Pela Liderança durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alerta para possível treinamento de guerrilheiros no Estado do Mato Grosso.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Alerta para possível treinamento de guerrilheiros no Estado do Mato Grosso.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2013 - Página 51473
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, EPOCA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, INDICIO, FORMAÇÃO, TREINAMENTO, GUERRILHA, BRASIL, OBJETIVO, SUBVERSÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, REGISTRO, APREENSÃO, ORADOR, AUMENTO, VIOLENCIA, COBRANÇA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, GOVERNADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Minoria/DEM - MT. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao longo dos tempos, a História nos mostra quão frágeis podem ser os regimes pretensamente democráticos e o quanto é fácil para os oportunistas desvirtuar o contexto político, manipular a opinião pública e escancarar portas ao autoritarismo.

            Pois, para a existência de uma verdadeira democracia, não basta que haja eleições periódicas; não basta tampouco que os Poderes da República se achem formalmente constituídos nem que o Congresso Nacional se mantenha em funcionamento.

            Muito além de meras composições partidárias, arremedos ideológicos e maiorias circunstanciais artificialmente formadas, o governo do povo pressupõe constante e criteriosa ausculta às reais demandas da sociedade, assim como incondicional observância ao clamor das ruas.

            No autêntico Estado de direito, Sr. Presidente, a representatividade dos governantes e a legitimidade de suas gestões não podem sobreviver apenas à custa do clientelismo, da troca de favores e da propaganda enganosa.

            A frequência e a intensidade das fundadas manifestações populares que vêm sacudindo nosso País nos últimos meses dão prova cabal de que o brasileiro não tolera mais ser iludido.

            Porém, em ocasiões assim, é preciso que estejamos especialmente alertas, posto que, não raras vezes, interesses escusos encontram nos movimentos de protesto terreno fértil para sabotar a liberdade de expressão, infiltrando anarquistas entre os manifestantes pacíficos, de modo a disseminar a confusão, a baderna, o vandalismo e pancadarias, a fim de propiciar confrontos que justifiquem ações policiais cada vez mais enérgicas e repressivas.

            Essa sórdida artimanha, tática covarde, entretanto eficaz, tem sido usada repetidas vezes em várias partes do mundo, como pretexto para intervenções e golpes, com vistas a legitimar a implantação de ditaduras ou a promover por meio delas a eternização de grupos que de outra forma não mais se sustentariam no poder.

            A emergente advertência da preocupação que hoje aqui compartilhamos não é nem de longe gratuita: noticiários recentes reportam que, em meu Estado, o Mato Grosso, jovens vêm sendo treinados, nos fins de semana, por experientes ativistas da guerrilha, organizadamente recrutados e financiados.

            Segundo a revista Época, eles se reúnem, nos fins de semana, com jovens, em diversas cidades:

(...) para fazer coquetel molotov e escudo de madeirite e produzir líquidos que anulam o efeito do gás lacrimogêneo. Nesses encontros [Srs. Senadores, Sr. Presidente], eles escolhem bancos e empresas multinacionais como alvos de depredação. Participam dessas reuniões os anarquistas Anonymous, Anarcopunk e Acción Directa, ex-militantes do MST, alguns dissidentes das Farc e remanescentes da guerrilha uruguaia Tupamaros e da Central Operária Boliviana.

            De acordo com as fontes de investigação e os veículos noticiosos, “os próximos atos de vandalismo, como ação política, estão previstos para o desfile de 7 de Setembro e o Rock in Rio”.

            A incitação à guerrilha, trazendo pânico, insegurança e convulsão social, gera o caos e generaliza a desordem. A exemplo dos confrontos orquestradamente insuflados no campo, com as questões da reforma agrária e da demarcação de reservas indígenas, a escalada de vandalismo e o estímulo à guerrilha urbana criam ambiente propício ao endurecimento da repressão e ao estabelecimento do Estado de exceção.

            Ao formular aqui, Sr. Presidente, o registro desta grave denúncia, gostaria de chamar a atenção dos nossos órgãos de inteligência e das autoridades diretamente afetas à ameaça que se anuncia, principalmente do Ministério da Justiça, e do Gabinete de Segurança Institucional, no sentido de que as investigações sejam aprofundadas e o perigo seja definitivamente afastado, para que nossos jovens, entusiasmados em seu natural idealismo e bem intencionados em suas justas reivindicações, não sirvam como inocentes úteis de massa de manobra na mão de guerrilheiros terroristas mercenários, cujas ações e propósitos coloquem em xeque a democracia brasileira e seus mais nobres…

(Soa a campainha.)

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Minoria/DEM - MT) - … valores pelos quais lutamos.

            Dessa forma, Sr. Presidente, trago aqui esse alerta não só para o Governo Federal, mas também para o próprio Governo do Estado de Mato Grosso, no sentido de que tomem as providências necessárias, porque Mato Grosso não pode ser um campo de treinamento de terrorista, muito menos de outros que, certamente, possam vir a prejudicar o bom andamento do Estado de direito em que vivemos.

            De maneira que, aqui, aproveitando a oportunidade, quero fazer esse alerta à Presidente da República, Dilma Rousseff, ao Ministro especial da Justiça, para que façam algo, sobretudo usando todos os meios que existem nas Forças Armadas e os instrumentos necessários que há nas mãos da Polícia Federal, das polícias estaduais, como também das polícias civis do nosso Brasil.

            Quero concluir dizendo que nunca é demais lembrar: o preço da liberdade, Sr. Presidente, é a eterna vigilância.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2013 - Página 51473