Encaminhamento durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente ao PRS n. 39/2013.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Encaminhamento
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente ao PRS n. 39/2013.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2013 - Página 45740

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) Eu quero dar o testemunho de quem viveu numa ex-colônia portuguesa três anos depois da independência. Eu fui morar em Moçambique em 1978. A independência de Moçambique ocorreu em 1975, depois de 400 anos de colonialismo. Com a independência, os portugueses retornaram para Portugal. Toda a estrutura ali construída foi abandonada. Depois de 300 anos de colonialismo, não restou um único médico moçambicano formado ali.

            Portanto, é uma história de colonialismo que nós vivemos, que a África viveu até muito recentemente. Eu testemunhei: o Brasil vendeu de tudo para Moçambique, para Angola, para a Guiné, para os países africanos recém-independentes, que não tinham recurso, porque tudo que existia ali desapareceu da noite para o dia. Eu me lembro dos supermercados de Maputo - Maputo é uma belíssima cidade, uma cidade europeia, com grandes supermercados -, e, nos anos de 1978, de 1979, o que a gente encontrava, nas gôndolas dos supermercados, era feijoada brasileira. É preciso ver o que foi que o Brasil exportou com essas linhas de crédito que foram abertas para os países africanos.

            Portanto, acho que esse ato de generosidade nos engrandece, engrandece o Brasil e, sobretudo, é uma demonstração de respeito. Foi um absurdo o que o colonialismo fez na África. Portanto, peço o reconhecimento aqui dos absurdos que os países europeus cometeram na África.

            E nós fomos colônia! Imaginem vocês, o Brasil foi colônia! Em 1822, nós logramos a independência. A independência de Moçambique aconteceu em 1975! A de Angola se deu um pouco depois, como também a de Guiné e a de Cabo Verde.

            Portanto, não vejo razão para se estranhar que o Brasil, uma ex-colônia portuguesa, tome uma atitude generosa como essa.

            Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2013 - Página 45740