Discurso durante a 139ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apelo à interiorização da Universidade Federal de Sergipe.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Apelo à interiorização da Universidade Federal de Sergipe.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/2013 - Página 57107
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, CRIAÇÃO, CAMPUS AVANÇADO, UNIVERSIDADE, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFSE), LOCAL, ESTADO DE SERGIPE (SE), OBJETIVO, FACILITAÇÃO, ESTUDANTE, INGRESSO, ENSINO SUPERIOR.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, expectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, durante a campanha presidencial, em 2010, a então candidata e hoje Presidente da República, Dilma Rousseff, comprometeu-se com os sergipanos de que o próximo campus avançado da Universidade Federal de Sergipe seria no Município de Nossa Senhora da Glória, alto Sertão sergipano.

            Pois bem, já estamos no curso do terceiro ano do seu mandato e, até o momento, esse sonho, compartilhado não apenas pelos sertanejos, mas por todos nós sergipanos, que nos preocupamos com o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso povo, ainda, Sr. Presidente, não saiu do papel.

            Mas, como disse Euclides da Cunha - abro aspas: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” - fecho aspas. E é suficientemente forte, Sr. Presidente, também para não desistir de seus sonhos. É verdade que temos acompanhado uma grande mobilização popular, na região, em prol do campus da Universidade Federal de Sergipe, no Sertão.

            É fato que, em 2011, cerca de sete mil pessoas participaram, em Nossa Senhora da Glória, da marcha UFS no Sertão, com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de um polo universitário na região.

            Agora, Sr. Presidente, no início deste mês, aconteceram manifestações em alguns Municípios, que reuniram milhares de estudantes, professores, gestores de Municípios do Sertão sergipano, parlamentares de todas as esferas e lideranças de movimentos sociais, que se uniram para marchar em defesa da implantação de um campus da Universidade Federal de Sergipe, no Município de Nossa Senhora da Glória. Município que, por sua localização central, é estratégico e possibilita fácil acesso para todos os Municípios do Alto Sertão de Sergipe.

            Não podemos negar que o projeto de interiorização da universidade vem acontecendo no nosso Estado. É verdade, Sr. Presidente. Atualmente a (UFS) Universidade Federal de Sergipe está presente em cinco campi de ensino presencial, além de Aracaju e São Cristóvão, Laranjeiras, Lagarto e Itabaiana. E quando falamos do campus de Itabaiana, por exemplo, estamos nos referindo a uma região composta por mais de 14 cidades e milhares de estudantes que têm, desde a sua criação, as mesmas possibilidades de acesso à educação superior que os estudantes da nossa capital, Aracaju.

            E para o campus de Itabaiana se pleiteia a inclusão dos cursos de Direito e de Música. Por que Música, Sr. Presidente? É que existe uma vocação natural do Município, da região, que abriga a Filarmônica Nossa Senhora da Conceição, a mais antiga do Brasil e, com certeza, uma das mais antigas de toda a América Latina - são quase 300 anos de existência. Além de recursos para construção do campus, uma vez que os cursos oferecidos pela UFS funcionam no CAIC da nossa cidade.

            No instante em que passa a ser proporcionado o acesso ao ensino superior nas diversas Regiões do Estado, respeitando-se a vocação de cada localidade, o progresso se faz, o progresso chega, se amplia, a região se transforma, a qualidade de vida, com toda certeza, melhora e a autoestima de todo o povo cresce! Com certeza não é diferente no Acre, o seu Estado, Sr. Presidente.

            E aqui faço um apelo ao governo do meu Estado para que se some de maneira contundente a todos os parlamentares nesse pleito que não é meu, é de todo um Estado, é de todo um povo, é de toda uma gente, gente sofredora, mas determinada, e que não abre mão dos seus sonhos.

