Pela Liderança durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal pela morosidade na construção de usinas hidrelétricas no Estado de Roraima.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Críticas ao Governo Federal pela morosidade na construção de usinas hidrelétricas no Estado de Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 16/08/2013 - Página 54339
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, CONSTRUÇÃO, OBRA PUBLICA, USINA HIDROELETRICA, LOCAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REFERENCIA, IMPORTAÇÃO, ENERGIA ELETRICA, ORIGEM, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), JORNAL, INTERNET, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), RELAÇÃO, ASSUNTO.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Acir Gurgacz, do Estado de Rondônia e, portanto, da nossa querida Amazônia, quero hoje abordar um tema que, aliás, é recorrente, que é a questão da energia elétrica no meu Estado de Roraima.

            Existem, pelo menos, três projetos apresentados ao Ministério de Minas e Energia para a construção de hidrelétrica no meu Estado. Hoje, o abastecimento de energia de Roraima é feito através da Venezuela: um linhão vem de uma hidrelétrica chamada Guri até Roraima. Ultimamente - aliás, isso ocorre há muito tempo, mas, ultimamente, está pior -, o Estado tem tido frequentes apagões em função de problemas que a Venezuela vem enfrentando, há algum tempo, com a manutenção tanto da hidrelétrica quanto da rede de transmissão.

            Agora, a revista Exame publicou uma matéria que quero ler, para verificarmos como realmente é grave a nossa dependência de uma energia que vem de um país como a Venezuela, que, embora seja vizinho, está atravessando complicações.

            A matéria da revista Exame diz:

Maduro declara estado de emergência na energia elétrica.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou estado de emergência no sistema elétrico nacional por 90 dias. A ordem está no decreto assinado ontem (11). A Ministra da Comunicação e Informação, Delcy Rodríguez, divulgou a decisão por intermédio da rede social [...]. As dificuldades envolvendo o abastecimento de energia no país são antigas, e, ainda no governo Hugo Chávez, o Brasil colaborou com a transmissão de informações e visitas de especialistas.

Em abril, Maduro declarou estado de emergência no setor, também por 90 dias [portanto, já não é a primeira vez], e estabeleceu áreas de segurança, na tentativa de garantir o abastecimento de energia à população [é evidente que ele defende, primeiro, a energia para a população venezuelana]. Segundo ele, é “urgente e indispensável adotar medidas extraordinárias”.

Paralelamente, as autoridades venezuelanas tentam resolver os efeitos de um incêndio na refinaria Puerto la Cruz da empresa Petróleos de Venezuela (Pdvsa) [...].

            O Portal G1 publica matéria nestes termos:

Venezuela decreta emergência elétrica em meio a cortes de energia.

O governo da Venezuela decretou emergência do sistema elétrico nacional por 90 dias para acelerar a execução de obras de infraestrutura energética e a importação de equipamentos, em meio a um crescimento da demanda que vem provocando cortes do serviço no interior do país.

            Ora, se eles estão atravessando essa dificuldade lá dentro, imagine, Senador Acir Gurgacz, qual será a próxima medida a se tomar, como, por exemplo, a de suspender o fornecimento de energia para o Brasil, isto é, para o meu Estado de Roraima!

            Continua a matéria:

Em decreto, publicado no Diário Oficial que circulou nesta terça-feira, o governo determinou que as Forças Armadas guardem a segurança de todas as instalações depois de terem surgido denúncias de sabotagem durante a campanha [...].

