Pela Liderança durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação contrária à realização de plebiscito sobre a reforma política; e outro assunto.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
REFORMA POLITICA. CONGRESSO NACIONAL.:
  • Manifestação contrária à realização de plebiscito sobre a reforma política; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 04/07/2013 - Página 42264
Assunto
Outros > REFORMA POLITICA. CONGRESSO NACIONAL.
Indexação
  • CRITICA, PROPOSTA, AUTOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, OBJETO, REALIZAÇÃO, PLEBISCITO, ASSUNTO, REFORMA POLITICA.
  • ANUNCIO, REUNIÃO, LOCAL, COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE, SENADO, OBJETO, EXPLICAÇÃO PESSOAL, EX PRESIDENTE, DIRETOR, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), MOTIVO, INVESTIGAÇÃO, DESVIO, DINHEIRO, CARATER PUBLICO.

            O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, quero aqui, mais uma vez, cumprimentar meus colegas, Senadores e Senadoras. Quero também cumprimentar, deixar o meu abraço aos visitantes de várias categorias, especialmente dos quatro cantos deste País, que nos acompanham aqui nas galerias da Casa e a todos os brasileiros e brasileiras que nos assistem, Sr. Presidente, nos quatro cantos deste País.

            Eu vejo essa discussão do plebiscito. A cada discurso que passa, eu vejo como se a reforma política fosse a solução dos problemas nacionais. Está equivocado quem pensa dessa maneira.

            O povo foi às ruas. Houve manifestação nos quatro cantos do País. Não foi pela reforma política, e sim pela reforma dos políticos que nos representam. O que o povo, na verdade, buscou, nos quatro cantos do País, foi a reforma dos políticos, da conduta deles, da maneira de trabalharem. Eu não vi nenhuma placa e nenhum dizer de que a solução para calar o povo que saiu às ruas seria a reforma política.

            E acham - alguns dizem - que o plebiscito é a solução. Eu fui prefeito em dois mandatos, fui governador em dois mandatos, e hoje, como Senador da República, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero dizer que o plebiscito, para nós, brasileiros, vai custar mais de R$1 bilhão. Vamos pegar esse recurso e vamos colocar na saúde! Vamos colocar para comprar remédio, ajudar as prefeituras falidas e quebradas, ajudar as Santas Casas, ajudar o sistema de saúde, que é uma decepção para nós brasileiros. Dizem que todo cidadão tem direito ao atendimento à saúde, mas procure as unidades públicas!

            Deram isenção para carros. Eu quero deixar bem claro que quem compra carro tem de pagar imposto. Quem tem R$30 mil, R$40 mil para comprar um veículo, que coloque mais R$5 mil para utilizarmos em infraestrutura urbana. Não adianta haver mais carros, se não conseguem andar nas cidades.

            Brasília, que é uma cidade planejada, Sr. Presidente, hoje, para chegar a esta Casa, eu tive dificuldade. E é diuturnamente essa situação que estamos vivemos.

            Portanto, as manifestações que vimos nas ruas demonstram o que a população sente na pele. Ela não aguenta mais ver os desmandos, Senadores.

            A exemplo da Petrobras. Não da gestão da Graça Foster, que está lá agora, mas da gestão desse desonesto, desse corrupto do Gabrielli, que passou pela Presidência da Petrobras, juntamente com o diretor financeiro do exterior, que hoje...

            Sinceramente, Srª Presidente Dilma, por favor, mande esse cara ir embora, esse diretor de distribuidora da Petrobras que é diretor hoje. Ele, junto com o Gabrielli, deu um desfalque nos cofres públicos de R$2,5 bilhões - R$2,5 bilhões! - e compraram, Senador Pedro Taques, uma empresa falida no Texas, nos Estados Unidos. Uma empresa que, em 2005, era obsoleta, não servia para nada. Uma empresa americana a comprou por US$42 milhões e vendeu 50% para o Brasil por US$360 milhões.

            E fizeram um contrato fraudulento, um contato de três, quatro pontas, e esse contrato, depois, obrigava o Brasil a comprar o restante dessa refinaria. E custou para os cofres públicos do Governo Federal, da Petrobras, a nossa Petrobras, US$1,180 bilhão. US$1,180 bilhão! Foi esse o custo que o povo brasileiro pagou. É por isso que nós temos embutidos no combustível esses impostos tão caros, tão altos.

