O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, falarei rapidamente.

            Eu gostaria muito de aqui fazer um discurso de aprovação à concessão da liberação desse empréstimo ao Congo, um país aparentemente pobre, mas, seguramente, menos pobre do que o Nordeste, porque os índices de crescimento do PIB daquele país foram, ultimamente, nos últimos cinco anos, maiores do que os índices de crescimento do PIB do Nordeste.

            O que se está votando? Uma reestruturação do pagamento da dívida do Congo ao Brasil, que, aliás, foi objeto de um compromisso, de uma tomada de posição da Presidente quando lá esteve. Eu até poderia dizer que se está perdoando a dívida de países africanos que crescem mais do que a economia do Nordeste, que são governados por ditadores proprietários de Rolls-Royce, de Ferraris, de Lamborghinis, o que é uma coisa que nos revolta, mas prefiro não falar nada disso, Senador Aloysio.

            Eu preferiria dizer que se está propondo a renegociação da dívida em bases que eu gostaria muito de ver, que se está propondo a renegociação da dívida dos pequenos agricultores do Nordeste nas mesmas bases. Eu gostaria imensamente de ver aqui as mesmas condições que foram oferecidas para a renegociação da dívida do Congo com o Brasil. O Brasil poderia oferecer a mesma condição ao pequeno produtor rural do Nordeste e do Norte, de quem se está tomando a terra. O oficial de Justiça bate à porta da casa dele, porque ele não pode pagar o empréstimo. Eu ficaria feliz se a ele estivesse sendo dada a mesma condição, mas isso não ocorre.

            Nós estamos lutando na MP nº 610 por uma renegociação possível em que se dá apenas um rebate de parte da dívida e em que se alonga o prazo. É o que se dá como salvação da pátria, enquanto a países africanos que crescem mais do que o Nordeste, que não são Brasil, oferecem-se condições excepcionais.

            Eu não tenho cara para chegar ao meu Estado, dizendo que votei a favor de uma injustiça que se praticou contra a minha região. O meu voto é “não”.

            (…)

            O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN) - Sr. Presidente, o Democratas vota “não”.