Pronunciamento de Roberto Requião em 13/08/2013
Comunicação inadiável durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à decisão da TV Senado de alterar a grade de programação, retirando a reprise da sessão plenária do “horário nobre”.
- Autor
- Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
- Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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SENADO, IMPRENSA.:
- Críticas à decisão da TV Senado de alterar a grade de programação, retirando a reprise da sessão plenária do “horário nobre”.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/08/2013 - Página 53647
- Assunto
- Outros > SENADO, IMPRENSA.
- Indexação
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- CRITICA, SENADO, MOTIVO, ALTERAÇÃO, HORARIO, TRANSMISSÃO, SESSÃO ORDINARIA, DISCURSO, SENADOR, LOCAL, TELEVISÃO.
O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco Maioria/PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senadores Gurgacz, Alvaro Dias, Pedro Taques, Pedro Simon, Paulo Paim, como todos os Srs. Senadores e Srªs Senadoras, eu também recebi uma comunicação da TV Senado dando conta de que decidiu não mais reprisar a sessão plenária desta Casa no horário nobre, postergando-a para depois das 23 horas. A TV Senado decidiu substituir a divulgação de nossos trabalhos e de nossos pronunciamentos por variedades. Isso quer dizer, Senador Pedro Simon, que os trabalhadores que não podem ver a TV Senado ao vivo à tarde também não poderão vê-la à noite, porque a reprise das sessões plenárias será transmitida de madrugada, quando eles já estão dormindo.
Alguns dos Srs. Senadores e Senadoras desta Casa foram consultados sobre essa mudança de programação? Com certeza, não!
Quando as ruas pedem transparência, Srs. Senadores, vamos esconder o nosso trabalho na clandestinidade das madrugadas. O Presidente Renan Calheiros concorda com isso? Ele acha que essa é parte da pauta positiva? Acredito que não.
Afinal, de quem é a TV Senado? É de propriedade dos excepcionais jornalistas que nela trabalham? Nós, Senadores, somos um incômodo para esses jornalistas? Será que eles não perceberam ainda que a TV Senado não é uma emissora de variedades à busca de audiência? Será que não sabem que se trata de uma TV institucional dedicada primordialmente à divulgação dos trabalhos da Casa, do Plenário e das Comissões? Será que não entendem que a sonegação dessa divulgação é uma censura às nossas atividades de Senadores?
Há pouco tempo, Senador Diniz, nós, nesta Casa, não tínhamos sequer o direito de escolher os nossos chefes e subchefes de gabinetes. Nossas dezenas de milhões de votos e o mandato dado pelos brasileiros nas urnas não eram suficientes para nos dar o direito de escolher chefe de gabinete. E, agora, nossas dezenas de milhões de votos e o mandato dado pelos brasileiros não são suficientes para garantir nossa presença na TV Senado no horário nobre.
Eu estou no plenário sabendo que isso vai ocasionar uma reação corporativa dos meus colegas jornalistas, mas que se me dá que existam reações corporativas quando se trata de defender a instituição e a transparência!
Eu vim aqui conclamar as Srªs Senadoras e os Srs. Senadores a repudiar essa infelicíssima decisão da TV Senado. E conclamo o Presidente Renan e a Mesa da Casa a impedir que isso aconteça.
Para concluir, chamo a atenção para essa falta de transparência do jornalismo desta Casa.
O Jornal do Senado de ontem traz, à p. 8, matéria com a manchete: “Público aprova pauta do Senado após manifestações”. Porreta, não é, Senador Randolfe? É manchete para ninguém botar defeito! Mas já o jornal Metro, de Brasília, traz hoje esta manchete: “Ação do Congresso depois dos protestos é reprovada”. Ambos, o Jornal do Senado e o jornal Metro, basearam suas matérias na mesma pesquisa do DataSenado.
Como o público pode ter aprovado a pauta do Senado se, conforme a pesquisa, 65,3% dos entrevistados consideraram a nossa atuação ruim ou péssima e só 5,5% a aprovaram? O Jornal do Senado simplesmente escondeu parte da pesquisa, revelou somente os dados sobre a tal da Agenda Positiva e escondeu a avaliação global do Congresso. Que feio! Aqui, no Senado, não! Não sei se gostam ou se não gostam, mas não me elegi Senador, com quase três milhões de votos no Paraná, para ser substituído, censurado, reduzido ou editado por jornalistas da Rede Globo ou do SBT e muito menos por funcionários do Senado da República.
A nossa não é uma televisão de diversidades, de novidades. É uma televisão institucional. Ela pode até vir a aborrecer, pela repetição do Plenário, mas aborrecerá com a posição dos Senadores eleitos pela população, que assim saberá quem elegeu e poderá reconsiderar até as próximas eleições. Censura não!
E essa inutilidade, talvez feita para nos agradar, dizendo que estamos sendo elogiados e aprovados pela população, quando a própria pesquisa do DataSenado mostra uma repulsa enorme pelo Parlamento, pelo Senado, pelo Congresso, não me satisfaz, não me agrada e é absolutamente desnecessária!
Senador, se V. Exª permitisse, dada a importância do assunto, eu concederia, meio fora do Regimento, um aparte ao Senador Pedro Simon, ao Senador Randolfe e ao Senador Pedro Taques.
O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. Bloco Governo/PDT - RO) - Pois não, vamos dar sequência ao debate.
O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco Maioria/PMDB - PR) - Aliás, estão aqui os dois jornais: o jornal Metro diz uma coisa, e o Jornal do Senado diz outra em cima da mesma pesquisa!
O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco Maioria/PMDB - PR) - Senador Acir Gurgacz, eu agradeço a tolerância da Mesa, que se traduziu na possibilidade de praticamente todos os Senadores presentes nesta sessão terem se manifestado.
A TV Senado sequer é uma televisão pública. Ela é uma televisão institucional. Ela foi feita para dar transparência ao Senado, e, fundamentalmente, eu acho absolutamente desnecessário o esforço da nossa comunicação para interpretar pesquisas de opinião, de uma forma equivocada, a favor da Casa.
Nós precisamos é conhecer a verdade por inteiro e passar por inteiro as nossas verdades à população.
Essa reinterpretação da pesquisa do DataSenado é rigorosamente absurda, e o Senado da República não precisa disso.
Obrigado, Presidente.