O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB. Para discutir. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu não posso deixar de felicitá-lo nas minhas palavras, que serão breves inicialmente, pela sensibilidade de ter antecipado a votação desta matéria, porque algo tem me comovido desde o primeiro instante em que esses trabalhadores aqui se reúnem, que é a absoluta disciplina regimental.

            Quantos outros aqui já estiveram desrespeitando o regimento e, até mesmo com sinal de libras, a nos aplaudir pelo fato de termos a sensibilidade de mostrar que esta Casa, que este Congresso, que é o mesmo que aprovou o pagamento retroativo de benefícios alimentares para juízes - e essa conta é muito maior do que a apresentada agora -, este Plenário, que, há poucos instantes...

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco/PMDB - AL) - Só para não... Nós não aprovamos esses benefícios para juízes nem para o Ministério Público.

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB) - Mas isso já foi discutido na CCJ e foi aprovado lá.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco/PMDB - AL) - Ah, sim, desculpe-me. Eu pensei...

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB) - Foi aprovado lá.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco/PMDB - AL) - Não, não, não, esse...

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB) - Mas que não tenha sido e que sirva como argumento retórico.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco/PMDB - AL) - Foi decisão interna.

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB) - Que sirva como argumento retórico.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco/PMDB - AL) - Perfeito.

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB - PB) - O que eu quero dizer é que, no Brasil, se não cuidarmos, para o povo fica muito pouco e para a elite dirigente fica sempre muito. Tem sido assim nesta história tão longa deste Brasil.

            Se o Correio teve algum dano de imagem, não foi por conta do suor sagrado desses trabalhadores, entregando cartas e correspondências sob sol e sob chuva. O Correio teve, sim, sua imagem denegrida interna e nacionalmente com a cena de um dos seus diretores em cargo de confiança recebendo propina que deu origem ao processo do mensalão. É preciso lembrar que isso, sim, denigre a imagem dos Correios e não o suor dessa gente, que, de forma ordeira, disciplinada e respeitosa, aqui se encontra confiante nos seus representantes. E estamos aqui para representá-los. E o fazemos muito à vontade, sem nenhum drama de consciência, porque o argumento que o Correio poderá quebrar não nos sensibiliza por uma razão muito simples: a lei que estamos discutindo tem como autora ninguém menos do que a Ministra do Governo Dilma, Maria do Rosário. A Ministra é a autora. E o Relator na Câmara foi o Deputado do PT Carlos Sampaio, o que nos coloca numa situação absolutamente confortável para votar a matéria.

            E para não me prolongar, cumprindo a promessa, fico com a palavra final do Senador Requião, com a autorização dele: entre a orientação do Partido dos Trabalhadores, nós ficamos com os trabalhadores do Brasil.