Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Leitura da Carta Aberta dos Jovens Sergipanos a respeito das manifestações populares.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
  • Leitura da Carta Aberta dos Jovens Sergipanos a respeito das manifestações populares.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2013 - Página 43236
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
Indexação
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, JUVENTUDE, ESTADO DE SERGIPE (SE), REFERENCIA, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, OBJETIVO, REIVINDICAÇÃO, MELHORAMENTO, QUALIDADE, SERVIÇOS PUBLICOS, REFORMA POLITICA, COMBATE, CORRUPÇÃO.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais.

            Hoje, faço uso da tribuna desta Casa para compartilhar com os nobres colegas, a Carta Aberta da juventude do meu Estado - Sergipe. Semana Passada, eu e o Deputado Federal André Moura, recebemos em audiência, 87 jovens que participaram últimas manifestações de rua realizadas em Aracaju e que representavam grupos de várias cidades de Sergipe.

            Acredito ser um documento que expressa não apenas os anseios dos jovens sergipanos, mas que está em consonância com toda a juventude brasileira.

            Quando muitos, erroneamente, pensavam se tratar de uma geração acomodada, refém de seus objetivos pessoais, esses jovens demonstram que nada é mais importante para uma geração do que o seu país.

            Passo, a partir de agora, à Carta Aberta dos Jovens de Sergipanos.

            "No século passado, as juventudes de todo o país foram às ruas reivindicando liberdade promovendo a revolução pela Democracia. Elas conseguiram e deixaram como herança a nós, jovens do novo século.

            Hoje, vivemos num país democrático com uma Constituição cidadã e diversas legislações, como a do SUS, que nos prometem muitos direitos e garantias sociais (Saúde, Educação, Moradia, etc...). Mas temos esses direitos exercidos além do mundo das leis? As escolas públicas oferecem educação de qualidade? O SUS tem conseguido garantir a promoção da saúde dos brasileiros?

            Juntando a isso, nós jovens vemos a aflição dos nossos pais pelas dificuldades de manutenção das nossas famílias e vemos governos se substituindo sem reais soluções para os problemas e assim vamos nos angustiando com a nossa precária perspectiva de futuro.

            A força transgressora da juventude aqui em forma de angústia estava represada em cada jovem, que vinham se manifestando no espaço virtual. Bastaram alguns poucos desbravadores promoverem canais para essa força, para que ela transbordasse do mundo virtual e ocupasse as ruas do país, não mais exigindo liberdade como no século passado, mas exercendo a liberdade e não mais querendo a revolução da democracia, mas sim promovendo a revolução da Cidadania.

            Não dá mais para se conformar com tantos descasos públicos, com tanta violência, tanta miséria, tanta corrupção avassalando os recursos públicos de um país tão rico com um povo tão sofrido. Governos se esforçando para construírem estádios bilionários no padrão FIFA, enquanto escolas, universidades, hospitais e estradas vivem sucateadas abaixo do padrão e milhares de desabrigados em ruas e invasões. Como aceitar que um governo gaste tantos milhões e milhões de reais numa obra faraônica como a transposição do Rio São Francisco e não ter se quer carros pipa suficientes para os vitimados da seca. Na revolução da Cidadania, a juventude se tornou a voz do povo, reivindicando:

            Eficiência e efetividade na prestação dos serviços públicos;

            * Combate firme à corrupção;

            * Reforma política que permita maior participação cidadã;

            * Menos impostos;

            * Transporte público de qualidade e com valor justo;

            * Que os governantes pensem e atuem para o desenvolvimento não apenas para eleições;

            * Combate a violência e desemprego;

            * Respeito ao meio ambiente;

            * Respeito ao cidadão que mantém o país.

            Nós, jovens, estamos atentos a esse movimento que não têm comandantes, mas sim voluntários. Somos também voluntários e trazemos essa mensagem para juntos dialogarmos com o povo.

            Temos que atentar para as reivindicações e buscarmos reagir com propostas e ações que as atendam.

            Nosso serviço público estadual está precário, com uma grande massa de servidores engessados, desmotivados, sem perspectiva de futuro melhor e sem um líder a quem acreditar. Nós podemos ser a esperança da real mudança para eles. Quando se agrada ou maltrata os servidores, por conseqüência se atinge seus familiares e no fim o cidadão que utiliza dos serviços públicos.

            Há ainda os movimentos sociais que reivindicam moradia, os sindicatos dos trabalhadores do setor privado, os grêmios estudantis, dentre outros grupos sociais órfãos de um líder com um real projeto de mudança. Onde buscar a esperança por um futuro melhor? Nós temos a missão de semear essa esperança através dos nossos líderes, projetos e ações de políticas públicas que sejam efetivamente acessíveis ao povo".

            Aracaju-SE, 28/06/2013

            Para concluir, quero parabenizar, não só a juventude do meu estado, mas a todos esses heróis juvenis e de todas as idades que fizeram, nessas últimas semanas, valer a pena trabalhar cada vez mais por essa linda nação.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2013 - Página 43236