O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco/PMDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Em não mais que um minuto, sem desmerecer o trabalho dos nossos Senadores, da Senadora Lúcia Vânia, na discussão do Ato Médico, eu quero dizer que eu também fui surpreendido com as medidas tomadas pela Presidenta Dilma. Mas, ao contrário dos Senadores que me antecederam, eu fui docemente surpreendido.

            Eu acho que a Presidenta foi corajosa. Ela está enfrentando uma situação que está, há décadas, sem solução, que eu conheço muito bem, como prefeito, por três vezes, e como governador. Ela está enfrentando o problema com coragem e eu acho que ela terá um amplo apoio popular.

            Eu tenho muito medo da visão corporativa. O corporativismo, Senador Paim, é a manifestação coletiva do individualismo. As medidas são boas. Eu conversava com o Senador Sarney, aqui e agora, fazendo uma ironia da minha preocupação. Por exemplo, era tão fechada a Lei do Ato Médico que eu não sei se nós poderíamos, sem estar infringindo esta legislação votada, depois de um banho, usar um cotonete no ouvido, porque havia o domínio dos orifícios pela corporação médica.

            Os vetos da Presidenta Dilma, a meu ver, são corretos, são os vetos que eu faria. Daqui para a frente, o que nós precisamos, mais do que criticar essa iniciativa positiva na nossa Presidenta, é viabilizar, com a participação do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, um plano de carreira para os médicos públicos, no Brasil, em todos os níveis - municipal, estadual e federal.

            Portanto, quero fazer o contraponto e deixar aqui os meus cumprimentos, meus parabéns ao Ministro Padilha e à Presidenta Dilma pela coragem. E acho que, no processo de discussão, esses vetos serão mantidos no Congresso Nacional.