Comunicação inadiável durante a 121ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à manifestação do PMDB em defesa da redução do número de ministérios no País e reflexão acerca do papel do partido na mudança proposta.

Autor
Ricardo Ferraço (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Ricardo de Rezende Ferraço
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.:
  • Apoio à manifestação do PMDB em defesa da redução do número de ministérios no País e reflexão acerca do papel do partido na mudança proposta.
Publicação
Publicação no DSF de 02/08/2013 - Página 49332
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.
Indexação
  • APOIO, MANIFESTAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ASSUNTO, REDUÇÃO, QUANTIDADE, MINISTERIOS, OBJETIVO, LIMITAÇÃO, CUSTO, APARELHAMENTO, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL.

            O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, longe de mim não considerar a força das palavras, a importância das palavras nas relações pessoais e até mesmo nas relações coletivas. Mas, para mim, muito mais do que as palavras, as atitudes e os posicionamentos se revestem naturalmente, estes, sim, de uma importância muito maior, cristalizada.

            Acompanhei, com entusiasmo, nos últimos dias, manifestações de importantes lideranças do meu Partido, o PMDB, em favor da redução do número de ministérios, que já foi, inclusive, defendida, de forma enfática, pelo próprio Presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade da Presidência da República, o empresário Jorge Gerdau.

            O corte de pastas ministeriais é muito menos importante em razão, Senador Pedro Taques, do seu impacto fiscal, mas tem um simbolismo muito importante para a limitação do aparelhamento do Estado público, que submete o interesse da sociedade e o resultado do Estado brasileiro às corporações partidárias e a um conjunto de outros interesses. Carrega, portanto, a redução do número, do volume, enfim, dos ministérios um simbolismo muito grande; significa, na prática, colocar um fim, um freio nesse aparelhamento.

            O que deve valer, na prática, de fato, é a meritocracia, o profissionalismo, e não o apadrinhamento ou coisa do gênero, que temos visto perpetuar na cultura política brasileira do patrimonialismo.

            Uma gestão eficiente, uma gestão racional, com foco em resultados, é o que os contribuintes brasileiros estão a exigir em todos os níveis da representação pública, até porque, Senador Valdir Raupp, no Brasil, se paga muito imposto; e se paga imposto com carga tributária de país de Primeiro Mundo, mas as respostas que o Estado tem oferecido à população não são compatíveis com essa carga tributária.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, julgo que será importante o meu Partido dar um passo adiante, porque não podemos ficar nas palavras, aqui lembrando o Padre António Vieira, que disse que quem fala com palavras fala ao vento e quem fala com obras toca o coração.

            O que precisamos na prática não é apenas defender pelas palavras, mas defender pelos fatos, defender pelas atitudes e pelas iniciativas.

            Tem a minha concordância, evidentemente; tem a minha militância essa importante manifestação de importantes Lideranças do meu Partido. Mas, ora, deveríamos dar o exemplo, deveríamos dar o primeiro passo, deveríamos colocar à disposição da Presidente da República os espaços que o PMDB ocupa no Governo Federal, para que a Presidente da República tivesse liberdade de fazer as suas escolhas e de ter autonomia.

(Soa a campainha.)

            O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES) - A nossa aliança não pode se dar por interesses secundários, por interesses acessórios. A nossa aliança tem que se dar por identidade de propósitos, de objetivos, na linha de construirmos um Estado brasileiro que ofereça respostas à população brasileira.

            De modo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que, nesta breve comunicação, quero saudar as Lideranças do meu Partido, que, em nível nacional, estão defendendo a redução dos ministérios. Mas acho que outro passo tem que ser dado e deve ser definitivo, se não a luta fica pela metade, se não a manifestação fica pelo caminho. Esse segundo passo é, seguramente, disponibilizar essas ocupações para que a Presidente possa definir as suas ocupações.

            Volto a enfatizar que a nossa aliança não se pode sustentar com base nesse interesse que considero absolutamente subalterno e acessório. O interesse que deve forjar uma aliança política é a sua identidade ideológica, são os seus programas de políticas públicas. Isso, sim, é que se deve sustentar.

            Portanto, essa é a manifestação que faço, chamando a atenção para a necessidade de debatermos isso internamente no nosso Partido, por acreditar que esse é um posicionamento importante e adequado para um Partido que tem a dimensão e a história do PMDB.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/08/2013 - Página 49332