC n. 37/2011.

Autor
Delcídio do Amaral (PT - Partido dos Trabalhadores/MS)
Nome completo: Delcídio do Amaral Gomez
Casa
Senado Federal
Tipo
Encaminhamento
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente à PEC n. 37/2011.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/2013 - Página 45293

            O SR. DELCÍDIO DO AMARAL (Bloco/PT - MS. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, eu gostaria de dizer, até por orientação do meu Líder Wellington Dias e de outros Senadores do PT, que vou votar “sim”, mas quero dizer a V. Exª que nós precisamos avaliar muito bem o que estamos votando neste plenário.

            Eu sou aqui um Senador conhecido pela minha moderação - pelo menos, tento ser moderado - e equilíbrio. Hoje, essa cena que nós estamos vendo neste Senado é uma cena dantesca. Nós estamos discutindo um projeto de suplentes de Senadores há quase seis horas! Será, como alguns Senadores aqui disseram, que isso representa efetivamente a voz das ruas, aquilo que efetivamente deseja a juventude, que defendeu temas importantes para o seu futuro e para o futuro do nosso País? Será que eles merecem uma discussão estéril como esta aqui? É uma discussão estéril, feita há mais de seis horas!

            Eu tenho assistido, Sr. Presidente - e o senhor tem responsabilidade, porque o senhor é o nosso condutor -, a verdadeiras barbaridades que estão sendo feitas no Senado nos últimos dias. Muita gente está reclamando, muita gente está intimidada, mas ninguém fala. E nós estamos votando coisas que são absolutamente irresponsáveis. Eu tenho visto matérias aqui sobre foro, sobre Receita Federal, sobre proposta de Deputados e de Senadores automaticamente irem para... Como se chama na Receita?

            O Sr. Benedito de Lira (Bloco/PP - AL) - Malha fina!

            O SR. DELCÍDIO DO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Há uma proposta de Deputados e de Senadores automaticamente irem para a malha fina.

            Afinal de contas, nós somos aqui o quê, Sr. Presidente? Nós somos Senadores e Senadoras da República. Nós temos, mais do que nunca, de discutir com nossas Lideranças e de, com responsabilidade, votar aquilo que é importante para o País.

            Tenho assistido, com surpresa, com preocupação, à maneira como as coisas estão acontecendo no Senado Federal, a essa cena de constrangimento em que Senadores e Senadoras perguntam uns para os outros, para ver como é que cada um vai votar, preocupados com o reflexo de, eventualmente, essa PEC cair ou não.

            Sr. Presidente, daqui a pouco, termina essa votação. E eu espero que isso termine logo e que venha o recesso parlamentar. Eu espero que a gente avalie bem as nossas agendas, porque nós estamos chegando a uma situação, Sr. Presidente, absolutamente inadministrável!

            Talvez, hoje, algumas dessas decisões ecoem aqui. Depois, todos nós vamos assistir ao resultado dessas votações que estamos fazendo.

            Ninguém aqui se nega a votar. Ninguém aqui desconhece o clamor das ruas e aquilo que é importante para a nossa gente. É preciso preparar o Brasil, depois do processo de inclusão social, para essas novas reivindicações, para esse novo Brasil, o Brasil que os movimentos sociais deixaram, lamentavelmente, de repercutir. E o Congresso tem muita responsabilidade com relação a isso.

            Portanto, Sr. Presidente, volto a afirmar: voto favoravelmente, achando um absurdo o que aconteceu hoje aqui. E acho que nós precisamos ter, mais do que nunca, uma avaliação muito sincera, madura, para que não prejudiquemos leis importantes, para que votemos projetos que olhem a Federação, que olhem as questões fiscais. Nós somos votados para votar legislações que tragam segurança para o nosso País e que garantam um futuro melhor para a nossa gente.

            Portanto, Sr. Presidente, eu não poderia deixar de registrar isso, porque as coisas estão caminhando para um rumo, e não sei aonde vamos chegar. E, sem dúvida alguma, se alguém pensa que vai ganhar alguma coisa aqui, o Brasil vai perder.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/2013 - Página 45293