            O que todos nós sergipanos queremos, independente da bandeira partidária, é uma universidade pública mais inclusiva e mais forte, que promova, de uma forma equânime, conhecimento e cidadania.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, a Universidade do Sertão irá contemplar uma região que conta com mais de 170 mil habitantes e é composta por nove Municípios: Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe, além de Feira Nova, Gararu, Graccho Cardoso, Itabi, Porto da Folha, Nossa Senhora Aparecida, São Miguel do Aleixo e várias outras cidades, Sr. Presidente.

            Esse é um projeto macro, que favorece uma região extensa e sofrida do nosso Estado e que precisa, antes de tudo, de oportunidade, de uma luta apartidária. O importante é o trabalho conjunto pela realização deste sonho. É como bem disse Raul Seixas - abro aspas: "Sonho que se sonha só é quase realidade" - fecho aspas. E essa é uma realidade possível, sim; é uma realidade viável, sim, sobretudo de grande importância para os jovens do nosso Sertão, do Sertão sergipano, que buscam uma melhor qualidade de vida por meio de uma formação universitária, visando a capacitação profissional e que, na maioria dos casos, não têm condições nenhuma, Sr. Presidente, de sair muitas vezes dos seus Municípios; que buscam a dignidade; que buscam e esperam do poder estatal apenas a oportunidade. A oportunidade, Sr. Presidente, como disse Euclídes da Cunha, de ser gente, gente digna, gente empreendedora, porque capazes são sim.

            Outro fator de relevância incontestável, Sr. Presidente, é que uma instituição de ensino do porte da UFS na Região vai colocar suas pesquisas e estudos a serviço da melhoria de vida da população, desenvolvendo e socializando tecnologias apropriadas à realidade local.

            Mas, além da Universidade do Sertão, há outras Regiões em Sergipe com enorme vocação para receber outros campi da Universidade Federal de Sergipe, a exemplo da região do Baixo São Francisco, do Vale do Cotinguiba e da região Sul do nosso Estado.

            Contudo, não podemos nos esquecer de um pleito enviado, em 2012, ao Poder Executivo, pelo então amigo e irmão Deputado Federal André Moura, Líder do PSC na Câmara, Sr. Presidente, indicando a implantação do campus de Engenharia da Universidade Federal de Sergipe no Município de Estância, já que Estância possui uma economia basicamente formada por indústrias alimentícias, têxteis, metalúrgicas, fábrica de cerveja, sucos, indústrias químicas dentre outras, com produção em âmbito nacional e regional, fatores estes importantes e que justificam a criação do referido campus.

            Em abril deste ano, estivemos, junto com o Reitor da Universidade Federal de Sergipe, o professor Angelo Antoniolli, em audiência no Ministério da Educação. Lá fomos recebidos pelo Secretário Executivo José Henrique Paim, que se mostrou sensível aos pleitos ali levados.

            E, na última sexta-feira, Sr. Presidente, estive juntamente com os colegas parlamentares, Deputados Valadares Filho, Márcio Macêdo e Rogério Carvalho, ouvindo um apelo do ilustre Reitor Angelo Antoniolli, mostrando todo o seu trabalho e mostrando, sobretudo, os sonhos que precisamos materializar, as esperanças que precisam ser materializadas no nosso Estado, Sr. Presidente. O Governo Federal precisa lembrar mais do Estado de Sergipe

            Considero que a união de toda a Bancada de Sergipe com certeza é essencial, mas, sobretudo, é imprescindível que o governo do Estado deixe de lado a questão partidária e some-se de maneira verdadeira e contundente pelo bem do nosso povo e da nossa gente, pelo progresso, pela oportunidade de que muitos jovens tanto necessitam e apelam realmente do poder estatal, independente da esfera.

            Finalizo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, citando Manzoni (escritor italiano que viveu entre os séculos VIII e IX) que disse - abro aspas: "Dever-se-ia pensar mais em fazer o bem do que em estar bem: assim também se acabaria por estar melhor" - fecho aspas.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/2013 - Página 57107