O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, no dia 11 de agosto foi comemorado no Brasil o Dia do Estudante. Esta data, acolhida para homenagear os estudantes, se dá em função dos dois primeiros cursos de ciências jurídicas instituídos no Brasil em 1827, por D. Pedro I.

            Quando falamos em estudantes, automaticamente pensamos em jovens cidadãos que estão em constante formação educacional, profissional e pessoal, constituindo indivíduos únicos, que amanhã integrarão a força de trabalho, constituirão família e governarão nosso País.

            Portanto, é desses jovens que quero falar aqui hoje. Para isso, quero resgatar as manifestações que aconteceram no Brasil no mês de junho e a Jornada Mundial da Juventude em julho.

            Não há dúvida de que o Papa Francisco chegou a um país diferente daquele de alguns meses atrás. Um país em ebulição, onde os jovens foram às ruas reivindicar uma democracia realmente participativa. Eles querem erradicar o analfabetismo, a miséria, diminuir filas em hospitais e que o dinheiro público seja revertido em benefício do povo. Querem mais cultura e mais ética na atividade política.

            O Papa Francisco veio ao encontro dessas reivindicações e pediu para que os jovens não desistam da luta contra a corrupção e que permaneçam revolucionários. Francisco disse: "nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança".

            Esperança em um futuro melhor é o sentimento dos jovens brasileiros. Mas como galgar esse futuro melhor? Eu respondo sem medo de errar: com educação! Faço das palavras do senador Cristovam Buarque as minhas! Esse é o melhor investimento que os pais podem proporcionar aos filhos e que os governantes podem e devem propiciar à nação!

            Eu, Senador Blairo Maggi, sou um exemplo disso. Nasci na roça, meu pai era colono, minha mãe dona de casa, e sempre priorizaram a educação dos filhos. Por insistência da minha mãe, me formei Engenheiro Agrônomo. Quando recebi o diploma entreguei a ela.

            Francisco disse que “ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo”, mas essas desigualdades só irão acabar ou, pelo menos, serem drasticamente reduzidas, quando acesso a educação for realmente para todos.

            É muito fácil constatar que quem estuda, quem consegue ter uma qualificação profissional, tem melhor qualidade de vida do que aqueles que não tiveram acesso a educação.

            O Orçamento executado pelo Ministério da Educação em 2012 foi de 86,9 bilhões de reais. Está longe de ser suficiente para garantir educação de qualidade para todos. É preciso mais investimento e planejamento, precisamos de políticas continuadas, um programa de longo prazo, com metas a serem cumpridas, independente de troca de governo e governantes. É preciso alcançar municípios esquecidos, onde crianças estudam em escolas provisórias.

            Os números do Censo Escolar 2011 revelam a existência de quase 11 mil escolas que funcionam em locais inadequados. São 26 mil alunos de todo o país estudando em barracões, paióis, galpões, igrejas e casas de professores, de acordo com o levantamento do jornal Estadão publicado em 23 de junho de 2013.

            Educação para todos é o maior bem que podemos fazer a juventude desse país!

            Para terminar, quero deixar uma mensagem de reflexão para todos os estudantes e para isso, vou pegar emprestado um pensamento do escritor Hermann Hesse:

            "Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."

            Obrigado!