A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, tanto eu quanto o Senador Walter Pinheiro, o Senador Eunício e o Senador Pimentel acabamos de chegar da Bahia, onde participamos, juntamente com a comitiva da Presidente Dilma, de uma cerimônia para o lançamento do Plano Safra do Semi-Árido.

            É a primeira vez que isso ocorre em nosso País e foram lá anunciadas medidas extremamente importantes para melhorar e socorrer a vida do produtor do Nordeste brasileiro, da agricultura familiar.

            Tenho certeza de que terei oportunidade de falar mais sobre isso, Sr. Presidente, mas eu queria, principalmente, saudar a Senadora Ana Rita, que hoje entregou o seu relatório - e eu, membro da Comissão, não pude participar, porque estava naquela comitiva - que é extremamente importante para o Brasil, o relatório da CPMI da Violência contra a mulher. Parabenizo a Senadora Ana Rita, a Deputada Jô Moraes, a Deputada Keiko Ota, Presidente e Vice-Presidente, respectivamente, dessa Comissão.

            Senadora Ana Rita, essa questão da violência contra a mulher é tão cotidiana, tão diária que hoje a primeira notícia que li no jornal foi exatamente a de um estupro, ocorrido dentro da Igreja Anglicana, na Quadra 309, que é a quadra onde moram a maioria dos Srs. Senadores, de uma mulher, de uma moça, que havia sido contratada pela Igreja Anglicana, como secretária, há dois dias apenas.

            Há dois dias apenas trabalhando, entrou um homem, que a agrediu, prendeu e a estuprou. Essa é a realidade da violência contra a mulher, diariamente, cotidianamente, em nosso País, e foi contra isso que esta CPMI se mobilizou, está denunciando essa situação, está denunciando tanto crimes de violência sexual, quanto o feminicídio que ocorre em nosso País, ou seja a ideia de que é preciso reconhecer um tipo novo de crime, que é o crime de assassinato das mulheres pela razão única e exclusiva de ser mulher.

            E é nesse contexto que eu quero parabenizar esse importante trabalho realizado por V. Exª, à frente desse relatório. Esse relatório nos representa, representa o movimento de mulheres do Brasil inteiro, que luta e lutou durante tantos anos para que pudéssemos apresentar esse diagnóstico para o País. E, hoje, quando fazemos isso e aprovamos o projeto da Deputada Iara, nós estamos dando, Senador Renan Calheiros, uma demonstração para o País de que o Senado não está paralisado frente à violência que se abate contra as mulheres em nosso País. Eu quero parabenizar o Senado pela decisão de votar essa matéria.

            Quero me associar aos votos de pesar que foram aqui já destacados, dessa querida personalidade de Jorge Ferreira aqui em Brasília e dizer a V. Exª que ontem apresentei a esta Casa, juntamente com o Senador Lindbergh, uma moção de pesar pelo falecimento do ex-Presidente da Une, o primeiro presidente eleito diretamente pela Une, reconstruída em nosso País, em 1979.

            Ruy Cezar, esse grande líder estudantil, essa figura que empolgou o Brasil, que empolgou os estudantes brasileiros, que tinha uma forma muito própria de atuar dentro desse movimento, diferente, inovadora. Foi isso, uma pessoa acima e à frente do seu tempo como promotor cultural, promovendo o mercado cultural, como educador na Via Magia e, acima de tudo, com uma militância diferente de tudo aquilo que o movimento de esquerda havia conhecido. V. Exª foi contemporâneo dessa luta nossa.

            Eu recebi pessoalmente a ligação do Ministro Aldo Rebelo, pedindo-me para transmitir à família de Ruy o seu pesar e de todos os outros companheiros, membros daquela diretoria da Une, que ficamos chocados, no Brasil inteiro, pela passagem dessa grande figura do nosso tempo, que foi Ruy Cezar.