            A verdade é a seguinte, temos de ser bem claros: a Venezuela vive dificuldades enormes na questão do abastecimento e até mesmo no setor de energia, principalmente no setor hidrelétrico. Fico preocupado. Existem três projetos, e um deles está na região do Cotingo, exatamente na Cachoeira do Tamanduá, que é a menos impactante sob todos os aspectos. Há duas montanhas, e é na confluência dessas duas montanhas que será construída a hidrelétrica, onde, portanto, a barragem e as turbinas serão instaladas. O alagamento praticamente já tem duas paredes laterais. O impacto ambiental é quase zero. E há uma complicação para instalar essa hidrelétrica, que, aliás, foi proposta pelo primeiro Governador eleito do Estado, quando, na verdade, ele ainda era Governador do Território. O projeto está no Ministério de Minas e Energia, com todos os estudos viáveis, e não é implantado por duas razões ou, pelo menos, por uma razão básica: ele estava antes em uma terra pretendida pela Funai para ser a reserva indígena Raposa Serra do Sol. Agora, a reserva já foi demarcada, e a Constituição prevê que é possível construir usinas hidrelétricas e aproveitar os recursos hídricos e minerais das reservas indígenas, desde que haja a aprovação do Congresso Nacional.

            Pois bem, com base nisso, na aprovação do Congresso Nacional, apresentei um projeto no Senado em 2006 - portanto, já se vão sete anos -, que, no Senado, foi aprovado no mesmo ano, no dia 19 de dezembro de 2006. O projeto foi para a Câmara. Chegou à Câmara no dia 21 de dezembro e se encontra lá até hoje, Senador Acir. Já foi aprovado pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e está na CCJC, aguardando o relatório. Mas, para ser sincero, o que existe hoje na Câmara é o seguinte: uma determinação de que projeto autorizativo não pode ser aprovado, porque isso pressionaria politicamente o Governo a fazer obras que, eventualmente, ele não queira.

            Ora, Senador Acir, o nome já diz: projeto autorizativo. Portanto, o que estamos fazendo aqui é a inversão do processo: em vez de o Governo mandar para cá para nós autorizarmos, nós estamos autorizando o Governo a fazer quando houver orçamento e quando for conveniente. Nesse caso, já passou da hora, do momento de fazer.

            Quero, portanto, deixar este registro: uma situação que está acontecendo agora, nós já a estávamos prevendo em 2006. Vou, inclusive, enviar correspondências e ofícios à Presidente Dilma e ao Ministro de Minas e Energia, para que avancem nesses estudos, porque as outras duas opções de construção de hidrelétricas eu as considero mais complexas: uma está no Rio Mucajaí, na Usina de Paredão, e a outra, no Rio Branco, que é também muito mais complexa. Essa é de fácil execução e beneficiaria as comunidades indígenas no que tange à eletrificação das comunidades e ao pagamento de royalties.

            Hoje, pagamos royalties para passar o linhão pelas terras indígenas, Senadora Kátia. O Governo Federal paga as comunidades para que possam passar por lá as torres de transmissão de energia, que servem às comunidades e que servem também à capital e a vários Municípios do interior.

            Quero pedir a V. Exª, para terminar, que autorize a transcrição dessas matérias, como parte integrante do meu pronunciamento, reiterando aqui um pedido tanto ao Presidente da Câmara quanto à Presidente da República para que resolvam esses problemas.

            Pelo menos, quero destacar dois problemas: o da usina hidrelétrica e o do Colégio Militar, que também já está aprovado pelo Senado, que está na Câmara, que já foi à pauta por duas vezes e que já foi retirado de pauta por causa desse argumento.

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - E isso não é argumento, porque, recentemente, Senador Acir, aprovamos aqui um projeto autorizativo de autoria do Deputado Marco Maia, então Presidente, criando autorização para a instalação de free shops nas 28 cidades gêmeas do Brasil. Então, não se pode fazer uma exceção para o então Presidente e deixar todos os outros Parlamentares... E veja que, no meu caso, são dois problemas de suma importância para o meu Estado.

            Muito obrigado.

 

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

Matérias referidas:

- “Venezuela decreta emergência elétrica por 90 dias em meio a cortes de energia”, Portal G1;

- “Maduro declara estado de emergência na energia elétrica”, revista Exame;

- Cronologia;

- Anexos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/08/2013 - Página 54339