O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Cristovam Buarque, Srªs e Srs. Senadores, em 2012, as exportações brasileiras de carne bovina quebraram todos os recordes históricos, suplantando em volume e valor agregado o montante exportado em 2008, ano que registrou o recorde anterior.

            De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), houve crescimento de 7,3% ante a receita totalizada em 2011, atingindo a significativa cifra de US$5,77 bilhões. Os resultados poderiam ter sido ainda melhores não fosse o quadro recessivo mundial e a depressão do valor da tonelada da came no mercado internacional.

            É possível concluir, portanto, Sr. Presidente, que as exportações de carne, em geral, e de produtos bovino e seus derivados, em particular, têm representado um papel importante para equilibrar a balança comercial brasileira, que vem apresentando resultados preocupantes. Não só a questão da carne mas também o agronegócio brasileiro têm salvado as nossas exportações e - por que não dizer? - a nossa economia.

            Como todos sabemos, o Rio Grande do Sul é um Estado cujo perfil econômico se assenta na produção agropecuária. Há séculos, é um grande produtor e exportador de carne - uma verdadeira tradição dos pampas gaúchos. Digo isso para pôr em relevo a conquista que o jovem Estado de Rondônia logrou atingir, no mês de junho.

            Segundo o jornal Gazeta Mercantil, pela primeira vez Rondônia ultrapassou o Rio Grande do Sul em receita e volume embarcado, ficando entre os cinco maiores exportadores de carne bovina do País e como o primeiro da Região Norte nesse ranking.

            Srªs e Srs. Senadores, ainda que essa posição seja transitória, pois a produção rio-grandense vivencia uma entressafra, trata-se de uma notícia importante. Mas as notícias alvissareiras não param por aí. A partir deste mês de agosto, Rondônia, de maneira inédita, irá exportar carne bovina diretamente para os Estados Unidos da América, um mercado imenso e exigente.

            Tais resultados derivam da ação incansável e articulada dos governos local e nacional. Já em meados do ano passado, durante a Conferência dos Estados Americanos, em Paris, o modelo de produção de carne rondoniense foi citado como referência. Há tempos somos reconhecidos como território livre de febre aftosa, e mantemos rigorosa vigilância sanitária nas fronteiras.

            Eu estive pessoalmente, há mais ou menos oito anos, em Paris, recebendo, com o governador do Estado e as autoridades locais, o certificado de área livre de febre aftosa com vacinação.

            Mais recentemente, recebemos a certificação Boi Verde, a qual atesta que o gado é criado exclusivamente no pasto, um distintivo de alcance mundial.

            Os produtores locais, por sua vez, têm feito sua parte, investindo em melhoramento genético e cuidando da saúde dos rebanhos.

            Diante de problemas como a degradação das pastagens, o Governo do Estado de Rondônia não cruzou os braços. Ao contrário, investiu mais de R$10 milhões na construção de uma nova usina de calcário para a correção do solo, além de investimentos em tecnologias de produção, como o sistema de confinamento do gado ou a disponibilidade de grãos para complementar a dieta dos bovinos, um rebanho que já ultrapassou a casa dos 12 milhões de reses - 12 milhões de cabeças, entre gado de leite e gado de corte.

            Além da exportação e da produção acentuada de gado de corte, nós também temos um rebanho muito grande, um rebanho imenso de gado de leite, com mais de 50 indústrias de laticínios no Estado. E, no final desta semana, vamos inaugurar mais uma fábrica de leite em pó. É a terceira fábrica de leite em pó do Estado de Rondônia, na cidade de Rolim de Moura - minha cidade, onde eu fui prefeito por duas vezes -, cujo proprietário é o Sr. Pedro Bertelli. É um orgulho para nós inaugurar mais esta grande indústria do Estado de Rondônia, na cidade de Rolim de Moura.

            No outro polo, Rondônia possui em seu território alguns frigoríficos de porte internacional, com tecnologia de ponta e alta produtividade, suficientes para absorver mais de dois milhões de animais por ano.

            Eu estive, nesse último final de semana, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na chamada Ponta do Abunã, em Extrema, que está prestes a se emancipar, uma região com mais de 20 mil habitantes, onde há um frigorífico iniciado pelo grupo Guaporé Carne e adquirido pelo JBS-Friboi. O compromisso deles é para, no próximo ano, colocar essa indústria também em funcionamento naquela região.

            Assim, Sr. Presidente, não é por acaso que hoje exportamos produtos de significativo valor agregado, como a carne desossada, que constitui o principal item da pauta de exportações. A Rússia é o nosso principal cliente, mas também exportamos para a União Europeia, o Reino Unido e países do Oriente Médio e da América Latina, totalizando nada menos do que 35 países. E, como falei, agora os Estados Unidos da América também irão comprar a carne de Rondônia.

            De acordo com números oficiais, os embarques de carne bovina provenientes de Rondônia atingiram, em junho, 8,64 mil toneladas. O Superintendente Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dr. Valterlins Calaça Marcelino, parabenizou pessoalmente o Governador Confúcio Moura pelos avanços obtidos na produção agropecuária do meu Estado, o Estado de Rondônia.

            Srªs e Srs. Senadores, o sistema agroindustrial exportador de carne bovina brasileiro tem alcançado resultados expressivos na última década, com crescente participação no mercado internacional. Os ganhos de mercado estão fortemente vinculados a mudanças significativas nas tecnologias de produção no campo e na conduta estratégica das indústrias frigoríficas, que têm procurado abrir seu capital, adotar novas rotinas de produção, internacionalizar-se e diversificar seus produtos e atividades para competir globalmente.

            Assim, observo que o Estado de Rondônia, capitaneado pelo Governador Confúcio Moura, não perdeu o trem da história. Muito ao revés, temos nos consolidado como referência em termos de qualidade e produtividade nesse mercado competitivo e dinâmico.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de finalizar meu pronunciamento cumprimentando entusiasticamente todos os produtores do Estado de Rondônia pelo grande feito alcançado: grandes produtores, fazendeiros, médios pecuaristas, pequenos produtores, que têm contribuído para esse sucesso na produção de carne e de leite no Estado de Rondônia. Seguiremos, certamente, essa trilha ascendente, crescendo cada vez mais, melhorando as nossas pastagens, mecanizando as nossas propriedades.

            Como já falei aqui, Sr. Presidente, além do grande rebanho de gado - mais de 12 milhões de cabeça - e de leite, temos também uma grande produção de soja crescendo muito no Estado de Rondônia. Então, com as novas tecnologias, com os novos financiamentos, haveremos de continuar nessa escalada de crescimento para abastecer o Brasil e exportar o excedente para outros mercados.

            Muito obrigado.