Discurso durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre as obras de ampliação da rodovia BR-262.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Comentário sobre as obras de ampliação da rodovia BR-262.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2013 - Página 54014
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • COMENTARIO, ANDAMENTO, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), INTEGRAÇÃO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), CRITICA, FINANCIAMENTO, OBRAS, RECURSOS, PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC), COBRANÇA, TARIFAS, PEDAGIO.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, também aproveito para fazer um registro importante.

            Ontem, a Bancada Federal do Espírito Santo, estivemos no Ministério dos Transportes para dialogar com o Ministro, por conta da duplicação da 262, que começa no meu Estado e vai até Minas Gerais, porque nos causou estranheza, até porque desde 2010 está posto, Sr. Presidente. E como vai se dar?

            Vai acontecer da seguinte maneira, Sr. Presidente: o trecho do Espírito Santo será duplicado com o dinheiro do PAC, não vai haver contingenciamento. Mas o trecho que liga Viana, no Espírito Santo, a João Monlevade, em Minas, o trecho de Minas Gerais será feito pela iniciativa privada, mas o pedágio vai ficar dentro do Espírito Santo.

            Ora, se o Governo Federal vive uma situação atípica no Brasil com as manifestações nas ruas, a situação do Espírito Santo é atípica ao quadrado. Dizia o Sr. Bernardo, juntamente com o Ministro César Borges, que num primeiro momento não entendeu a nossa manifestação. Realmente, lá na imprensa do meu Estado, eu disse que esse contexto era uma safadeza - repeti lá e repito aqui - porque há um déficit muito grande como meu Estado.

            Sr. Presidente, não estamos entendendo o fato de o dinheiro público, que é o dinheiro do PAC, financiar a duplicação, em nosso Estado, e o pedágio ser lá dentro. Essa palavra pedágio, Sr. Presidente, virou palavrão no Estado do Espírito Santo. As manifestações se arrefeceram em todo lugar, menos lá. É verdade que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas na terceira ponte de lá, o povo quebrou o pedágio inteiro. Até porque o povo do meu Estado já pagou aquilo milhares de vezes. Até o próprio Governador, semana retrasada, veio a público dizer que a ponte está paga. V. Exª sabia que de Guarapari a Vila Velha são 42 km? Pagam-se R$15,00: R$7,50 para ir e R$7,50 para voltar. Então, o povo do meu Estado não quer ouvir falar disso. O nosso trecho, Senador Arruda, vai ser duplicado pelo dinheiro do PAC e lá dentro haverá duas praças de pedágio. E o nosso dinheiro? O pedágio aqui vai financiar o trecho de Minas, que vai ser feito pela iniciativa privada. Isso é o que nós não entendemos.

            Nós fomos lá, a bancada, Senadora Ana Rita, Senador Ricardo Ferraço, os Deputados Federais, e fizemos um encaminhamento, que parecia muito difícil naquela reunião, no sentido de que nós precisamos de um grupo de estudo para buscar uma solução, porque essa história de pedágio dentro do Espírito Santo... O povo não vai aceitar, não vai deixar colocarem um grão de areia lá, porque virou palavrão no Estado. É verdade. Nove reais de pedágio, duas praças dentro do Estado, enquanto a duplicação foi paga com o dinheiro da federação, com o imposto do povo. Agora, vamos financiar o trecho de Minas! Ora, mamãe me acuda. Não tem cabeça, por mais inteligente, por mais letrada, que vá entender uma conta como essa. 

            Hoje pela manha, nós fomos à ANTT. E, na ANTT, já há o entendimento dos técnicos de que nós precisamos… E o encaminhamento foi aceito para que nós nos reunamos e possamos apresentar sugestão para poder libertar o povo do Espírito Santo desse palavrão.

            De maneira, Sr. Presidente, que eu falo isso revoltado, porque, quanto ao déficit que há com o Estado do Espírito Santo, parece que ninguém pode falar nada. E a gente acaba escutando das autoridades o seguinte: “porque o Governo Federal não está fazendo política”. Não está, não, é? Não está, não? Aliás, eu até gosto, porque, quando caem na pesquisa, eles liberam emendas da gente que a gente nem sabia que havia. Não está fazendo, não? A Presidente está andando no Brasil inteiro, e sabe Deus por que: recuperar popularidade. Está certo?

            Agora, se a situação é incomoda para ela no Brasil inteiro - com essa história de estrada, história de pedágio -, para nós é incomoda ao quadrado essa história de pedágio. Por isso é preciso buscar solução! É preciso buscar solução.

            E, nessa reunião hoje pela manhã, nós tivemos pelo menos essa luz. E eu faço esse registro, mais uma vez, ao Governo Federal, falando em pedágio no Estado do Espírito Santo: vocês não conseguirão colocar lá uma lajota sequer, porque o povo não vai permitir; um povo escaldado com essa história.

            Quem já foi ao lindo Espírito Santo já passou naquela terceira ponte. O povo já pagou aquela terceira ponte um milhão de vezes - um milhão de vezes! O ex-Governador congelou o pedágio, em 2004, de R$1,50 e armou uma artimanha - porque lá há um chamado Canal Bigossi, porque Vila Velha está abaixo do nível do mar - que, em contrapartida, a empresa RodoSol teria que fazer o Canal Bigossi. O ex-Governador tirou a responsabilidade deles. Até a contrapartida eles não fizeram e estão sugando o povo do Espírito Santo até hoje.

            De maneira que é uma história que já deveria ter acabado. Então, o nosso povo não suporta mais isso. De maneira que a nossa reação é em nome de um povo; que o Governo nos ouça, e que cheguemos a uma solução e esse palavrão saia do vocabulário do povo do Espírito Santo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2013 - Página 54014