            Ao mesmo tempo, aprovamos, ontem, na Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização, a presença dos dois, tanto do diretor como do ex-Presidente Gabrielli, para virem dar explicação a respeito desse contrato fraudulento, que acabou dando um prejuízo de R$2,5 bilhões para os cofres públicos.

            É vergonhoso! É por isso que a população está nas ruas! É por isso que a população está clamando, porque não aguenta mais ver as pessoas serem nomeadas para cargos públicos, apadrinhadas por algum político ou, de repente, por algum partido, e acabarem se locupletando, sem necessidade de darem explicações sobre esse dinheiro, Sr. Presidente, que sai dos cofres públicos, que sai daqui e vai para o exterior. Sem precisarem sequer dar explicações para o Tribunal de Contas ou para o Ministério Público Federal.

            Ninguém foi atrás até agora. Eu espero que eles apurem esses responsáveis. Mesmo se forem para a cadeia. Pois não foi R$1 milhão que levaram; foram R$2,5 bilhões.

            Faço parte da base do Governo Federal e aqui vou defender todos os projetos de interesse do Governo Federal. Sei que se dependesse da Presidente Dilma, ela não teria interesse nenhuma na reforma política, porque ela é uma técnica, ela é competente, mas, infelizmente, depende de vários partidos e do próprio partido para administrar o País.

            Nesse ponto, vêm os partidos, que estão pensando de que maneira vão colocar o povo no cabresto, como foi feito na Venezuela...

            (Soa a campainha.)

            O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) - ... para que continue, infelizmente, essa situação que vivemos no Brasil. Vou frisar aqui novamente: eu sou contra. Sou contra. Este Senador vota contra à reforma política. Eu sou a favor da reforma dos políticos, que nos representam. E nós estamos aqui representando. É por isso que a população está clamando. Portanto, deixo o meu abraço e agradeço.

            Em 90 dias, não dá tempo, Senador Jayme, Senador Pedro Taques e Senador Ataídes. Não dá tempo, entendeu? De maneira nenhuma, de fazer esse plebiscito. Vai ser tudo atropelado, vai ser tudo corrido, tudo colocado goela abaixo. Por que não discutimos e fazemos plebiscito nas eleições do ano que vem? Para diminuir a idade penal, para dar direito aos nossos jovens de 16, 17 anos, a ter sua Carteira de Habilitação, a ter responsabilidade e responder pelos seus atos.

            Perguntem ao povo, perguntem à população do Brasil. Noventa e dois por cento da população de São Paulo e noventa e dois por cento da de Rondônia quer a maioridade penal para responsabilizar os delinquentes que se escondem atrás da prerrogativa da legislação que este Senado, esta Casa, aprovou.

            Quero aqui aproveitar para dizer que se tivermos de fazer algum plebiscito sobre a reforma política, que se coloque em pauta para o ano das eleições, junto com o calendário das eleições. Não vamos gastar R$1 bilhão. Pelo amor de Deus, gente! Não temos dinheiro. Nossas rodovias estão em frangalhos, a situação está precária, o PIB está em baixa, a exportação pior ainda, a importação aumentou. E ainda vamos gastar R$1 bilhão para fazer um plebiscito que não vai levar ninguém a lugar nenhum?

            E quero dizer mais. Quero dizer que, mesmo que se faça o plebiscito, mesmo que se mude essa situação política, vocês sabem que os caciques serão os mesmos. Os chefes dos partidos continuam os mesmos e a população continua no sal grosso.

            (Soa a campainha.)

            O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) - Infelizmente, se correr, o bicho pega; se ficar, o gato come. Não tem jeito.

            Portanto, como Senador da República, conheço a situação e sou contra o plebiscito, mesmo sendo da Base do Governo, porque não concordo com um gasto exagerado que venha de última hora, em véspera de eleição.

            Deixo aqui o meu abraço, a minha gratidão.

            Quero passar esta mensagem aos nossos colegas. Juntos somaremos esforços para fazer o melhor pelo País. Não podemos atender um e outro partido político. 

            Um abraço. Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/07/2013 - Página 42264