Pela Liderança durante a 135ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas aos atos de depredação cometidos por manifestantes durante as mobilizações populares.

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
  • Críticas aos atos de depredação cometidos por manifestantes durante as mobilizações populares.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2013 - Página 55343
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
Indexação
  • COMENTARIO, POPULAÇÃO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, REPUDIO, EXCESSO, VIOLENCIA, DESTRUIÇÃO, PATRIMONIO PUBLICO, PATRIMONIO, CARATER PRIVADO.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, quando aconteceram as primeiras manifestações de rua no Brasil, eu e outros Senadores e Senadoras ocupamos a tribuna desta Casa para louvar a iniciativa popular e para brindar a democracia brasileira que, apesar de jovem, estava dando sinais inequívocos de amadurecimento, com o povo na rua fazendo cobranças aos governantes, aos políticos, ao Congresso e às instituições, mobilizando os jovens e sobretudo politizando a sociedade, numa belíssima demonstração. Eu diria que foi um rugir da democracia que estava adormecida.

            Pois bem. Os dias e os meses se passaram e os excessos começaram a acontecer de uma forma mais frequente.

            Eu confesso que não era pensamento meu voltar a esta tribuna para tecer comentários sobre esse fato, mas, no domingo passado, eu, que sou católico praticante, fui assistir à missa numa igreja, em Natal, chamada Igreja de Santa Terezinha, e observei que os vidros da igreja estavam quase todos quebrados. Procurei saber o motivo daquela destruição nos vidros da igreja e fui informado de que a igreja foi alvo de apedrejamento pelos manifestantes das ruas.

            Essa informação veio se somar à outra informação de um médico lá de Natal que também teve a sua clínica apedrejada, alvo de apedrejamento por parte da mobilização popular. Assisti dias antes, pela televisão, a uma mobilização, em São Paulo, que tentou invadir o Hospital Sírio Libanês.

            Todos os dias nós assistimos pelos jornais a notícias, ouvimos ou lemos, que agências bancárias também foram destruídas, depredadas, como também lojas, patrimônios públicos e patrimônios privados. Isso passou a ser rotina nas manifestações.

            Eu vejo, Sr. Presidente, que já passou da hora de se coibir essa festa de depredação provocada pelos vândalos. Isso não é democracia. Alguém que vai a uma manifestação com o objetivo de protestar a situação social do País, seja ela a saúde, a educação, a segurança, a mobilidade (...)

(Soa a campainha.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - (...) mas que vai para a rua com o rosto coberto, mascarado, é porque não quer ser conhecido; é porque não quer ter a sua identidade revelada. Que cidadão é esse? Que preocupação é essa?

            Mais do que isso: se ele vai para a manifestação e, ao invés de usar o seu grito, a sua voz, a sua fala como arma, lança mão de pedra, de pau e de tudo aquilo que possa depredar e destruir, isso não é democracia; isso é abuso, é baderna. E a sociedade brasileira não pode conviver, na omissão, com demonstração de baderna. Baderneiro não tem direito a ir para a rua depredar patrimônios públicos e privados. A sociedade está acuada, a sociedade está acuada.

            Eu vi esse colega, proprietário de uma clínica, extremamente chateado e indignado, porque viu o seu patrimônio depredado. 

            Como eu ouvi depoimento de proprietários de lojas de carro e outros comércios que lá em Natal também foram depredados. Não podemos aceitar isso, Sr. Presidente! A democracia é belíssima, mas o direito de um termina quando começa do direito do outro. Não se pode dar razão à destruição de patrimônios, que muitas vezes levaram uma vida para serem construídos e menos de nada tudo é destruído e vai por água abaixo. Muitas vezes aquele comerciante tem naquela propriedade, naquele patrimônio, naquele estabelecimento o sustento da sua família. É tão brasileiro, é tão cidadão quanto os que estão nas ruas gritando, protestando e destruindo. E a gente precisa dar este grito e esta voz aqui. Eu fui um dos que ocuparam a tribuna para defender a manifestação livre e legítima do povo brasileiro, sobretudo dos jovens. Mas eu estou aqui hoje para dizer não aos excessos. A democracia é linda, a democracia é perfeita. Mas a democracia não pode coexistir com baderna, não pode aceitar de uma forma silenciosa o que estamos testemunhando pelo Brasil afora. Virou moda neste País invadir patrimônios públicos, repartições públicas com o jargão de que as câmaras municipais...

(Soa a campainha.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - ... as assembleias legislativa, o parlamento em geral, as prefeituras, as secretarias são patrimônios públicos do povo, realmente do povo, o parlamento é a casa do povo e por ser casa do povo é que precisa ser muito bem cuidada, muito bem zelada, porque é um patrimônio de muitos e não de meia dúzia que estão na rua depredando. Não, o Brasil é muito maior do que isso.

            Portanto, Sr. Presidente, para concluir, eu que vim no primeiro momento, na primeira hora apoiar e aplaudir a manifestação pública, eu continuando aplaudindo a manifestação ordeira, legitimamente democrática que é a voz legitima, o brado retumbante do povo brasileiro nas ruas, estou aqui hoje para dizer não à baderna, não aos excessos, não à depredação. A polícia realmente deve sim acompanhar...

(Soa a campainha.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - ... as autoridades policiais devem sim prender aqueles que vão para as manifestações com o rosto coberto, que levam mochilas com coquetel-molotov ou que muitas vezes lançam mão de pedras e paus para destruir patrimônio alheio.

            Era só, Sr. Presidente, muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2013 - Página 55343