Discurso durante a 122ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato de crise na área de assistência à saúde no Amapá; e outro assunto.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Relato de crise na área de assistência à saúde no Amapá; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2013 - Página 49906
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), PROVIDENCIA, ADOÇÃO, MEDIDA DE EMERGENCIA, ESTADO DO AMAPA (AP), CUMPRIMENTO, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO, EMERGENCIA, HOSPITAL, DURAÇÃO, AMPLIAÇÃO, REFORMULAÇÃO, PRONTO SOCORRO, REGIÃO.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, na retomada deste segundo semestre, eu não poderia deixar de fazer um registro sobre a passagem do Papa Francisco pelo Brasil.

            Nos poucos dias em que o Papa esteve entre nós, encantou a sociedade brasileira por suas manifestações, por suas ideias. Deixou um rastro de esperança em sua passagem pelo Brasil e abordou temas que, de certa forma, eram tabus para a Igreja Católica. Acenou com a possibilidade de aceitar a convivência com a diversidade, o que nos parece fantástico.

            Portanto, eu fiquei muito satisfeito de ver a simplicidade, o carinho que o Papa demonstrou com o povo brasileiro.

            Uma outra questão, Sr. Presidente, Senador Mozarildo. V. Exa, que é médico, sabe que nós estamos atravessando uma crise na área da assistência à saúde em todo o País, e não seria diferente no nosso Estado do Amapá. Eu, particularmente, gostaria de fazer referência a essa questão da saúde no que diz respeito ao meu Estado. 

            O Governador Camilo Capiberibe, ao assumir o Governo, tomou aquelas providências necessárias, colocando o Estado no caminho da adimplência, da prestação de contas, da recuperação da credibilidade junto ao Governo Federal e licitou obras importantes, como a duplicação do Hospital da Criança e do Adolescente, a reforma e a ampliação do Hospital Alberto Lima, de especialidades, a reforma e ampliação do Hospital do Oiapoque, da nossa fronteira Norte, do Hospital Santana. Enfim, uma série de obras. Lançou agora e vai começar a construção da maternidade para parto normal, na zona norte da cidade; duas UPAs, uma no norte, outra no sul; fez concurso para área de saúde. Deu todos os encaminhamentos, mas há uma questão que é insuperável: é impossível atender a uma demanda crescente em função da crise das prefeituras.

            As prefeituras vivem uma grave crise, e o bojo dessa crise atingiu duramente o atendimento básico de saúde. Então, em Macapá, em Santana, em todo o Estado, as prefeituras não estão conseguindo fazer esse atendimento, que é fundamental, exatamente para desafogar a rede mais especializada dessa área, e não é possível atender à enxurrada de pessoas que vão procurar o pronto-socorro, inclusive por algumas doenças que poderiam ser tratadas na ponta do sistema, lá, na Unidade Básica de Saúde.

            Eu, quando Governador, construí um pronto-socorro especial para as crianças, chamado de Pronto Atendimento Infantil, e aí, então, realmente o local desafogou, porque o número de crianças que recorre ao pronto-socorro com doenças que poderiam ser tratadas na Unidade Básica é muito grande. O nosso pronto-socorro está estrangulado, e não é possível, de um momento para outro, como se o governador tivesse uma vara de condão, ampliar o espaço físico. Ele está fazendo, está licitando e está em obra o pronto-socorro de Macapá, mas não é possível fazer isso na medida da necessidade das pessoas.

            E eu queria fazer aqui um registro. O brasileiro sabe e o povo do Amapá também que nós tivemos um verdadeiro tsunami político entre 2003 e 2010 no Amapá, que culminou inclusive com a prisão do ex-Governador, da primeira-dama na época, do Presidente do Tribunal de Contas. Enfim, esse governo de oito anos não construiu um único posto de saúde, não ergueu uma única parede na área de assistência à saúde, e nós ficamos com uma defasagem enorme. Nesse mesmo período de oito anos, a população cresceu em mais de 200 mil habitantes, ou seja, mais 200 mil pessoas demandando por saúde.

            Então, em que pese esse esforço enorme que o Governo vem fazendo, há limitações. Eu estou recorrendo ao Ministro da Saúde e também ao Comandante do Exército para que possamos trabalhar uma solução de emergência para este momento. Nós precisamos de espaço físico, e não é possível construí-lo na velocidade que o povo precisa. Portanto, estou recorrendo, em busca de uma alternativa, tanto ao Ministro da Saúde, Ministro Padilha, como também ao Comandante do Exército, porque é do nosso conhecimento que o Exército pode e tem recursos para atuar em situações de emergência, e eu considero que esse caso do Amapá é de atendimento de emergência, de ampliar principalmente o local de acolhimento desses doentes que chegam à emergência do hospital, do pronto-socorro de Macapá.

            É claro que, no meu período de governo, nós duplicamos as unidades de saúde, construímos dois hospitais e demos vazão a essa demanda naquele momento. Só que se passaram oito anos sem se fazer absolutamente nada, e aí está a grande dificuldade. A solução virá? Dentro de dois anos, nós vamos ter tudo reformado, tudo ampliado, mas o povo não pode esperar dois anos. A doença não pode esperar dois anos.

            Dessa forma, estou recorrendo ao Ministro da Saúde para que tomemos medidas emergenciais para manter o atendimento imediato, enquanto se reforma, se amplia o pronto-socorro, enquanto os hospitais são duplicados, que é o que está acontecendo neste momento, mas nós precisamos de atendimento imediato. O povo não pode continuar sofrendo.

            Era isso, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2013 - Página 49906